A rede
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A rede
“A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver”. Clarice Lispector
Em seu atropelamento, antes mesmo do socorro chegar, viu-se rodeado dos seus familiares; a dor não cessou, mas o seu ser se aqueceu.
O ser humano para sobreviver precisa ser cuidado. As formas desse cuidar possibilitam o desenvolvimento físico-cognitivo e emocional.
Seguimos o caminhar da existência, cercados de afetos que podem ser bons ou ruins. É na percepção de cada indivíduo que se formam os sentimentos e imagens do que é ser amado e do pertencer.
Todas as pessoas, através da identificação, sentem a necessidade de fazer parte, de pertencer. Essa necessidade varia de intensidade e precisa se transformar através das etapas de vida. A fixação do pertencimento do que vem do externo é prejudicial à saúde mental. Isso não significa que estar inserido, compartilhar e ser aceito sejam aspectos a não serem considerados. Neste sentido, é importante uma percepção real do entorno para que o sentimento interno do pertencimento não seja abalado.
A cultura contemporânea não tem privilegiado as relações sociais, a proximidade dos membros familiares, a manutenção das amizades e os amores estáveis, criando descontinuidades. Em decorrência, conforme observa Kaufmann, “a pertença é hoje usada basicamente como recurso do ego”,
As relações econômicas têm predominado no direcionado do sentido da vida dos indivíduos e a moeda, o consumo, o descartável têm gerado isolamentos, pois as redes se constituem e se mantêm através do investimento de tempo e energia.
Pensar no pertencimento, dentro desta perspectiva, é assimilar a condição de interdependência humana e a rede como aquele lugar a que pertenço e me nutro da interioridade do meu pertencer.
Norma Emiliano
Comments
Toninho
Maravilhosa reflexão Norma deste pertencimento a que nos submetemos na criação desta rede, na qual inseridos é preciso toda uma analise continua a que se destina, para que não se perca no descartavel tão bem colocado.Urge a reciclagem permanente para que seja imune de todas as mazelas contemporaneas,que fomentam a o isolamento e queima de energias para no final, não dar em nada, do que se pensava encontrar.Parabens amiga por nos colocar de frente de uma bela e dificil reflexão.Eu viajei.
Um belo dia todo dia.
Carinhoso abraço.
Valéria
Oi Norma!
Perfeita sua reflexão! A vida de corre-corre, de busca material, está intensificando as relações casuais em detrimento dos bons momentos com a família, de valores mais sedimentados e que nos propiciem a boa sensação de pertencer, extremamente importante para a nossa saúde mental, para o nosso bem viver. Gosto muito desta temática!
Beijinhos e uma boa tarde!
Nina
é mesmo Norma, todos estamos envolvidos numa rede. Bacana sua visao disso.
Ila Fox
Oi Norma! Pode usar em seu blog, só citar meu nome e link clicável para meu blog para que seus leitores saibam de quem é. 😉
Beijos
Teresinha Ferreira
Olá Norma,
O mundo mudou… As pessoas mudaram… Estão mais no seu mundo e valorizam apenas o lado material. A busca por novos caminhos está deixando de lado alguns valores. A rede está tomando conta das nossas vidas e dos momentos mágicos.
Beijos mil
Isadora
Oi Norma como é importante o sermos cuidados, termos pessoas que em nossa caminhada nos cobrirão de afeto assim como nós as cobriremos. Acho essencial para nos fortalecer e fazer esse trajeto mais suave.
Aproveito para te dizer que estou com um blog novo: http://tantoscaminhos.blogspot.com/
O outro vou fechar, pois fiz tantas alterações no ano passado que os amigos não conseguem receber as atualizações.
Beijos e boa semana
Socorro Melo
Oi, Norma!
O sentimento de pertença é fundamental, para nos afirmarmos na vida. O isolamento nos conduz à solidão, e mina nosso ânimo.
Beijos, amiga
Socorro Melo