Terapia do amor
Preservar afetividade e proximidade e, ao mesmo tempo, manter autonomia de escolha.
O indivíduo se constitui através de suas interações primárias. Partindo desta premissa, observa-se que alguns se paralisam e não encontram soluções para seus problemas. O pensamento de que as soluções são sempre externas faz com que a pessoa coloque no outro e/ou no contexto o motivo de seus problemas. Desta forma, buscam as respostas nos livros de auto-ajuda, religião, etc.
O contato que o ser faz consigo mesmo e com seu amor próprio são fundamentais na trajetória de vida. Reconhecer-se como humano; alcançar e aceitar as limitações possibilitam- no a ser tolerante consigo mesmo e com o outro.
A convivência humana, apesar da sua complexidade, é uma das mais ricas fontes de aprendizado. No isolamento, o referencial unilateral e próprio não favorece confronto das diferenças pessoais. É comum que a convivência entre iguais (familiares) reforce os valores, a visão de si mesmo e do mundo. Não é simples ampliar visões.
Na atualidade, aumentaram as chances das pessoas entrarem em contato com a diversidade. Contudo, no que diz respeito à percepção do outro, parece que a gama de informações, disponível através dos diversos meios de comunicação, não tem tanto sucesso. Diferenças de opiniões levam a atritos e a mágoas. A negociação, terminologia tão usual, não consegue alcançar no cotidiano privado o lastro do mundo empresarial.
O ser humano é complexo. Em meio ao passado e ao presente busca seu caminho para felicidade. A construção do conhecimento, através dos tempos, nos mostra os obstáculos e conquistas humanas. Todavia, o mundo moderno trouxe um alto grau de complexidade para a vida das pessoas. As mudanças científicas e tecnológicas trouxeramuma urgência, uma velocidade de tempo, uma indefinição do espaço que têm dificultado ao indivíduo conciliar o racional e o emocional, a vida pública e a privada.
Dentro deste contexto, cada vez mais, o indivíduo sente-se desconectado dos seus sentimentos, sente dificuldade nas escolhas e na convivência que acaba sendo assombrada pela insegurança e desconfiança. Hoje, o autoconhecimento transforma-se numa ferramenta indispensável para o alcance da qualidade de vida e saúde mental.
“As pessoas fracionam a vida quando rejeitam a si mesmas, negam a própria história, quando valorizam o modelo social, seja estético, seja comportamental, sem questiona-lo” (Pedro Monteiro). Assim sendo, cabe repensar a história de vida, sair do automático, fazer o balanço dos ganhos e perdas por atitudes repetitivas e permissíveis, respeitar as diferenças, alimentar as relações, enfim, organizar- se, tentando estar atento a si mesmo e a tudo o que faz.
Norma
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