Múltiplas Faces

 

sofrimento                                                                                 

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“Arranco meus olhos só pra não enxergar.
Todas as torturas que estão pra começar”  
                  Ratos do Porão

 

A vida apresenta-se de tantas formas e traz, por vezes, um sentido tão cruel e tamanha dor que acarreta para alguns incompreensão e descrença de um SER maior que protege e acolhe. Por mais que se empatize com o outro, a própria dor é sempre a maior e ela traduz a expressão da subjetividade (mundo interno). Diante do sofrimento sucumbimos ou o superamos.

No rosto, no olhar, na postura o sofrimento se revela. As palavras são uma mera confirmação da dor na alma. Sucessivas situações provocaram lhe sentimento de impotência diante da contingência da vida. A mãe e pai tornaram – se portadores de câncer, ela própria recuperando – se, também, desse mal.  No decorrer de um ano, o pai veio a falecer e a mãe sofre uma recaída.

Nela as seqüelas das perdas, o desgaste das doenças e o imperioso dever de ter de cuidar da mãe e proteger o cotidiano dos seus próprios filhos.

Não tem uma rede de apoio familiar ou de amizades que possa aliviá – la do desgaste físico e emocional. Sua atual muleta é literalmente a muleta que carrega para não cair devido às crises de dores da coluna que afetam a sua perna direita. Não compreende tanto sofrimento! Sente-se descrente.

É  difícil aceitar a dor e o sofrimento inerente à vida. Todos almejam a felicidade. No entanto, há quem diga que a dor é extremamente benéfica quando encarada como um todo, pois a vida sem incômodos, paixões e sofrimentos levaria ao estado de imobilidade.  Para o psiquiatra Alexandre Lowen, “podemos aceitar a dor desde que não estejamos presos a ela. Podemos aceitar a perda, se soubermos que não estamos condenados a um luto contínuo. Podemos aceitar a noite porque sabemos que o dia nascerá…” Neste sentido, Naomi Remen, em seu livro As bênçãos de meu avô, refere-se à dor partindo da seguinte premissa: “a dor que não é sofrida transforma-se numa barreira entre nós e a vida. Quando não sofremos a dor, uma parte nossa fica presa ao passado”.

Esses autores trazem a aceitação da dor como uma possibilidade de evolução, de transformação. Portanto, “integrar o sofrimento à vida pode ajudar a se ter mais força para o combate”, já afirmava a filósofa francesa Chantal Thomas. No entanto, para tal, o amor próprio precisa romper esferas da intimidade (culpa, rejeição, vergonha, etc.) que muitas vezes são desconhecidas; vencer as armadilhas da vida com paciência e persistência; sempre recomeçar.

Bibliografia
Lowen Alexander. A Alegria a entrega ao corpo e à vida. Ed. Summus, 1997
Remen. N. Rachel. As Benções do meu avô. Ed Sextante. 2001

Comments

  • Ana Karla
    Responder

    Bom dia Norma!
    Gosto tanto daqui que passei só pra dar um alozinho.
    Volto com mais calma.
    Xeros

  • Cíntia
    Responder

    Olá Norma, é um prazer enorme estar por aqui. Obrigada pelas suas doces visitas ao meu cantinho, desculpe não ter vindo antes, mas estou numa correria e colocando minhas coisas em dia… mas com certeza voltarei mais vezes!!

    beijos

  • Norma Emiliano
    Responder

    Olá Ana Karla e Cintia
    É muito prazeiro tê-las aqui. Voltem sempre.
    bjs

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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