Acessibilidade
É preciso amor
Ao afirmar que ouve bem, só não entende o que é dito, se está, de alguma forma, desconsiderando o problema da audição.
Um depoimento:
A perda auditiva é comum com o envelhecimento. Para mim, começou com dificuldade de entender alguns fonemas; não dependia principalmente do volume da voz, mas muito das articulações das palavras.
Para quem tem vida social, interage além do contexto familiar, esta percepção é maior. A princípio observei que nos atendimentos com determinadas pessoas com articulações indefindas e com sons abafados (sem abrir a boca quando fala) não os ouvia com precisão. Posteriormente, em aulas, congressos, este desconforto foi aumentando e senti necessidade de buscar um especialista e fazer audiometria. Desta forma foi detectada uma perda bilateral que não era excessiva, mas que precisaria de uso de aparelho auditivo.
Imediatamente, recorri a este recurso, e posso afirmar que não foi de fácil adaptação. Mas a minha persistência e o conhecimento de que se não o usasse haveria maiores danos foram decisivos. Há quase 5 anos o utilizo. Sinto necessidade em usar meu aparelho cada vez mais, de modo a retirá-lo só quando é necessário.
Contudo, é estressante quando alguém fala muito depressa ou com a voz abafada e você pede para repetir e o outro pergunta se você não está com aparelho. Quem não tem esta experiência (vivência) não alcança a idéia de que a prótese não funciona como um ouvido novo. Não consegue ter empatia e a impaciência se expressa.
Muitos não têm a perseverança e a perda de audição aumenta, pois o cérebro diminui o processamento das palavras. Com qualquer grau de surdez é imprescindível buscar a reabilitação auditiva ( não se volta a ouvir como antes, mas se escuta melhor).
Pessoas que não escutam com clareza acabam se isolando, pois as interações acabam sendo estresse e sofrimento, principalmente se os que estão no entorno não colaboram Portanto a acessibilidade depende que haja uma relação de amor, cuidado, entre aqueles que estão se comunicando.
Norma Emiliano
Comments
bethlilas67Beth
Bem verdadeiro o artigo, pois conheço duas pessoas que têm este problema e sofrem um pouco com o distanciamento de outras, infelizmente!
As pessoas não têm paciência e empatia diante deste fato e preferem se afastar, quando poderiam ajudar muito se tivessem um pouco de paciência e amor ao próximo. Muito bom!
abs
Élys Vianna Gomes
Tenho problemas de audição e para corrigir uso aparelho e concordo com o seu depoimento.
Um abraço .
Élys.
Ailime
Boa tarde Norma,
Um problema que nos vai afetando à medida que envelhecemos, uns mais que outros e o importante é que nos sintamos bem.
Pena não haver compreensão dos que estão próximo e ainda brincam com o caso.
Para tudo na vida necessitamos de muita tolerância.
Um beijinho,
Ailime
chica
Tenho irmã com esse problema de audição e é realmente algo que deve ser tratado logo aos primeiros sinais. Belo tema! beijos, chica
roseliadosreisbezerra
Boa noite de muita paz, querida amiga Norma!
Muito diferente vi o problema exposto por você.
Automaticamente me lembrei dos que não são ouvidos também…
Há um isolamento do mesmo jeito
Sei que sabe …
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno
Norma Emiliano
Rosélia
A questão focada diz respeito a dificência e acessibilidade, aqui especificando-se a desinformação sobre a prótese auditiva, seu uso e necessidade de empatia por parte das pessoas envolvidas na comunição. O isolamento ocorre quando a comunicação não se realiza.
toninhobira
Bom fim de noite Norma!
Um assunto interessante bem ilustrado com este depoimento, porque lembro de parentes com a dificuldade de usar estes aparelhos nos anos 70 e 80 quando ainda não eram tão evoluídos e confortáveis como os atuais. Já fiz testes de audiometria e confesso, que é chato demais, mas no meu caso foi para detectar problemas como labirinto, que afinal estava normal. Hoje tenho uma tia com 97 anos que usa e sente-se bem com ele, mas é comum o pedido de repetição. Mas quem não os acessa noto, que são um pouco isolados, pois não escutam, falam mais alto, devido a falta de retorno e com isso se isolam ou são isolados pelas pessoas.
Perfeita postagem em partilha generosa.
Beijo de paz amiga.
Calu
Muito oportuno e esclarecedor este artigo, Norma. Eu tinha alguma informação sobre as dificuldades de adaptação ao aparelho, porém, vejo aqui, que o empenho vai mais além disto, abarcando também as relações pessoais. Ótima postagem. Grata pela partilha.
Bjkas,
Carmen
roseliadosreisbezerra
Sim, amiga Norma…
Post muito bem explicadinho por você.
Só que, automaticamente, me lembrei do sentido não literal.
Desculpe-me se não me fiz entender.
Mas entendi sim seu post.
Bjm de gratidão