Prevenção
Prevenção, pensando em família
“A vida humana é um tecido sem emendas, feito de fios biológicos, psicológicos, sociais e culturais, não existem problemas biológicos sem implicações psicossociais, e não existem problemas psicossociais sem implicações biológicas, psicológico, individual, familiar e comunitário” ( DANIEL 1994, p.1-2).
A forma como cada família cuida de seus membros e como cada membro cuida de si é singular e tem a ver com os relacionamentos interpessoais e intergeracionais de seus membros. Isto significa que crenças, mitos, valores influenciam a forma de se lidar com a saúde e a doença e determinam ações que constituem o estilo de vida. Ex de crenças: lavar cabeça depois das refeições; não tomar leite com abacate, etc.
Estilo de vida é um conceito amplo que inclui a pessoa como um todo. “É agregado de decisões individuais que afetam a vida do indivíduo”.( Lalonde ,1974 p.32) É”um aglomerado de padrões comportamentais, intimamente relacionados, que dependem das condições económicas e sociais, da educação, da idade e de muitos outros fatores” (WHO,1988, p.114).
Os aspectos do estilo de vida se combinam para influenciar a saúde individual em todas as áreas: Física, Mental, Espiritual e Social. O estilo de vida interfere no corpo e na mente. Ele pode ajudar ou não o indivíduo a se proteger de doenças e a impedir ou não que as doenças crônicas piorem.
Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a constante avaliação e mudança. A Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 1946, define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. A doença não é uma coisa em si própria, sem relação com a personalidade, a constituição física ou o modo de vida do paciente .
Portanto, partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes podemos observar que as doenças podem ser encaradas como sinais das dificuldades pessoais de lidar com os diversos obstáculos que a vida nos apresenta. Assim, a doença, momento de parada obrigatória, pode também possibilitar: o repensar sobre os aspectos psicosociais que podem ter provocado uma baixa imunológica permitindo que a doença surgisse, bem como o redescobrir recursos pessoais (familiares) que podem ser reutilizados para ajudar na melhora. E aqui estou me referindo aos padrões de comportamento que se tornam tão automáticos que por vezes não nos damos conta que precisam ser alterados. Ex: Sair pela manhã sem se alimentar pode ter dado certo até certo momento em outro pode estar ocasionando mal-estar.
Alguns autores afirmam que os procedimentos para a promoção da saúde incluem: um bom padrão de nutrição, ajustado às várias fases do desenvolvimento humano; o atendimento das necessidades para o desenvolvimento ótimo da personalidade, incluindo o aconselhamento e educação adequados dos pais, em atividades individuais ou de grupos; educação sexual e aconselhamento pré-nupcial; moradia adequada; recreação e condições agradáveis no lar e no trabalho. Trata-se, portanto, de um enfoque da promoção da saúde centrado no indivíduo, com uma projeção para a família. Assim sendo, família tem papel primordial na vida saudável dos seus membros, pois a família constrói saúde e cada um de nós, como representantes de uma família, pode ser elemento de mudança e multiplicador de uma cultura de prevenção através do exemplo, informação e diálogo.
Referências bibliográficas:
Lalond, M. (1974). A new perspective on the health of Canadians. Ottawa; Minister of National Health and Welfare.
MCDANIEL,Susan & Cols. Terapia Familiar Médica, um enfoque Biopsicossocial às Famílias com Problemas de Saúde., Tradução Dayse Batista, Porto Alegre: Ed Artes médicas, 1994.
Who (1988). Priority research for health for all. Copenhagen: World Health Organization
Norma
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