Luzia – A criança que eu fui

 

Mais um encontro, mais um dia da Série a Criança que eu fui, com o relato  da amiga Luzia do blog olhosdemãe que nos brinda com suas lembranças.

 

“Quanto mais  irmãos existem, mais se ri. ” Marie Desplechin

 

 

  

Quando penso na minha infância, lembro-me do quintal da casa de uma colega e do meu…os quintais pelo visto foram de suma importância!

Lembro-me a brincar de construir cabanas no meu com folhas de bananeiras e sempre com um grupo coeso. É, porque não lembro de desentendimentos. No quintal da colega, brincávamos de escola, desfiles, teatro (peças que uma colega escrevia), shows, desfiles…

No meu, era para aventuras! É tanto, que para chegarmos à nossa cabana, não passávamos pela porta de casa para o quintal! Íamos na vizinha e pulávamos o muro que não era de todo alto! Uma aventura e tanto!

Lembro-me também de um terreno baldio , tinha algo a ver com depósito de querosene (meu Deus! ) ou parecia mais uma usina abandonada…sei lá…lembro-me que tinha uma espécie de córrego e insistíamos em pescar por lá. Não lembro de ter visto peixe algum mas lembro da sensação mágica em estar ali! E também catávamos tampinhas que eram nosso tesouro perdido!

Na minha casa, aos fundos, tinha um quarto não acabado. E nele vivemos muitas aventuras! Eu, minha irmã 1 ano mais mais velha e meu irmão 1 ano mais novo. Minha irmã caçula ainda não tinha nascido ou participava…Lembro que em cima (espécie de sótão) dava para brincarmos de casinha. Era uma trabalheira para subir e tínhamos em certa parte que ficar curvados. Mas era uma delícia! Era nosso esconderijo! Lembro também de uma escada abandonada (daquelas que se sustentam sem apoiar na parede) e fazíamos nave espacial cobrindo-a com lençol grande e uma lanterna dava o ar todo especial àquela aventura! Era uma delícia!

Lembro do meu irmão chegar em casa sempre com  novidades! Uma máquina projetora onde ele colocava desenhos numa caixa e com uma pequena luz dentro, apareciam na parede as imagens! Um sonho para nós!

 Lembro-me de ter perto meus dois irmãos, uma amizade sólida e honrosa!

Lembro-me de sempre ser requisitada para conciliações e tinha um extremo orgulho em ser a “preferida” de cada irmão…Compensava a formalidade emocional dos meus amados pais…

Não lembro em nenhum momento de timidez. Não era exibida ou de exposição gratuita mas sempre participativa em tudo. Diferente do que hoje sou, mas um comportamento reservado também traz aspectos positivos como em tudo na vida!

Vivi intensamente minha infância e ao meu ver, com uma sabedoria onde soube valorizar os aspectos positivos e entender os negativos.

Uma herança de meus pais…

 Luzia Costa de Medeiros

             

É no seio da fratria que se  experiencia  a  competição e a  cumplicidade,  que se aprende a situar-se em relação aos pares.  A posição que se ocupa favorece o desenvolvimento de  determinadas funções que se extenderá  em diversas esferas da vida. 

“As relações fraternas são de uma grande riqueza e preparam para a vida social.”” Fourez.  São,  frequentemente a mais longas relação de nossas vidas.

 Norma