Ressonâncias literárias

 

livro-usado

 

 

A utilização de algumas histórias ou contos é práxis em alguns dos meus atendimentos por serem frutíferos ao processo terapêutico. Desta forma, constato que ler determinados livros, no decorrer da viagem ofertada pelo autor (a), ressonâncias provocam insight de sentimentos desapercebidos.

Assim, no livro Minha guerra alheia, escrito por Marina Colassanti, quando  ela descreve seus medos e encantamentos de menina, vieram a minha memória duas situações em que pude me identificar. Uma relacionada ao medos que me reportaram ao badalar das 18:00 hrs  associado  à musica no rádio da Ave Maria. Era a noite se anunciando e me amedrontando. Não sei se por ter um tio cujo  maior prazer era por medo através de algumas engenhosas criações de fantasmas ou se era pelo momento da noite que se fazia mais solitário.

Na outra situação, me perguntei, enquanto me revia na sacada, se já na infância o colorido das flores me apaixonava, pois  apesar de gostar de ali ficar, sentia que faltava algo.  Na leitura de uns dos  textos  em que a autora descreve um quintal de sua moradia (hotel),  dei-me conta de que lá na minha sacada havia aridez, ainda que  me reportasse a lindos castelos enfeitados por lindas flores. Assim, o encantamento era idealizado.

Introspecção como esta demonstra ser a  leitura também um  importante  instrumento para nos reconectarmos e realizarmos  descobertas sobre o si mesmo.

Você teve alguma experiência neste sentido?

 

Comments

  • toninhobira
    Responder

    Interessante esta observação que ela faz das badaladas às 18 horas do dia, vindo de cidade pequena onde se ouvia os sinos de qualquer parte e as noites eram fundas e sombrias pelos casos de assombrações tão comuns daquela época inclusive pelo falta de energia eletrica em grande parte da cidade. Muito depois que a noite veio como momento bonito, de estrelas e luares.
    De certa forma é sempre uma viagem que fazemos, quando numa leitura somos levados a rever um tempo, uma vida deixada num canto, que vem lembrar e rever sentimentos.
    Abraços e boa semana Norma.
    Atualizações normais agora.
    Bjs.

  • misturebasblog
    Responder

    Quantas vezes na vida, em situações das mais diversas, lembramos de trechos que já lemos, pois nos parece estar na mesma situação… Gosto disso, um bom exercício…beijos, lindo dia! chica

  • Ailime
    Responder

    Boa tarde Norma,
    Na verdade a leitura é muito importante para nos confrontarmos com aspectos da nossa vida sobre os quais pensamos que somos únicos.
    Tenho alguns medos e inseguranças por factos ocorridos na infância. Durante algum tempo – final da adolescência – procurei alguns (muitos) livros onde me pudesse identificar com as personagens! Comigo foi mais ou menos o inverso,))!
    Muito bom este artigo.
    Beijinhos,
    Ailime

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