Cronica dominical
Nos entrecruzamos no calçadão, num domingo ensolarado, e não pude deixar de observá-los: Uma mulher, um homem, ambos jovens, e uma criança de cerca de dois anos no carrinho. O que me despertou a atenção foi o olhar da criança sem vivacidade e, automaticamente, olhei para os pais que andavam lado a lado calados e absortos. Imediatamente, o pensamento voa e penso no que move neste momento aquela família, que me tocou com suas expressões e postura de distanciamento?
Na visão sistêmica vemos a família como uma unidade em que todos agem e reagem e, neste sentido, a criança, como esponja, capta o ambiente e expressa o clima familiar. Para a terapeuta de casal e família as observações são significativas para a leitura de uma situação e das dores da alma. É evidente que nada mais saberei desta família mencionada. Contudo, reportou-me às famílias que atendo em suas fases iniciais, quando chega o terceiro membro, o filho, exacerbando as diferenças pessoais que se somam às dificuldades que se enfrenta com a criança, à comunicação entre o casal e às mágoas que surgem.
Esta é uma etapa de estresse familiar que se não for bem conduzida desgasta a relação e pode levar ao distanciamento do par conjugal e obstáculos para o desempenho da parentalidade, bem como à separação.
Enfim, o ser humano é complexo e a família tem mudado muito em sua estrutura. Portanto, este fragmento de observação me inspirou a retomar apenas um tema que já explanei melhor em outros artigos. Aqui e aqui
Norma Emiliano
Grata por sua visita
Comments
Lourdes Duarte
Bom dia ! Vim agradecer sua visita e o comentário que deixou, e estou encantada com a mensagem que sabiamente nos deixa grandes lições de vida. Uma história interessante. Parabéns! feliz semana.
taislc
Olá, Norma, descendo teu texto imaginei a cena: os pais levam a criança a passear de uma maneira estranha, sem interagir, apenas empurrando o carrinho que por acaso tem uma criancinha dentro, e olhe o que der, sem eira nem beira. E pronto, passeio feito (por obrigação). Vejo muito isso, mas teu olhar de profissional capta essas pérolas familiares. Só falta um Smartphone na mão da criança!
Beijo, uma boa semana.
chica
Sempre atenta,Norma e infelizmente vemos cada cena ao passear por onde quer que seja… Bela reflexão! bjs, chica
roseliabezerra
Boa noite, querida amiga Norma!
Uma família sem carinho se nota de longe… não se tem brilho no olhar, afeto entre membros e diálogo, dentre tantos outros que você bem sabe e já falou por aqui com categoria de quem sabe o que diz.
Tenha dias venturosos e aconhegantes!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
toninhobira
Norma este olhar e reflexão/analise à luz da terapia familiar é muito interessante e cabe exploração na nova modalidade de criação e relação. Creio que cada dia mais complexa a relação como diz.
Bela postagem e partilha de sua atividade profissional.
Abraços amiga.
Beijo