A beleza na tragédia
Leticia Ocharan
A revolta clímática está assustando a população mundial. Aqui no Brasil, os temporais e vendavais estão destruindo, casas, carros, cidades e provocando mortes. Fica-se sem luz e sem água. A poluição e o desmatamento, entre outros fatores, contribuem para o aquecimento global provocando o aumento da temperatura dos oceanos e o derretimento das geleiras.
A ação humana vem acarretando o desequilíbrio ecológico capaz de causar os desastres que temos vivenciado. Nós, seres humanos egoístas, pensamos no nosso bem estar e, desta forma, estamos destruindo tudo que há de belo em nosso planeta.
Em meio a tantas perdas (materiais e humanas) o homem atingido pela tragédia se angustia e se revolta, os outros se solidarizam. A mídia exalta a tragédia na corrida do IBOPE, há o apelo do efeito dramático uma vez que as massas são ávidas pela tragédia.
Em face do exposto, faço alusão a um trecho extraído do romance “O Retrato de Dorian Gray” escrito por Oscar Wilde
Beleza da Tragédia
“É frequente desencadearem-se as verdadeiras tragédias da vida de uma maneira tão pouco artística que nos magoam com a sua crua violência, a sua tremenda incoerência, carecendo absolutamente de sentido, sem o mínimo estilo. Afectam-nos do mesmo modo que a vulgaridade. Causam-nos uma impressão de pura força bruta contra a qual nos revoltamos. Por vezes, porém, cruzamo-nos nas nossas vidas com uma tragédia repassada de elementos de beleza artística. Se esses elementos estéticos são autênticos, todo o episódio apela à nossa apreciação do efeito dramático. De repente deixamos de ser actores e passamos a espectadores da peça. Ou antes, somos ambas as coisas. Observamo-nos, e todo o encanto do espectáculo nos arrebata.”
Norma Emiliano
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