Poetando
POEMA DA TARDE CHUVOSA
“Solene, se inunda a tarde,
com tão abundante chuva,
e o ar transpira o odor
da terra molhada,
enquanto me mantém recluso
no oco da solidão escolhida.
Agitam-se afoitos relâmpagos
por entre venezianas, frestas,
e desvãos da alma,
escorrendo pela folha
o árido poema.
Ponho-me quieto,
respeitoso, perante lampejos
e lembranças de tempestades,
tantas, ao longo do caminho.
Discreto, um fio d’água
desce pela vidraça,
numa lágrima possível.
Do telhado, grossos veios
transformam-se no chão
em loucos bailarinos,
que engraçados, dançam
num perfeito ritmo.
A chuva agora aumenta,
mas logo se aquieta,
vai se afinando, lentamente.
Como mágica, uma poeira d’água
se transluz e enfeita a tarde
num perfeito mini arco-íris,
entre o telhado e a janela.
Toda a solenidade se dispersa.
A tarde volta a sorrir.”
Comments
chica
Lindo poema que passa pela chuva, pelo cinza e chega às cores …beijos,lindo domingo,chica
Valéria
Oi Norma!
Uma metamorfose de palavras, humores e sentimentos… Belo poema!
Beijos e ótima semana!
Savio Gomes
Oi, Norma!
Somos colegas de profissão!
Obrigado pela publicação do meu modesto poema.
De vez em quando, dou uma passada por aqui e me deleito com os posts de muito bom gosto.
Um fraterno abraço!