Lygia Fagundes Telles

Republicando post de 2010

Em reverência a esta escritora extraordinária que faleceu em 03/04/2022

Gratidão por seu legado

Recantos da alma humana

A leitura nos amplia o campo de visão, estimulando nossa capacidade  de aceitar a diversidade  e  de viajar para o mundo da fantasia, dando vasão às nossas emoções, além de ser um instrumento valioso da formação de opinião.

 Na autora Lygia encontramos temas relevantes para as famílias – adultério, dismistificação de papéis familiares e conflitos conjugais –  que com seus detalhes – interações dos personagens, gestos- traduzem a realidade de uma época.  Seus personagens representam uma  atraente  sondagem psicologica.

 

Lygia Fagundes Telles, advogada, contista e romancista, brasileira, paulista,  nasceu em 19 de abril de 1923. Começou a escrever contos na adolescência. Seu primeiro livro foi Porão e Sobrado (12 contos) publicado  em 1938, com a edição paga por seu pai.

Cursou a Escola Superior de Educação Física e ao mesmo tempo freqüentou o curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco. Iniciou o curso de Direito em 1941, freqüentando as rodas literárias que se reuniam em restaurantes, cafés e livrarias próximas à faculdade.

Casou- se em 1950,com o jurista Goffredo da Silva Telles Júnior, na época deputado federal, mudando-se o para o Rio de Janeiro. Em 1952, retornou à capital paulista  e começou a escrever seu primeiro romance, intitulado Ciranda de pedra, publicado em 1954, ano em que nasce seu filho Goffredo da Silva Telles Neto.

Separou-se do marido em 1960. Casa-se com Paulo Emílio Salles Gomes – professor, escritor e fundador da Cinemateca Brasileira. Ele falece em 1977 e ela assume a presidência da Cinemateca.

Foi a terceira mulher a tomar posse na Academia Brasileira de Letras. Eleita em 24 de outubro de 1985 para suceder Pedro Calmon.  Tomou posse em 12 de maio de 1987 e ocupa a cadeira número 16.

Publicou vários romances  e em parceria com Salles Gomes,  fez a adaptação para o cinema do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.  Esse trabalho foi publicado em 1993, sob o título de Capitu.

A TV globo lançou um Caso Especial baseado em seu conto “Jardim Selvagem” e a telenovela “Ciranda de Pedra”, adaptada do seu romance , bem como em 1993, Era uma vez Valdete,  em Retratos de mulher.

Sua obra aborda sobre as experiências humanas, sobretudo as experiências interiores das personagens femininas. Ela apresenta, através da análise dos sentimentos e das percepções de suas personagens, o conflito entre o mundo objetivo e o subjetivo, o real e o ideal.  Seu foco é a posição interna assumida pelas personagens diante dos episódios.   Por outro lado, sempre traz a sua preocupação em relação às questões políticas e sociais e ao papel do escritor enquanto formador de opinião.

 Contos

• Praia viva,1944
• O cacto, 1949
• Histórias do desencontro, 1958;
• Histórias escolhidas, 1964;
• O jardim selvagem, 1965;
• Filhos pródigos, 1978  disciplina do amor, 1980;
• Mistérios, 1981;
• Durante aquele estranho chá: perdidos e achados, 2002;
• Meus contos preferidos, 2004;
• Histórias de mistério, 2004;
• Meus contos esquecidos, 2005;
• Conspiração de nuvens, 2007.

Romances

• Ciranda de pedra, 1954;
• Verão no aquário, 1963;
• As meninas, 1973;
• As horas nuas, 1989.

Miniaturas

• A Disciplina do Amor (1980)

 PRÊMIOS:

Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1958)
Prêmio Guimarães Rosa (1972)
Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras (1973)
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1980)
Prêmio Pedro Nava, de Melhor Livro do Ano (1989)
Melhor livro de contos, Biblioteca Nacional
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro
Prêmio APLUB de Literatura
Prêmio Jabuti (Ficção) (2001)
Prêmio Camões (2005)

 Frase:

“Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa e não esta feia ressentida que me olha do fundo do espelho. Ouço duzentas e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim”.

in As Meninas
Fontes:

 – www.releituras.com/lftelles_bio.asp

www.academia.org.br.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

Comentários aguardam a moderação

Comments

  • Olinda Melo
    Responder

    Olá, Norma

    Homenagem merecida à grande escritora Lígia Fagundes Telles, falecida recentemente. Uma republicação que nos traz elementos preciosos para o conhecimento do seu valor.
    Muito obrigada, minha amiga.
    Beijos
    Olinda

  • chica
    Responder

    Maravilhosa e tão merecida homenagem para essa grande escritora que viveu, 98 anos, mas ontem nos deixou!
    Deixa um grande legado e será inesquecível. Grande perda! beijos, tudo de bom,chica

  • Anete
    Responder

    Uma homenagem muito merecida à querida e grande escritora, Lígia Fagundes Telles. Li As Meninas e Ciranda de Pedra e gostei muito.
    Escrevia com profundidade e realismo.
    O meu abraço

  • toninhobira
    Responder

    Uma bela e completa homenagem Norma. Admiro sempre a turma do Largo São Francisco pelo poder que eles no tempo tinham de reunir a intelectualidade e direcionar movimentos.
    Lygia para sempre Norma.
    Gostei da riqueza da postagem.
    Seja bem vinda e feliz semana.
    Beijo e paz.

  • Ailime
    Responder

    Bom dia Norma,
    Uma excelente homenagem a Lygia Fagundes Telles uma grande referência da Cultura Brasileira e da Língua Portuguesa que partiu recentemente.
    Gostei de conhecer.
    Lembro-me de ter visto a telenovela Ciranda de Pedra, mas não conhecia a sua obra que é bem relevante.
    Um beijinho.
    Ailime

  • Ana Freire
    Responder

    Que homenagem maravilhosa! Ciranda de pedra… assisti a esta novela, baseada no seu romance… e posso dizer que assistia religiosamente a cada episódio, pois as relações pessoais das personagens bem marcantes na novela, eram verdadeiramente fascinantes de acompanhar… para além de ser uma novela de época…
    Adorei a frase partilhada, que em parte, mostra o segredo de uma longa e bem sucedida vida… gostar-se de si mesmo, em qualquer circunstância e preencher os nossos dias com actividades que sejam enriquecedoras e nos dêem prazer e equilíbrio emocional…
    Deixo um beijinho, Norma! Depois de uma longa ausência por aqui, pois a vida ficou mais atrapalhada, desde que a pandemia começou… conto vir amanhã com mais algum tempo, apreciar o tanto que se me tem escapado neste cantinho ultimamente…
    Um beijinho! Votos de continuação de uma excelente semana e um óptimo Abril!
    Ana

  • Majo Dutra
    Responder

    Louvo a sua sentida e abrangente homenagem a Lígia F Teles, mulher que dedicou a sua vida às letras e à comunicação escrita.
    Uma longa vida que produziu obras inesquecíveis e honrou o Brasil.

    Também tenho uma homenagem a uma mulher de letras portuguesa. Com uma obra mais singela, é muito querida por nós.

    Dias bons e tranquilos. Beijos
    ~~~~~~

  • Edite Mendes Lima Balbo
    Responder

    Uma bela homenagem para uma grande escritora. Abraços.

  • Maria
    Responder

    Uma completa e bela homenagem, a uma Grande escritora.
    Beijinhos

  • R y k @ r d o
    Responder

    Uma grande escritora. Bonita e merecida homenagem.- O meu elogio
    .
    Cumprimentos cordiais
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

  • rudynalva
    Responder

    Norma!
    Linda homenagem.
    cheirinhos
    Rudy

  • taislc
    Responder

    Maravilhosa postagem e homenagem, grande escritora, mas deixou um belo legado para outras gerações! Sua produção literário foi maravilhosa!
    É sentida a morte desses escritores tão queridos.
    Uma boa semana, Norma,
    beijos

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