Dignidade Humana
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Falar do cotidiano é simples, porém a forma como é percebido faz toda a diferença. Neste relato, o contexto é um ônibus urbano e os participantes: o motorista e seus passageiros (jovens, crianças e idosos).
Sabemos que a partir dos 65 anos de idade, o transporte rodoviário é gratuito e cada pessoa possui o seu próprio passaporte após o cadastramento realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social. Diante desse direito por lei, muitas são as situações que os idosos enfrentam no seu dia-a-dia.
A Lei nº.10.741/2003 (Estatuto do Idoso), em seu artigo 230, determina que “a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”. Contudo, o que vivenciamos denuncia que a sociedade “não comunga desse credo”.
A impessoalidade reinante, no sentido de tirar da vida tudo que é humano, e o excesso de individualismo não conferem dignidade ao ser humano e cenas de desrespeito são frequentes. Nesse sentido, chegamos ao seguinte fato ocorrido: uma senhora de 80 anos entra no ônibus com outros passageiros. O motorista, que é atualmente também o cobrador, recebe o dinheiro, dá instruções sobre lugares para outros e dirige-se a senhora referindo-se ao seu cartão e à roleta. Diante de tanta confusão, a senhora não consegue passar e o motorista solicita-lhe que desça, pois a roleta travou e depende de um novo pagamento. Ela se recusa a descer e muitos dos passageiros começam a gritar para que ela desça, pois estão com pressa. Ela desce, com a fisionomia irritadiça, para enfrentar uma nova espera, num dia ensolarado.
A teoria na prática não se concretiza. Propiciar ao ser humano bem-estar requer políticas públicas, humanização de todos e valorização da vida.
Falar em envelhecimento, como se fosse algo à parte de cada um, é viver na alienação. A dignidade humana e a qualidade de vida fazem parte do processo evolutivo e educativo. Viver com dignidade é ter a condição de ser humano respeitado. Em sua música “È preciso saber viver”, Roberto Carlos resume tudo isto muito bem.
Enfim, presente, passado e futuro são os elos da vida. Portanto, não percamos de vista a dignidade de SER humano.
Norma
Comments
Sonia Beth
Norma, um excelente dia pra voce. Pra mim falar em dignidade humana é falar em Direitos Humanos, questão combatida por muitas pessoas. Voce que é terapeuta de familia, já deve ter percebido que se houvesse educação em direitos humanos ou diginidade humana dentro do próprio lar , a convivência em casa e na sociedade seria bem melhor. É o que eu penso.
beijinhos e um excelente dia a todos do Pensando em Família
Ana Karla – Misturação Misturão
Norma, sem falar que um dia todos serão idosos e precisarão da dignidade, respeito e humanidade de todos.
Um absurdo!!!
Bom dia
Xeros
Beth Q.
Ai, isso dói!
Às vezes, sinto que estamos num mundo de Saramago mesmo, aquele do romance Ensaio sobre a Cegueira.
Que triste constatarmos que tanta coisa evoluiu neste mundo e neste país, mas as relações e respeito ao humano e principalmente idosos, caminham para trás.
um abraço carioca
Nilce
Oi, Norma
O que falta é educação e respeito.
E isso se traz de berço. É em casa que temos exemplos, sem precisar de leis.
No nosso tempo não existiam essas leis e sabíamos muito bem respeitar todos independente de idade, raça ou condição social.
Se não, um bom beliscão resolvia e nunca ficamos traumatizados por isso.
Fico indignada e revoltada com o que vejo nos dias de hoje.
Adorei o tema. Quer tomar um café pra continuarmos o papo?
Bjs no coração!
Nilce
leci irene
Norma, há uma nova doença tomando conta da humanidade – a pressa. Pressa para sair, pressa para chegar. Pressa para comer. Pressa para tudo. E parece que foi com muita pressa que esquecemos a solidariedade, as leis do amor…
Socorro Melo
Oi, Norma!
Uma excelente abordagem. Fico estarrecida com tanta falta de respeito à dignidade das pessoas, principalmente em locais públicos. Em ônibus é um horror, ninguém respeita ninguém. As próprias mães, sentam crianças nos assentos destinados a adultos, idosos e deficientes, e fazem de conta que não estão vendo as pessoas de pé, ao lado. É uma falta de educação tremenda. Como se vivessem no mundo ilusório do faz de conta… faz de conta que não vou ficar velho…
Um grande abraço
Socorro Melo
Daniel Soares
Muito triste saber como a sociedade esta caminhando, Nilce
citou os fatos de beliscões e isso não eh tratado como violência
ao menor. Acho que a Educacao deveria vir do Berco mas não eh o que esta acontecendo.
Espero que as pessoas que tenham um pouco de poder comecem a tratar de questoes como essas tão banais na formacao de uma sociedade
com mais atencão.
Uma Boa tarde a Todos.