Tristeza
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Hoje, ela e acordou angustiada, um sentir indefinido percorre seu corpo, um desmanchar de corpo e alma. Lá fora o vento corta o tempo, o sol se esconde e as grossas nuvens tomam conta do espaço.
Nas alternâncias dos dias, um medo cresce e o seu descontrole aumenta. Deseja sair, olhar o mar, sentir o sol, mas algo maior a detém ali, naquele quarto. Como vencer esses grilhões que a aprisionam? Como descobrir a chama interna do seu desejo e correr, correr para bem longe. Fugir dos seus dias solitários e insossos.
Na tela a sua frente o campo florido é um convite à vida. Fixa seus olhos e começa a caminhar por entre as flores. Sente os perfumes e no seu rosto a aragem fresca, que rapidamente toma o seu corpo. Ah! O embalo suave se inicia. Para lá e para cá, como uma suave melodia, o vento lhe assobia aos ouvidos. Nesse caminhar, percebe-se sorrindo. Levanta-se e diante do espelho vê seus olhos negros brilhantes.
A alegria que chega a invade. Olha em volta e vê o seu quarto às escuras, abre as cortinas, as janelas e olha o tempo. O tempo continua tristonho e opaco, mas dentro dela algo mudou.
Veste-se cuidadosamente, olha-se e gosta do que vê. Lentamente, vai para sala e liga o som e deixa o corpo fluir ao ritmo da melodia.
Todos passam por momentos de tristezas, mas a apatia, a angústia, o abatimento sem causas aparentes necessitam ser analisados para que o tratamento devido seja empregado.
Nos momentos do desalento por perdas, um mergulho na dor ajuda retornar à superfície mais fortalecida.
“.Não queremos perder, nem deveríamos perder: saúde, pessoas, posição, dignidade ou confiança. (…) …e que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer. Lya Luft, pois (…) a arte de perder muito não tarda aprender, embora a perda – escreva tudo! – lembre desastre.” Elizabeth Bishop
Norma Emiliano
Comments
Ritinha
Bom dia e excelente semana.. Pois é… nossas vidas mudam constantemente e as alfições chegam e vão com a mesma intensidade que um dia esamos bem e felizes e no outro abatidos pela tristeza.
Conflitos de emoções e sentimentos.
É a vida, seguindo em frente!
bjs
Ritinha
Yasmine Lemos
Abrir as cortinas da alma, com toda força possível para o cinza ir embora.
bom dia Norma
tenha uma semana de paz
beijo
marli soares borges
Pois é Norma, os nossos altos e baixos. É bom quando se aprende a lidar com esses descompassos: tudo melhora, tudo se acalma. Gostei do texto, parabéns! Bjs
chica
Que belo texto onde expressas exatamente o sentimento da tristeza e depois o acordar para a vida e alegria que pode e acontece sempre. beijos,linda semana,chica
Lúcia Soares
Norma, realmente não é “normal” nos entregarmos à dor. É preciso ter consciência de que ela é passageira, embora seu peso nos esmague (se deixarmos). A própria vida se encarrega de nos trazer o belo em seguida ao feio. O bom depois do mau. O bem depois do mal…
A cada dia, seus contratempos e alegrias. E a gente vai seguindo… Bom dia, com muita paz no coração e dias lindos na alma. Beijo!
anne lieri
Só na dor crescemos e percebemos o quanto a vida é fragil e preciosa.Um belo conto!bjs,
Toninho
As vezes não temos como escapar desta situação.
Mergulhar num mar que secou, abrir uma porta que não existe.
Mas um bater de asas de borboletas nos revela uma liberdade e nos resgata para a vida que segue e precisa ser bem vivida.
Um carinhoso abraço Norma.
Beijo de paz e luz amiga.