Leveza
“Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.”
Cecília Meireles
O ser humano já nasce com toda uma bagagem de ancestralidade, com a carga das expectativas geradas pela família e vai se construindo nas interações continuadas. Tudo colabora para que a inicial leveza, espontaneidade da criança, ao longo do seu desenvolvimento, se transforme em couraças através das defesas emocionais. Contudo, Jung (1927/2004) já ressaltava a importância de se ampliar possibilidades de relação com o mundo e torná-la mais consciente de si, ou seja, investir- se em aspectos e habilidades além da racionalidade. Não devemos nos identificar com a própria razão, pois o homem não é apenas racional, não pode e nunca vai sê-lo (pp.111).
Referência
Jung, C. G. (2004). Psicologia do inconsciente. O.C. 7/1. Petrópolis: Vozes. (Original publicado em 1927)
Norma Emiliano
Comments
chica
Adoro Cecília e gostei do compartilhamento! beijos,chica
toninhobira
Que bom reler Cecilia e ainda mais com esta referencia de analise em Jung. O ser como transcendente.
Bela leveza Norma.
Partilha linda e generosa.
Semana maravilhosa para você.
Beijo.