Contemporaneidade

Dois acontecimentos  estimularam- me a criar este texto: o primeiro foi tomar conhecimento da celebração de 64 anos de união de um casal,  o outro foi o post da amiga Karla do blog Misturação sobre o Círculo mágico.

Imagem google

Sessenta e quatro anos de vida conjugal com todos os membros, filhos, netos e bisnetos vivos. Celebração da vida em comum e da construção da família extensa que se reúne em torno deles. Uma vida dedicada à família, ao afeto, aos “bons costumes”, como afirmam sempre.

 O ritual  de celebração envolve todos os membros desde os preparativos até  o grande dia.

 Neste processo, as reuniões familiares ocorrem,  formando uma grande roda na qual  ninguém admite ficar de fora.  Elo de força transmitido de geração à geração.

 De acordo com a civilização primitiva o “círculo mágico” afirma valores positivos e  expulsa os negativos, pois através da energia emanada entre as pessoas componentes da roda (Círculo), os maus espíritos eram afastados e os bons ali permaneciam.

 Se pensarmos que na contemporaneidade, a maioria das famílias, vem perdendo o hábito de estarem em roda, trocando afetos e diálogos e que os eletrônicos têm caracterizado  o estado de “ilhas”, pessoas isoladas no real  e  em conexão com o virtual.

 Quais seriam os sentimentos dos pais e dos filhos? Convivem na mesma casa, são interdependentes e sem diálogos. Neste sentido, como estar no círculo mágico, criar uma corrente de energia afetiva, construir a referência interativa saudável, recurso  imprescindível  ao desenvolvimento do amor próprio, auto estima e  base da relação do ser humano em todas as áreas de sua vida?

 Este é o grande desafio que a sociedade  atual enfrenta diante do paradoxo de se querer dar aos filhos o que de mais moderno existe eletronicamente e o  consequente distanciamento das relações humanas no cotidiano.

 Deixo  com essas articulações, um convite à reflexão sobre o nosso legado à humanidade.

Norma Emiliano