Perdas – Maria Emilia
“Dai a palavra à dor: a dor que não fala, geme no coração até que o parte” William Shakespeare
Continuando a série (PERDAS), temos a participação da querida amiga Maria Emilia do blog olhosfechados . O relato e da sua autoria e imagem enviada por ela.
Minha primeira maior perda foi a minha Mãe e depois meu Pai. A perda da minha mãe me calou e tão profunda e totalmente que só ano passado, no dia da Mães, após treze anos dela ter ido embora, consegui fazer um poema, em versos brancos, em sua homenagem.
Minha mãe era imortal.
Tinha absoluta certeza disso.
Ela estaria sempre presente,
enquanto vida eu tivesse…
Mas… A temporada findou…
O espetáculo saiu de cartaz…
E, sob aplausos de pé
e desesperados BIS! BIS!…
Ela desceu do palco.
Não havia o que fazer.
Não havia o que dizer.
Mas havia o que sentir…
Ausência…Falta…Vazio…
Sentimentos doídos…
Que hoje formam em meu coração
um ramalhete chamado…
SAUDADE imortal…
Maria Emilia Xavier
Importante resignificação do sentimento de perda em saudade. A morte não extingue os relacionamentos. Eles persistem dentro de nós e ressurgem de várias forma. Para algumas pessoas ressurgem em forma de sonho, para outras como vozes nas tomadas de decisões ( valores, lemas , entre outros).
A primeria relação que temos é com a mãe. Sentimo – nos cindidos à ela durante certo tempo (simbiose) e sofremos a primeira dor da perda necessária quando nos separamos (física e emocionalmente) e encontramos o nosso “eu”.
Quando perdemos mãe e pai podemos nos sentir como raizes suspensas e levarmos certo tempo para nos fincarmos de novo no chão da existência. Primeiro vem a dor, depois intenso sofrimento psíquico, letargia, ansiedade e até mesmo raiva, até chegarmos a aceitação e adaptação.
Obrigada Maria Emilia por compartilhar de forma poética esta sua perda significativa que também é para cada um de nós, mesmo que para alguns não seja tão consciente.
Norma
Comments
Alexandre Mauj Imamura
o assunto é triste, mas foi abordado de uma maneira muito delicada e especial pela Maria Emília Xavier. realmente fica uma grande e eterna saudade em nós… grande mesmo.
bom dia querida Norma
Rute
Este foi um momento de rara beleza.
Um poema que me arrepiou até à alma. Conforme ia lendo… uma mutação de temperatura percorria meu corpo.
Pouco mais consigo comentar depois de tão intensa emoção.
Uma saudade imortal… por uma mãe imortal. A imortalidade é bem mais comum do que se pensa. As pessoas continuam vivendo em nós através da saudade.
Também gostei muito do fechamento providenciado pela Norma. Tudo perfeito!
Grata por compartilharem comigo tamanha beleza de sentimentos.
Rute
Giovanna
Norma tenho que participar dessa sua série. Acho que é uma forma de expor sentimentos, exorcizá-los. Estou procurando inspiração, me aguarde. Bjs
chica
Maria Emília e sua sensibilidade nos emocionou com o poema.
E como foi bom, creio eu, ela após 13 anos, ter conseguido colocar pra fora seus sentimentos guardados em si.
Adorei a participação e deixo um beijo à ela e pra ti,Norma e tuas idéias brilhantes e legais!chica
Leonel
Perdas assim são sempre difíceis de superar.
Mas, a disposição de falar e escrever a respeito é um bom sinal!
Descrever os sentimentos ajuda a saber como lidar com eles.
Abraços!
Astrid Annabelle
Concordo com a Rute, Norma!
Um momento de rara beleza que nos conduziu à doce lembrança da mãe que já se foi para outra dimensão…eu arrepiei inteira..fiquei emocionada de verdade!
Parabéns, às duas, por este instante mágico!
Norma, agora vem comer um pedaço de bolo comigo…..lá em casa.
Beijos a todos!
Betânia Torres
Que lindo poema para falar de um desfecho. Vi no livro Mulheres que correm com os lobos, que a mãe que a gente tem ou teve ou não teve, mora também dentro da gente.
Os versos falam de um final que fica enquanto memória. Muito bonito. Um abraço, Betânia
Yasmine Lemos
Falar de dor ,saudade docemente. O ramalhete tem cheiro ausente,lembranças eternas,sei bem o que é isso.
Parabéns Maria Emilia pelo desabafo maduro.
beijo Norma e um bom dia
Orvalho
Olá, queridas
Norma, sua iniciativa é perfeita… só se consegue falar quando se tem, ao menos um pouco, trabalhado em si a dor…
Se exppõe em palavras algo indefinível… porque o coração o sente deveras…
Sei do que fala à amiga Maria Emília pois perdi o pai… a saudade dói irremedivelmente!!!
Bjs às duas
Gina
É o momento mais difícil da existência. Lidar com a dor da perda, refletir sobre a efemeridade da vida, encarar a caminhada como necessária, amadurecer…
Bjs.
Sandra Mayrink
Na realidade, todos aqueles que amamos muito, ao partirem antes de nós nos deixam esta saudade. Importante é termos consciência de nossa imortalidade, pois assim conseguimos mante-los junto de nós através da saudade perfumada citada pela Maria Emília.
Acredito que à medida que amadurecemos transformamos a dor irremediável citada acima pelo perfume das lembranças deixadas.
abç
Sandra Mayrink
Ana Karla – Misturação Misturão
Além da bela participação, o poema é lindo demaissss!
Xeros
Toninhobira
A palavra perdas por si já causa mal estar, e quando se relaciona em morte é tudo isto bem relatado pela Emilia, que apos longo tempo pode transformar sua dor e vazio em poesia e linda. E voce Norma com uma beleza de consideração sobre este monstro em nossa vida,com toda sua sabedoria e estudos sobre assunto para ajudar pessoas a lhe dar com esta.Parabens pela série, andei um pouco distante pela falha de minha internet, mas vou revisar os posts do blog e se possivel ainda tentar participar.Meu abraço de paz e minha admiração.Se é dia do beijo,então como sempre deixo o meu de luz pela alegria e paz do seu
coração na sua familia.
Gilson Faustino Maia
Lindo esse poema de Maria Emília. Sua mãe realmente é imortal e estará junto dela, que também é imortal, eternamente. No momento de uma forma oculta, mas depois visivelmente com toda a ternura maternal. Abraços.
Norma Emiliano
Maria Emilia querida mais uma vez lhe agradeço por participar desta minha proposta. Neste caminhar vamos expressando e compartilhando sentimentos. Sua sensibilidade e arte nos proporcionou um belo presente e nos trouxe muita emoção.
Obrigada também a todos que aqui estiveram, principalmente, os que colaboraram com seus comentários.
Aguardo a todos no dia 20/04 com o relato da amiga Yasmine Lemos.
Maria emilia Xavier
Norma, obrigada pelas idéias maravilhosas que você tem e põe em prática, adoro seu Blog. Além da honra de participar de sua proposta, espero que minha experiência tenha contribuído. Bjs no coração de todos.
Socorro Melo
Olá, Norma!
Muito comovente o relato da Maria Emília. O poema é belo e ao mesmo tempo triste.
As suas colocações são importantes, e toca num ponto interessante: o de nos sentirmos como raízes suspensas, com a perda dos pais.
Grande abraço, amiga
Socorro Melo
Liliane Carvalho
Maria Emilia, através de suas palavras nos coloca em contato com esta situação de perda.
Muitas vezes não conseguimos superar esse rompimento, e como você disse Norma, fica aquela sensação de “estarmos sem raízes, sem chão”
Muito significativa a participação de Maria Emilia, belissima, comovente….
abraço as duas, Norma e Maria Emilia.
Nina
Ohh Maria Emília, que texto tao bonito!! Que poema bonito e que bom que vc teve coragem de voltar a falar, e falou tao belo. Sua mae se pudesse ler, iria adorar… quem sabe ela já conhece a beleza que vc fez pra ela, nao é? Quem sabe??!
Achei mt bacana o que a Norma falou no fim, a morte nao acaba com os sentimentos, e é bem assim mesmo… bem assim…
Um bj Maria. No seu coracao. Em vc Norma!
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Oi Olha… Adorei o site