O escafandro e a borboleta
Lançado em 2007 .
O filme é baseado na história real do ex-editor da revista francesa Elle, Jean-Dominique Bauby, que aos 43 anos teve um acidente vascular cerebral que desencadeou uma paralisia em que o único movimento no corpo limitava-se à pálpebra do olho esquerdo. Uma história que nos proporciona muitos sentimentos e reflexões.
Jean é talentoso, ativo e sedutor. Divorciado e pai de três filhos vivia em um mundo de ostentações através de bons pratos, carros luxuosos e mulheres bonitas. Contudo, em 1995, sofreu, inesperadamente, um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que causou uma drástica transformação em sua vida. Bauby fica internado em um hospital e ao recobrar a consciência, após permanecer em coma profundo por vinte dias, se percebe com todas as suas funções motoras perdidas, não conseguindo realizar suas necessidades básicas, passando a respirar e se alimentando com ajuda de aparelhos.
Após diversos exames neurológicos é diagnostica a Síndrome de Locked in (LIS), que em uma tradução literal significa “trancado para dentro”, ou Síndrome do Encarceramento. Essa síndrome se caracteriza por uma incapacidade do paciente em se comunicar, embora esteja consciente e consiga pensar e raciocinar. É um transtorno neurológico que implica na paralisia completa dos músculos corporais, à exceção dos músculos que controlam as pálpebras e alguns movimentos verticais dos olhos.
Diante dos seus problemas com a doença Bauby encontra forças inimagináveis para superação. O estabelecimento do processo de comunicação ocorre de forma branda, exigindo paciência e devoção tanto por parte dele quanto dos que estão a sua volta. Porém, a partir do momento que Henriette (fonaudióloga) percebe que ele era capaz de estabelecer um contato mais direto com as pessoas através do piscar do olho, lhe apresenta um método que lhe possibilitasse a formar palavras e consequentemente frases. Através deste método de comunicação ele começa a expressar seus pensamentos e sentimentos, assim vislumbrando a possibilidade de realizar seu projeto de produzir um livro.
O filme suscita muitas reflexões desde a esfera psicológica, à visão assistencial sobre tratamento, ao mundo das aparências, à importância das pequenas coisas.
“Palavras não podem exprimir a dor que me corrói. Eu, o pai deles… não posso afagar seus cabelos, beliscar seus pescoços fofos… ou abraçar seus delicados e quentes corpinhos. Mas eu me alegro em vê-los ativos… espertos, sorridentes… É o que posso chamar de um belo dia” (BAUBY).
O filme nos mostra que pode haver diferença quando não nos conformamos diante de uma realidade e passamos a lutar e a burlar o que nos foi deliberado, que sempre há uma brecha para a superação.
Seu livro é lançado e ele falece em sua primeira edição.
Norma Emiliano
Comments
chica
Que lindo isso,Norma! Uma história de vida e tanto. Deve ser muito triste sentir0-se assim, sufocado, vendo o mundo e não poder fazer parte dele, nem com as palavras. Ele não se entregou…Soube se alegrar das pequenas coisas que podia ver! lindo! bjs, ótimo dia! chica
Vera Lúcia
Olá Norma,
Vi o filme. Emocionei-me e também fiquei impressionada com a resiliência de Jean. A fonoaudióloga foi de grande relevância para que ele pudesse realizar seu projeto de escrever um livro. Um filme que merece ser visto por muitos , pois oferece lições importantes para todos nós. Beijo.
Toninho
Muito interessante a historia da superação.
Superar sai do conforto ou do não tem mais jeito é provocar uma avalanche na vida de qualquer pessoa. É preciso acordar este processo ou que alguém faça isso e plante na pessoa.
Muito boa partilha Norma.
Bjs.