Condutores do dia

Foto autoral

Planejar com antecedência o comparecimento aos eventos e passeios tem sido uma incerteza.  As previsões nos orientam, porém, no verão, o momento da chuva desabar acaba sendo uma incógnita e nem sempre acontece ao mesmo tempo em todos os lugares da cidade.

Diante deste fato, ontem, fui convidada a comemorar o aniversário de uma amiga em um restaurante, no bairro Jardim Icaraí, próximo onde moro. Aceitei o convite com a ressalva das condições do tempo. 

Fiquei na espreita do céu que começou a se mostrar com nuvens espessas a partir das cinco. Ás 18: 30 havia o alerta de chuvas moderadas. Não segui a intuição de que não deveria arriscar. Assim, decidi que iria.

Chamei um taxi e, assim que partimos começou a chover. Quando chegamos próximo ao restaurantes as ruas estavam alagadas e motorista em dúvida, mesmo com GPS, como chegaríamos ao local.

Tentei ligar para a amiga, que nos indicou o melhor caminho. Porém, percebi que a chuva e trovoadas aumentavam e que eu não teria condições de chegar ao restaurante sem ter que entrar na água. Resolvi que voltaria para casa. Avisei que não chegaria ao destino.

Percebi o motorista indeciso aonde irmos e fui certeira na informação que nos daria a possibilidade de chegar ao bairro e a minha residência de forma que o carro ficasse sem condições de passar.

Uma aventura em dias de verão com as imprecisões do tempo, dos condutores dos taxis e da presteza da minha decisão de retorno ao meu aconchego.

Desta proeza surge a inspiração poética:

Chuvas de verão 
Relâmpagos e trovões 
Ruas alagadas
Desperdício do desejo
Nao concretizado. 

Fui e voltei
Como se diz 
"No mesmo pé ""
Não segui a intuição.
Recuei do intento
De abraçar a amiga 
aniversariante. 

A chuva me venceu.
Mas celebrar vai além. 

Observação- Agradeço a Rosélia e Fernanda por estar, hoje, fazendo parte do lindo e poético espaço Entre Nós. https://entrenosduasflores.blogspot.com/2023/02/norma-emiliano-entre-nos.html

Grata por sua visita e comentários sempre bem-vindos.

Comments

  • Olinda Melo
    Responder

    Olá, Norma
    O Verão tem desses imprevistos. Quando menos se espera
    cai uma chuvada que arruina os planos todos. Gostei muito do poema que construiu a partir desse facto.
    Já fui ao “Entre Nós” e gostei muito de a ver lá com a Fê e a
    Rosélia. Os vossos poemas são belíssimos.
    Beijinhos
    Olins

  • chica
    Responder

    O tempo e suas atrapalhadas …Faz mudar plenos, né? Adorei tua inspiração! beijos, chica

  • roseliadosreisbezerra
    Responder

    Boa noite de paz, querida amiga Norma!
    Que delicadeza você referenciar sua homenagem lá no ENTRE NÒS. Muito raro hoje em dia ser assim. Aplausos por valorizar as amizades antigas.
    Não tenho mais coragem de me aventurar em coisas arriscadas e quase não saio mais para longe e, sobretudo, em dias de chuvas. Se bem que no Verão, elas vêm de repente.
    Você foi muito sensata em voltar ao lar, tenho visto nos jornais os perigos que enfrentam os que tentam ultrapassar enchentes ou alagamentos.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos

  • R y k @ r d o
    Responder

    Quando se planeia não acontece.
    Bonito poema.
    Cumprimentos poéticos

  • toninhobira
    Responder

    Ah, como controlar o tempo diante tantas atrapalhadas que o homem fez ?
    Os dias de verão não eram assim, as aguas tinha caminhos livres, e as matas eram mais verdejantes. Tudo virou Norma e hoje somos vitimas desta mudanças e para amenizar os desencontros só mesmo poetizando com sua arte.
    Amanhã será novo dia e outros abraços poderão ser dados, mas como dói amiga.
    Bonita e precisa inspiração amiga.
    Beijo e paz e todo cuidado com as tempestades.

  • Fá menor
    Responder

    Muito bom.
    O GPS nem sempre ajuda, ainda hoje tive prova disso: quando estava chegando quase ao local especificado, o dito cujo saiu de cena. Valeu estar tempo bom para poder perguntar nas redondezas e seguir as indicações que me deram.

    Beijinhos.

  • Maria
    Responder

    O tempo é mesmo instável e de repente os nossos planos têm de mudar. Sempre inspirada mesmo num dia em que a chuva se fez sentir e alterou os seus planos de abraçar e comemorar com a sua amiga.
    Beijinhos

  • taislc
    Responder

    Gostei muito de ler, Norma, mas que coisa desagradável, na hora de sair, um toró!!! Consigo imaginar tudo!
    Um poema do cotidiano.
    Uma feliz semana, com carnaval ou chuva!
    Beijos

  • Ana Freire
    Responder

    O tempo anda demasiado instável um pouco por todo o lado! Aqui no último mês de Inverno, está mais frio que nunca… e em algumas regiões de Espanha está nevando…
    Apesar de ter sido um dia cheio de contrariedades… também é bom verbalizá-las e poetizá-las… para as relativizar… afinal sua amiga soube que tentou comparecer, e terá compreendido a situação.
    Um beijinho! Continuação de uma boa semana!
    Ana

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

%d blogueiros gostam disto: