“Fim da casa paterna” Carlos Drummond de Andrade
Poema que revela os conflitos que atravessamos no processo de individualização.
“Vou dobrar-me à regra nova de viver.
Ser outro que não eu,
até agora musicalmente agasalhado
na voz de minha mãe, que cura doenças,
escorado no bronze de meu pai, que afasta os raios.
Ou vou ser menos, talvez isso,
apenas eu unicamente eu,
a revelar-me na sozinha aventura em terra estranha?
Agora me retalha o canivete desta descoberta:
eu não quero ser eu, prefiro continuar objeto de família”.
Drumond
Em Esquecer para lembrar (Boitempo III). R. de Janeiro: J. Olympio, 1979.
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