O que escondemos de nós

Este texto foi publicado em 2011, mas é uma temática sempre atual e na nossa contemporaneidade é agravada pelo fator velocidade que nos dispersa da conexão pessoal.

Nosso corpo mostra em seus contornos e trejeitos a tela que pintamos nossa vida. Diante desta tela, vemos os pontos fortes e fracos da nossa personalidade.  Por outro lado, atraímos e expulsamos através dos espaços delimitados a outros corpos.

Nosso corpo nos revela o bem e o mal que nos chega  à  alma. Ele projeta o inconsciente. Sua comunicação se faz através de sensações ora agradáveis, ora doloridas. Todos os nossos sentimentos, afetos e emoções tomam conta das nossas células.

Quando não conseguimos expressar nossas emoções e administrar nossos conflitos internos,  armazenamos tensões em nosso corpo e surgem sintomas comunicando- nos que algo vai mal. O corpo entra em sofrimento com  feridas,  dores,  descontroles e descompensações orgânicas.  Há o desequilíbrio do corpo e da mente , dando origem as doenças psicossomáticas, e o indivíduo não consegue compreender os sofrimentos que vivencia.

Estudos já comprovaram que  as células  sofrem um controle contínuo por nosso Sistema de Defesa Imunológico que parece estar ligado às emoções e sentimentos. Assim,  o que escondemos  de nós mesmos  a  doença expressa  nos  levando a ter de lidar e resolver o que nos  tolhe de sermos o que desejamos ser. Este é o caminho metafórico do corpo sinalizando que algo precisa ser feito.

Para ilustração dessa temática escolhi um trecho de uma leitura que fiz  “A Distãncia entre nós” de Thrity Umrigar.p.110

“O pensamento é imediatamente acompanhado por uma dor surda debaixo do ombro.É uma dor que não existe, sabe disso, uma dor psicossomática mas mesmo assim sente doer (…) Já tinham se passado  muitos anos desde o golpe que fez seu braço inchar e doer durante muitos dias.
Por outro lado, quem sabe?- talvez o corpo tenha a sua própria memória, como as linhas invisíveis dos meridianos de que os acupunturistas chineses sempre falam. Talvez o corpo não perca, talvez cada célula, cada músculo e cada fragmento do osso se lembre de cada golpe, de cada ataque sofrido. Talvez a dor da memória esteja codificada na nossa medula, e cada sofrimento rememorado navegue no nossa corrente sanguínea como um eixo duro e negro.
Afinal, o corpo, como Deus, anda por caminhos misteriosos.” 

O que você pensa sobre isto?  Você sabe reconhecer os sofrimentos que está vivenciando para além do seu corpo?

Comments

  • chica
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    É incrível isso. Quando acontece qualquer coisa que me preocupa muitíssimo, parece que abro as barreiras e fico debilitada.Acontece sempre! Aí, se instalam e até simples gripes viram gripões…beijos,chica

  • Socorro Melo
    Responder

    Norma,

    Há um ditado que diz: o corpo fala. E fala mesmo, através de sinais. Podemos perceber o que nos acontece, e já saber o que está refletindo.
    Mas, há muitos desses sinais que ainda não sei ler, quando meu corpo os emite.

    Grande abraço
    Socorro Melo

  • Manuela Freitas
    Responder

    Olá querida Norma,
    Muito interessante o post.
    O meu sistema nervoso tem grande reflexo no meu sistema metabólico, não são males fictícios, são mesmo problemas físicos.
    Há uns anos, tudo se reflectia na vesícula e tinha grandes crises. Fiz exames, estava tudo bem e o diagnóstico foi vesícula nervosa e só passava bem tomando um calmante.
    Agora tudo passou a incidir mais no estomâgo, com azia, com refluxo, com dilatação, já fiz endoscopia e tudo bem, a causa é sempre o sistema nervoso e todas as pessos me consideram muito calma! Como não gosto de discutir, engulo!
    Portanto Norma os problemas não são de carácter propriamente fictício!
    Beijos,
    Mani

  • Tati
    Responder

    Oi Norma, eu sou a rainha da somatização. Sapos engolidos tornam-se amigdalites; raivas, gastrites; tenho febres por cansaço ou frustração e assim por diante, minha mãe diz que sou assim desde criança. Por um lado me ajuda a me ouvir. Quando o corpo já gritou e eu tapei os ouvidos ele me deixa doente, daí sou obrigada a prestar atenção. Nestes casos meu recurso é exatamente a acupuntura, com uma psicóloga especilista em medicina chinesa que, de acordo com o local da dor me faz uma perguntas sinistras, sobre aquilo que eu não queria ver de jeito nenhum. Saio renovada! rsrs
    Adorei o tema, o trecho do livro e seu texto.
    Beijos.

  • Lu olhosdemar
    Responder

    Querida,

    uma vez (há nao mto tempo) – eu tinha uma questão a resolver que estava litealmente entalada na minha garganta. E com ela, uma tosse que não cedia com medicação alguma. No dia em que eu decidi resolver o problema, e conversei com a pessoa…. a tosse sumiu. Impressionante.

    um beijo pra vc, precisamos tomar outro chá!

  • ELIANA
    Responder

    OI NORMA NESSE MOMENTO ESTOU TENTANDO ADMINISTRAR OS CONFLITOS INTERNOS,MAS TE DIGO UMA COISA TÁ MUITO DIFÍCIL!!!
    BEIJO

  • Meri Pellens
    Responder

    Olha, eu não consigo mais ouvir música há vários anos, mas muitas vezes me lembro de músicas, não tanto a letra, mas a melodia, os sons dos instrumentos tilintando como se estivesse ouvindo realmente aquela canção. Fecho os olhos e é como se ouvisse. É a memória! Com essas dores inexplicáveis deve se dar o mesmo.
    Beijo na alma, Norma.

  • chica
    Responder

    Trecho muito interessante e valeu ver que quando me preparei para responder, já o havia feito em 2011. Sempre atual!
    beijos, lindo fds! chica

  • Verena.
    Responder

    Quando a alma sangra o corpo chora, Norma.
    Acredito nisso.
    Muito interessante o seu texto.
    Lindo fim de semana.
    Beijinhos
    Verena.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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