O sabor do afeto
Numa das blogagens coletivas- Vida Simples – eu fiz um post que me reportou à culinária associando – a ao afeto e que hoje reedito com o título que dei ao texto, mas com uma proposta de compartilharmos resiliências.
SABOR DO AFETO
Quando eu era menina e estava com alguma alteração no meu estado de saúde, minha mãe ia para a cozinha. Logo depois, de onde eu estivese sentia o aroma do fuba invadir o espaço. Passado alguns minutos, lá vinha ela com um pratinho me oferecendo mingau.
Este gesto, o cheiro e o gosto do mingau constituiram em minha mente um ato de AMOR da minha querida mãe.
Simples e divino! Todas as vezes que me percebo carente, mesmo após dezenas de anos, vou à cozinha e preparo o mingau de fuba.
Cada colherada tem um significado especial, pois é tocar a minha alma com o carinho e dedicação recebidos na infância. Assim sinto- me reconfortada e vitalizada.
O afeto transformado e doado em forma de alimento.
Partindo desta minha experiência, pergunto a você: Qual a a comida que lhe faz recordar de alguém significativo? Ela está ligada a que fato e sentimento?
Comments
marcela
Oi Norma!
Nossa! como isso é verdade…esses gestos moram dentro da gente como tatuagens não é?
Eu me lembro tanto do bolo quentinho com manteiga da casa de minha avó todos os sábados, dia em que eu dormia lá. Aí! posso até sentir o cheiro e o conforto dentro do peito.
Bjos
Roselia Bezerra
Olá, querida
Abacaxi com vinho tino suave… me remete ao meu papai e era o preferido dele no Natal.
Não posso ver um abacaxi que eu sinto até o cheiro do vinho… quanta saudade e sempre faço no natal pelo valor afetivo dele…
O doce de carambola me remete à vó materna… uma delícia e os seus potes de cristais na sala de jantar, em cima do comedor,eram inesquecíveis também…
A broa de fubá da minha tia Guiomar… Hum!!!
Cada alimento nos leva à partilha do coração também…
Bjm de paz
Tati
OI Norma, saudades do seu cantinho. Adorei o tema! Uma vez já escrevi sobre isso também. Foi na época da BC das cores. Para mim, o afeto tem gosto de café. É o aroma das reuniões de família, principalmente da família da minha mãe, que é de São Paulo e está espalhada pelo Brasil, mas quando se encontra, reúne-se em torno de uma mesa com garrafa de café e muito papo. Minha mãe também sempre enchia nossas xicrinhas quando queria conversar, principalmente questões mais intimas, pessoais. Então, já casada, o Vi foi transferido para longe de casa (bairro longe) e começou a sair antes d´eu acordar. Para me desejar bom dia passou a deixar a garrafa de café preparada. Quando acordo é minha primeira visão. E me sinto amada nesta hora. Além disso, uma de minhas melhores amigas, também amante de café. Nós, acompanhadas de nossas xícaras fumegantes, temos as melhores conversas que duas amigas queridas podem ter. Café, para mim, é aconchego, família, carinho, intimidade… Não vivo sem!
Engraçado que esta semana soube da morte de uma amiga que já não via há anos. Era noite, mas sabe que meu primeiro desejo, naquele momento triste, foi de uma xícara de café? Que interessante me dar conta disso agora… Na hora não associei! Beijos.
luma
As mães são ‘experts’ em tentar curar as nossas carências com a alimentação. Não me lembro de sentir alguma chateação, ficar frustrada ou emburrada… em casa ninguém levava a vida tão à sério! Mas a minha avó era campeã em disposição para a cozinha e convidados. Lembro que quando a cozinha foi reformada, ela não deixou que tirassem o fogão à lenha – nele era mantida uma chaleira de água quente, que a cada pessoa que chegava em casa, um cafezinho novo era passado. Toda hora a campanhia tocava… Sempre fui doida por café e ela me deixava tomar somente de manhã, para despertar! De manhã também, ela fazia virado de bananas com farinha de milho, queijo, açúcar e manteiga. Nham!! E também o biscoito de polvilho frito que nunca mais comi 🙁 Tenho lembranças ruins também! Algo do tipo: encher meu prato de bolinhos e na hora de comer, saber que eram jilós empanados. Mamãe ria e eu não podia retornar, pois estava na casa da tia chata! 😀 As lembranças são várias!! Beijus,
Valéria
Oi Norma!
Minhas lembranças passam pelo aroma e sabor de um belo pão-de-ló, a especialidade de minha mãe que me dava o que sobrava da massa para comer com os dedinhos. Sempre que bate a nostalgia faço um pão-de-ló. Adoro!
Beijinhos!
Lizete Ferraz
Nossa, quero voltar e ler todos os comentários…deve ter coisas lindas…
Fiquei super emocionada com a sua linda, bela história do mingau…mexeu muito comigo porque minha mãe também me fazia mingau de aveia e com tanto carinho…
E nunca me esqueço da minha avó querida, que nos ensinou a comer em uma caneca grande, leite com bolachas picadas e colocadas dentro da caneca, ou com pão francês. Isto está passando de geração pra geração. E é engraçado como sempre estas doces lembranças nos vem a mente, não é?
Adorado post…maravilhoso…sensível demais…
Beijos com carinho
Liz
Gina
Norma,
O mingau de fubá também tem esse sabor afetivo pra mim. Já fiz até um post falando disso.
Tenho alguns pratos que me remetem às boas lembranças, como os bolinhos de fubá e rosquinhas de trigo da minha mãe, que até hoje ela faz pra mim quando eu vou lá.
As rabanadas no natal me trazem à memória uma grande família à mesa, partilhando desse momento especial.
Ih, a lista vai longe!
Bom final de semana!
sonha gleide
Oie linda, vim conhecer seu cantinho, adorei o post e to seguindo, seria um prazer ve-la seguindo lá tbm.. bjus
http://blogdasonhagleide.blogspot.com
Toninho
Quando me vejo de frente para o prato de frango caipira com quiabo rapidamente eu me vejo ao lado de minha mãe, numa cozinha no fundo quintal onde um fogão a lenha deixa exalar o mais adorado cheiro comida caseira que se mistura ao da mãe.
Interessante esta ligação direta Norma.
Meu abraço terno.
cristiane
Nossa quantas lembranças quando fecho os olhos ainda sinto aquele sabor do viradihno de feijão da minha vó com bastante cebola, que saudades sempre que sinto saudades faço em caso parece que sinto o gosto…………