Intuição materna

Padrão relacional

Alguns encontros de imediato revelam o padrão relacional. Perceber e não crer, transforma o que seria cuidar na permissão de que as ervas daninhas tomem conta do canteiro do amor.

As histórias contadas revelam quem se é

Mônica e Agenor se conheceram num espaço comum que freqüentavam, de segunda a sexta, como estagiários. As conversas aconteciam durante o expediente e, em certo momento, estenderam-se;  ele se oferecia para acompanhá-la até a faculdade.

Não houve um pedido oficial, mas de amigos tornaram-se namorados; passaram a se encontrar no final de semana.

Nas conversas foram falando de si e da família. No entanto, ela começou a perceber que ele se contradizia e o confrontou. Ele ria e dizia que o que contara era brincadeira, só queria observar com seria a reação dela. Ela dizia que não gostava deste tipo de brincadeira, pois mentiras e/ou segredos não faziam parte do seu repertório.

Durante três anos do namoro e ao conhecer a família, ficou nítido como havia situações veladas na família.

Contudo, no momento do apaixonamento não se dá o devido valor ao percebido.

Houve várias situações de lealdades explicitas, na família de origem dele, em que a verdade de fatos não era revelada, por outro lado, também sentia que ele se esquivava para realizar seus planos independentes dela.

Assim, estabeleceu-se esta dinâmica na relação do casal baseada na crença dela de que sua forma de ser o transformaria.

Na véspera do casamento ele a deixou assustada com suas dúvidas sobre o casamento. Neste dia, sua mãe percebeu sua tristeza e inquietação e lhe disse: – se quiser pode desistir. Eu apoio a sua decisão, tenho receios de que casar e ir para longe será o melhor para você.  Eles iriam morar em outra cidade.

Na manha seguinte, ela já acordara feliz, preparando-se para o casamento que tanto almejava, e, em viagem para lua de mel, sentiu uma emoção tão forte que disse a si mesma que tomara a decisão certa.

Os anos se passaram o padrão inicial se manteve, sendo piorado com a reação mais irritadiça dela, pois não chegavam a um consenso: ele se esquivava até que ele se aproximasse confiante de que o amor era mais forte.

Foram necessárias fortes traições para que o elo se partisse e se separassem, confirmando a intuição materna de que aquela relação não lhe daria o afeto e solidez que ela desejava.

Grata por sua visita.

Norma Emiliano

Comments

  • verena
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    Coração de mãe não se engana, não é?
    Infelizmente os filhos, nem sempre, escutam os pais.
    Excelente crônica, Norma
    Tenha uma abençoada nova semana.
    Um carinhoso abraço
    Verena.

  • Toninho
    Responder

    Dir-se-ia ser um acidente muito comum de trânsito. Intuição é um elemento muito desenvolvido em algumas pessoas e as mães são dotadas deste.
    Bela partilha de uma situação que vem como alerta sobre comportamento humano.
    Valeu Norma.
    Beijo paz amiga.

  • chica
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    Incrível isso. As mães tem uma intuição e um “faro”… Os filhos teimam… beijos,tudo de bom,chica

  • Marilene Duarte
    Responder

    Norma, creio que os envolvidos percebem, mas se recusam a pensar que, se hoje não está bom, amanhã ficará pior. Nem sempre as mães acertam, pois têm expectativas bem definidas a propósito do que desejam para os filhos. E estes têm aspirações próprias. Apenas a autenticidade, em meu entender, é capaz de conduzir e produzir bons frutos em um relacionamento. Sempre vale a pena questionar, antes de dizer sim. Bjs.

  • Norma Emiliano
    Responder

    Certamente, avaliar a decisão é imprescindível, mas há crenças e sonhos românticos que impedem que a decisão melhor seja tomada. Nesta cronica/conto, o realce foi num padrão estabelecido e na crença que alguns se firmam no sentido que haverá mudanças se um dos dois investir 100%, mas nas relações é preciso equilíbrio em tudo, principalmente no desejo de investir…

  • Ailime
    Responder

    Boa tarde Norma,
    A intuição de mãe raramente se engana.
    Até pelas pistas que ele ia deixando notava-se que não era leal e ela, apesar de tudo, confiou até ao desmoronamento final.
    Haverá infelizmente muitos casos como este.
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Ailime

  • bethlilas67
    Responder

    Olá, NOrma!
    Pelo que já percebi nestes tantos anos, isso é coisa comum atualmente e, levam aqueles ‘amores líquidos’ tanto observado entre os casais hoje em dia.
    Mas, filhos em geral não ouvem os pais sobre isso e querem seguir em frente, portanto, só vivendo e aprendendo, né!
    beijinhos

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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