Você pergunta – 22

Eu respondo

 

Este post faz parte de um projeto, assim sendo dirijo-me a pessoa responsável pela pergunta, mas de forma a trazer informações para outras pessoas que se interessarem em ler.

Como se comunica a uma criança com cerca de 2 anos, a perda de um familiar, no caso de um(a) avo(a). Será suficiente dizer, o avô estava velhinho, com dores e agora foi dormir numa estrela, está no céu. Como se deve abordar?

Vivemos como se não fôssemos morrer,  portanto  a dificuldade de se falar sobre a  morte está relacionada a esta negação.

Para Freud,

Nós, criaturas civilizadas, tendemos a ignorar a morte como parte da vida… no fundo ninguém acredita na própria morte nem consegue imaginá-la. Uma convenção inexplícita faz tratar com reservas a morte do próximo. Enfatizamos sempre o acaso: acidente, infecção, etc., num esforço de subtrair o caráter necessário da morte. Essa desatenção empobrece a vida…”  In  Nós e a Morte.

As perguntas sobre a morte iniciam-se por volta dos 5 anos. A criança de dois anos não tem capacidade cognitiva de entender  o conceito de morte /vida  e  a morte não desperta  sentimentos de dor ou angústia, pois ainda não consegue assimilá-la.   Contudo, é importante   ao  ocorrer que não se inventem  mentiras para a criança.

A mentira  levará à quebra da confiança, pois ao longo do tempo  a criança perceberá que não era verdade o que contaram para ela.

Assim sendo:

– Diga sempre a verdade.
– Respeite o tempo (idade) da criança. Só responda ao que for perguntado. É importante a fase do desenvolvimento  cognitivo da criança.
– Dê respostas curtas e  simples.  Só avance  se a criança pedir mais    explicações.
– Respeite o desejo da criança. Se ela quiser  ir ao velório, leve-a (não precisa ficar o tempo todo).
– Use exemplos do cotidiano  com animais de estimação ,  plantas, etc.
– Para crianças  entre 5 e 8 anos é importante que se assinale que a morte não é resultado de seus pensamentos nem das suas ações, tendo em vista que este é um período que os pensamentos mágicos  são frequentes nas crianças.
– Os pais e/ou responsáveis  não são obrigados a saber tudo. Quando tiver dificuldades, use de franqueza.  Se for necessário peça ajuda profissional.

Há livros infantis, DVDS que abordam a temática.

Norma

 

Comments

  • Rita de Cassia
    Responder

    Eu tenho um medo gigante da morte e sei o quanto esse tema é delicado e não há como escapar disso.
    Mas enfim!
    bjs
    Ritinha

  • Marilene
    Responder

    Não aprendemos a lidar com perdas porque não recebemos, na infância, informações simples e verdadeiras. Gostei de sua postagem. Não é preciso se estender quando as crianças fazem uma pergunta. Elas querem entender, sem detalhamentos onde, muitas vezes, os adultos se perdem. Bjs.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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