Cada dia…Caca

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Nessa viagem em que o passaporte  é uma  história,  seguimos,  “descobrindo outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica” Abramovich, 2003

Quem nos conduz, hoje, é Caca do blog uiamundo.

VERSINHOS FAMILIARES

I

Cantei no coral da escola,

Soltei muita pipa, carrinho era feito de ripa,

Depois das aulas jogava sempre muita bola.

Reunia a turma em prosa inocente,

Não havia medos maiores que a noite*,

Assombração era só estória, gente era gente.

Quem dava trabalho no bairro era bêbado babão,

Maioria das vezes, vindo da boite*

A gente ajudava a rebocar pra casa

pra que não caísse no chão.

Momentos de uma boa infância

P.S.:

(se Quintana no poema Canção da Vida rimou Renoir com poluir, que é que tem eu rimar noite com boite?)

II

Crescendo a família em pencas

Meninas e meninas debatendo

Não havendo um ouro no berço

O jeito era ir vencendo

A mãe ganhando nos arranjos de avencas

Os filhos, uns estudando, outros no terço

O pai, suando na labuta  e haja renda

Lembranças de um pouco da adolescência

III

Independência foi consquistada

Cada um pro seu lado, seja solteiro seja casado

De casa levando amor , sonho e vontade

Sem isso ninguém vence a jornada

Ganhando experiência, gerando prole, eis o legado

Para o ciclo onde o tempo, senhor de tudo invade

Instantes da vida que segue

Cacá – José Cláudio Adão

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Queridos amigos(as) e leitores, interrompemos a série sábado e domingo, mas retornamos na segunda.

Norma

Comments

  • chica
    Responder

    Adoro o Cacá como pessoa(que mesmo só no virtual, se mostra maravilhosa) e adoro ler tudo que ele faz. Fico u DEZ tua participação, mais uma vez.

    Adorei , abração pra ele e um beijo pra ti, Norma por oportunizar essas participações legais assim! chica

  • Denise
    Responder

    Que linda a lição que se leva de casa, Cacá…me pergunto se essa consciência acontece antes que nossos traços ganhem marcas, os cabelos percam as cores e a vida nos mostre tantos dissabores…

    Como a Chica, tb adoro esse moço, parabéns meu amigo – os teus sentimentos encontraram eco nos meus…
    Grande abraço para todos!

  • Beth Q.
    Responder

    Ahhhh, o Cacá, este grande escritor que nos surpreende agora com seus versos!
    Quem não adora ler seus escritos? Um quê de mineirice sempre embutido e com este poema nos remeteu a tempos em que as famílias, grandes geralmente, fazia movimento nas casas, tudo tinha vida e muita confusão misturada a alegrias. Foi assim que percebi este lindo poema. Parabéns Cacá!
    beijos cariocas

  • Socorro Melo
    Responder

    Oi, Norma! Oi, Caca!

    Gostei desse resgate, da infância, adolescência e maturidade, em forma de versos.
    A vida tranquila e segura, dos tempos da infância (outros tempos), onde se vivia em liberdade, e onde a noite era o medo maior…
    Da luta diária pra sobreviver, pra criar os filhos, mas, acima de tudo, da maturidade conferindo a cada um a independência, e a felicidade de ter herdado (da família) como legado, o sonho, a vontade, e o amor. Lindo poema.

    Un grande abraço
    Socorro Melo

  • Élys
    Responder

    Uma forma muito interessante de contar a vida através da poesia. Gostei muito.
    Um abraço parra o Cacá
    Norma, beijos.

  • Toninho
    Responder

    Belas lembranças amigo e eu ali assistindo e sorrindo naquele tempo duro mas de feliz idade.A rua, as casas, as familias, tudo era uma coisa só e ficaram para sempre em nossas lembranaças, como bem voce descreve rimando como bem pode e deve, sem medo de mostrar, que foi feliz no seio de uma familia feliz.Este texto é um belo resgate de tudo quanto se viveu naquele lugar. Caiu bem aqui nesta bela ideia da Norma.
    Meu terno abraço amigo Zé.
    Um belo fechamento Norma.
    Bom fim de semana Norma com alegria na familia.
    Bju.

  • Roselia Bezerra
    Responder

    Olá, amigos
    Discorreu bem de uma maneira toda particular, digo até bem literária, uma vivência sofrida e real…
    A cada dia uma surpresa a série nos proporciona… uma beleza só!!
    Bjs de paz aos amigos

  • Valéria
    Responder

    Oi Norma!
    Belas lembranças do Cacá! Esta brincadeira chamada de dia-a-dia nos vai forjando na/para alegria e tristeza. Beleza de poema!
    abraços e beijinhos!

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    Obrigado a todos os participantes nos comentários que muito me lisonjearam e obrigado, Norma, por sua generosidade sempre grande para partilhas de momentos coletivos e marcantes de nossas vidas. Grande abraço e ótima semana.

  • Maria Emília Xavier
    Responder

    Mesmo muito atrasada jamais poderia deixar de vir abraçar e me deliciar com tudo que meu grande amigo sabe fazer quando tem uma folha e um lápis ao seu dispor. Parabéns Cacá,Seus Versos – apesar do aperreio que vez por outra a vida sofria – nos remetem a tempos tão bons… Viajei por eles e através deles…

  • Lizete Ferraz
    Responder

    Que lindo, Cacá! emociona muito…
    Sabe que já te vi em vários blogs por onde ando e não fui te conhecer. Irei em breve, pois gosto do que escreve lá no blog do Toninho. És um poeta também.

    Descreve lindamente momentos em família…e como ela é importante! parabéns, querido!

    Beijos, Norma!!

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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