Você pergunta (5)
Eu respondo
Tenho um filho adolescente e o sinto desmotivado em relação aos estudos, o que fazer?
Este post faz parte de um projeto, assim sendo os dados necessários para a compreensão do problema me foram fornecidos pela pessoa responsável pela pergunta, portanto dirijo-me a esta pessoa, mas de forma a trazer reflexão para outras pessoas que se interessarem em ler.
Cada pessoa é única em suas vivências, sentimentos e percepções. Desta forma, as respostas fornecidas a cada questão são contextualizadas, não se aplicando necessariamente a todos a todos os casos.
Hoje, já se reconhece que o sucesso escolar não depende só da criança ou adolescente. As dificuldades encontram-se nos contextos interpessoais e situacionais.
Você relata que as notas de seu filho estão ruins e que tenta ajudar sem sucesso. Relata que ele sempre teve boas notas e que você tem constantemente interferido nos seus estudos.
Muitas vezes os pais ao tentarem ajudar seus filhos acabam criando problemas maiores. A nota é indevidamente o referencial do suceso escolar, mas na realidade não mede o aprendizado.
Preocupação excessiva dos pais com os trabalhos escolares tira a responsabilidade do adolescente por suas próprias tarefas, e por outro lado dificulta que ele encontre seu próprio rítmo para executá-las.
Não adianta prometer que vai lhe dar isto ou aquilo como recompensa de melhores notas, pois isto só reforça a forma inadequada de se avaliar o desenvolvimento do jovem ( suas notas) e lhe dá a falsa idéia de que tirar boas notas é algo extraordinário e não responsabilidade pessoal.
É importante que se possa conversar com os filhos e saber em que sentem dificuldade , se as aulas são monótonas, se há explicações que não entenderam, como conseguem vencer os obstáculos. Enfim, seu comportamento diante dos obstáculos.
Algumas vezes, há necessidade de um reforço em alguma matéria e em outros casos o jovem persistir em resolver a questão e fazer mais questionamentos em aula, pois a falta do entendimento causa desmotivação para o estudo. Converse para saber que tipo de ajuda pode dar.
É importante saber como a Instituição de Ensino avalia a situação.
Por outro lado, você relata que o seu marido perdeu o emprego. Os filhos absorvem os problemas e isto os preocupa e os desvia do estudo. O estresse e ansiedade aparecem frequentemente nas notas escolares.
É importante que o jovem perceba que os pais podem resolver seus próprios problemas, a forma como vocês lidarem com a questão é fundamental.
Muitas vezes, o jovem denuncia que a família está atravessando um momento de crise e o problema de aprendizagem podem ter significações sintomáticas.
O contexto familiar estável e afetivo contribui favoravelmente para o bom desempenho da criança/adolescente na escola, contudo seu sucesso depende também de outros fatores que não exclusivamente os familiares.
Norma
Comments
Liliane Carvalho
Norma
parece que estou vendo o meu marido falar.
fico metendo o bico nas coisas dos meninos.
e ele fala pra mim: deixa os meninos crescerem.
ainda bem que ele me mostra isso, né.
um beijo Norma.
josé cláudio – Cacá
Perfeito, Norma! Eu já fui um terrorista com relação a isso (até postei uma crônica sobre o assunto (TERRORISTAS DOMÉSTICOS). Hoje , crendo que a escola é importante mas não pode ser o único foco da criança/adolescente, participo mais com esses questionamentos todos que você muito bem propõe.
Um abraço. Paz e bem.
chica
Ainda bem que tudo passa e essa é apenas mais uma fase que quem é filho ou pai e mãe, tem pela frente …
Procurar ajudar, não cobrar demais, mas exigir…Moleza não dá! beijos,chica
Betânia Torres
Oi, nesta primeira visita ao seu blog, logo me identifiquei com os temas aqui expostos.
Também tenho um filho adolescente e tenho passado por situações penosas. Como sou mãe solteira, tive que recorrer as mulheres da minha família, amigas mais velhas e experientes e também a terapia, nós dois fizemos.
Pôxa vida, o problema da vida escolar sempre se sobressai e com este problema outras coisas se acumulam como sanguessuga.
Como fui criada no seio de uma família simples e de poucos recursos materiais, estudar foi um valor muito alto para mim. Os passos que tenho dado em torno da qualidade de vida que agora tenho e meu filho também é resultado dessa caminhada. Então, exijo muito isso dele. Mas de nada valeu tanta exigência, todo semestre ele fica em recuperação, há dois anos em dependência. É uma dificuldade.
Vi, entretanto, que saindo mais da vida ele tem mais oportunidade de gerar responsabilidades, então é um exercício imenso ser menos controladora e exigente, contudo atenta. Aos poucos vou vendo que minha autoridade está sendo restabelecida e meu filho assumindo mais a sua vida, embora os passos sejam de tartarugas.
Ele, por sua vez, reclama muito que não confio nele. “Você não confia no filho”, o que soa como um alarme, mas também como uma chantagem. Mostro a ele os motivos que me fez recuar da confiança depositada e não considerada.
Enfim, esse processo de desenvolvimento é muito mãe e filho, no meu caso. Estou lendo Mulheres que correm com os lobos, lá autora fala dos diversos tipos de mães que existem ou não dentro de nós e de como termos essa consciência. Está sendo uma boa leitura para este momento.
Um abraço,
Betânia
Renata
olá Betânia, estou com o mesmo problema que vc.. e ainda tentando me situar e descobrir a melhor forma de ajudar minha filha.. por favor , você e quem mais ler minha mensagem.. preciso de orientação