Isadora- A criança que eu fui
Na trajetória individual, passado e presente estabelecem elos e a condição de amadurecimento do indivíduo ocorre através dos vínculos.
Estamos na quinta semana desta Série e , hoje, vamos acompanhar os percursos da infância da nossa querida amiga Isadora do blog tantos caminhos.
O carro está parado em frente à entrada e segue, lentamente, pelo caminho de paralelepípedos. Do lado direito um enorme gramado decorado com árvores e arbustos. Do lado esquerdo a casa do caseiro, depois uma casa maior e mais a frente, uma quadra de tênis. Voltamos os olhos para o lado direito e vemos a piscina, a churrasqueira e a casa principal. Estacionamos o carro na garagem e, finalmente, chegamos à casa do meu tio, em Teresópolis.
Saio correndo do carro e aproveito para lhes contar e mostrar um pouco mais. Atrás da casa principal, mais um gramado bem tratado, a casa de boneca, o salão de jogos (adaptado para a estadia de mais familiares) e uma ladeira. Ao descermos desembocamos no pomar (abacateiros, laranjeiras, limoeiros, jabuticabeiras) e seguindo mais um pouco vemos a horta, o campo de futebol, o chiqueiro, o galinheiro e fechando esse cenário, um rio com água mansa, limpa e fresca.
Esse é o meu lugar, o lugar do meu irmão, o lugar dos meus primos do Rio de Janeiro, o lugar dos meus primos de São Paulo e o lugar de quem mais quisesse chegar. Era um lugar de todos.
Dessde que me entendo por gente e até mais ou menos os meus quinze anos foi nesse lugar que passei quase todas as férias escolares. Tanto as de julho e as de dezembro e janeiro e foi nesse lugar que brinquei, corri, me diverti, sorri e vivi muitas aventuras com meu irmão e meus primos.
Foi nesse lugar que meu pai me ensinou a andar de bicicleta sem rodinhas, que aprendi a patinar na quadra de tênis me segurando, no início, nas grades que a circundavam e depois de mãos dadas e velozmente com meus primos. Foi no gramado em frente à casa principal que corri para procurar meus ovos de Páscoa e para brincar de pique-esconde ou pique-bandeira. Foi sentada nesse gramado que fiz as minhas primeiras incursões culinárias, misturando terra e plantas e fazendo deliciosas comidas, em minhas panelinhas. Foi sentada a grande mesa retangular de madeira com bancos sem encosto que ri por diversas vezes, com meus primos, quando uma das avós nos servia, à noite, a tão famosa sopa de capim, apelido carinhoso que demos para o famoso Caldo Verde. Foi no campo de futebol que descobri que não tinha o menor jeito para a coisa e que gostava mesmo era de jogar handbol. Nesse lugar passei horas nadando no rio e tentando brincar com os peixinhos que fugiam de nós.
Foi nesse lugar maravilhoso que comemorarmos aniversários, Natal e Ano Novo e que celebramos o simples ato de brincar, livres e sem amarras (mentira! com algumas pequenas amarras).
Hoje, o sítio ainda existe, mas não pertence mais ao meu tio, já há uns bons vinte anos. Transformou-se em uma pousada, mas, ainda assim ficará para sempre guardado em minha memória, como sendo o lugar da minha infância.
Isadora
Os eventos familiares põem os membros da família num contato consciente uns com os outros. É muito importante para aprender sobre a família e criar transições, como a de comando ou de soltar-se. Eles refletem o fato de que os processos na família estão num estado de fluxo.
Obrigada querida amiga Isadora por nos permitir conhecer seu ninho de afeto e aprendizado.
Norma Emiliano
Comments
chica
Que coisa mais linda mais essa história de infância por aqui.
Como é bom conhecer mais de nossos amigos, SABER DAS RECORDAÇÕES LINDAS DA ISADORA E TANTOS DETALHES DE SUA VIDA e tu nos permite isso aqui!
Um beijo às duas, tudo de bom e linda semana.
Isadora
Norma, obrigada a você por abrir espaço por aqui para dividir histórias, compartilhar sentimentos.
É engraçado vermos a nossa história trasncrita, em um outro lugar, mas ao mesmo tempo me permitiu um distanciamento que só me fez perceber e reforçar o que eu sempre soube: tive uma infância muito feliz, ao lado do meu irmão, meus pais e minha família!
Um grande beijo e obrigada
Nilce
Que recordações lindas a da Isadora. Uma infância cheia de alegrias e brincadeiras. Irmãos e primos todos juntos, depois a gente cresce e ficam as lembranças.
Gostei muito do texto da Isa.
Parabéns às duas.
Bjs no coração!
Nilce
Alexandre Mauj Imamura
Bacana! foi uma infância boa.
A gente nota, com esses relatos, o quanto é importante essa fase da infância para o desenvolvimento de bons cidadãos. olha ai a Isa como exemplo.
boa semana pra vc, Norma!
bjs
Ana Karla – Misturação Misturão
Isadora só podia ter sido mesmo uma criança de verdade.
E jogou handbol?
Achei o máximo!
Norma uma boa semana pra ti e mais uma vez parabéns por essa proposta, pois nos deixa conhecer mais de nossos amigos blogueiros.
Xeros
serginho ferreira
Olá!
Que bela visita…Fico feliz.
Um abraço,
Serginho.
Ronda
Olá Norma,
Como lembrou o Alexandre, esta época da infância é mesmo fundamental para o desenvolvimento do caráter da pessoa. Conheci a Isadora a poucos dias, e já percebi o quanto é querida.
Abraços!!
Orvalho
Olá, Norma querida
Tudo maravilhoso por aqui nessa sua iniciativa… Parabéns!!!
Isa querida, conhecendo pessoalmente vc e o jeito como descreve a sua infância posso falar uma coisa em base à realidade do que vi: tem toda razão pra ser uma menina suave… afetuosa… teve berço e base familiar…
Gostei da sopa de capim… esse termo foi novo pra mim em relação ao que dizem as crianças…
Se a casa da família foi transformada em Pousada percebe-se que era imensa e aconchegante… não é mesmo?
Bem, agora que seu lar seja fraterno pois vc teve exemplo para tal…
Sejam felizes e abençoadas as duas…
Norma querida, vc sempre termina muito bem o dia de segunda, excelentes suas colocações como síntese da série. Bjs
ELIANA
OI NORMA
FICO MUITO FELIZ EM VIR AQUI E LER AS HISTÓRIAS DA INFÂNCIA DE PESSOAS
TÃO QUERIDAS AQUI NA BLOGOSFERA COMO A ISADORA ,QUE BELEZA PASSAR FÉRIAS ASSIM TÃO FELIZES JUNTO DA FAMÍLIA!
CRIANÇA FELIZ ADULTO FELIZ!
PARABÉNS PELA INICIATIVA!
BEIJO
Nina
Ahh que lindo esse espaco, pra lembrar da infância.. coisa boa, delicia viu??!!
Eu amo lembrar da minha, amo!!!!
Isadora, que bacana essa tua lembranca, bacana mesmo.
Um bj
Luma Rosa
Norma, muito pertinente sua observação – como sempre!
Os núcleos familiares hoje em dia são tão restritos para a criança que a figura paterna e materna são, muitas vezes a única referência como adultos. Lembrar que existiu outros adultos na infância é bastante salutar e a Isa sempre reforçando a imagem linda que tenho dela!! 😉 Beijus,
Tati
Oi Norma e Isa. Eu me lembro deste texto, acho que do Vida Simples, não foi? Adorei-o da primeira e agora novamente! Uma infância muito feliz. Me leva ao contato tão gostoso com primos. Sou muito próxima a meus primos até hoje. Coisa gostosa esta relação, as risadas que surgem do nada e não cessam… Amei ler seu texto, Isa. Norma, esta série está bombando!!!
Beijos.
Denise
Que deliciosas imagens vc nos ofereceu pra construirmos um pouquinho teu relato tão gostoso, cheio de saudade de anos inteiros compartilhando alegria, travessuras, aprendizados, artes infantis em convívio familiar.
Adorei te ler, Isa!!
Bjos pra vc e pra Norma!
Norma Emiliano
Querida Isadora agradeço mais uma vez a sua participação nesta Série, bem como a todos que aqui estiveram.
Este entreleçar de histórias vai nos permitindo caminhar pelos importantes alicerçes familiares. Sinto- me intensamente gratificada .
Aguardo a todos em 15/11 com o relato da amiga Roselia.
Beth Q.
A Isa é uma fofa, pessoa querida e de aura boa!
Claro, com uma infância dessa, queríamos o quê?
Sua observação ao final foi excelente e reflexiva, como é bom quando a família pode se reunir e trocar afinidades, cohecimentos, alegrias, enfim!
bjs cariocas
josé cláudio – Cacá
Uma alegria conhecer um pouco mais da doce Isadora! Adorei ! Abração. paz e bem.
Liliane Carvalho
Norma,
a Isadora realmente foi muito feliz
maravilhoso saber que muitas pessoas felizes hoje, na verdade são o reflexo de sua infancia
Tive poucos primos e com 2 brinquei também.
E você com suas observações que tanto nos enriquece.
Parabéns pela iniciativa, viu?
Um abraço gigante pra você