Cuidar
Ao direcionar minha atenção profissional ao Serviço Social não havia ainda me dado conta da importância das minhas interações com a família de origem. O lugar que exerci entre a irmandade, a caçula e temporã, inicialmente, configurou-se como a protegida. No entanto, ao longo do ciclo familiar houve uma inversão significativa. Sem perceber, após a morte da minha avó (matriarca), passei a ocupar o papel de cuidadora. Assim sendo, não é estranho que tenha optado pelo Serviço Social e, posteriormente, agregado a minha prática profissional a função de terapeuta e psicóloga.
Cuidar é uma atitude de preocupação, ocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o ser cuidado (Guimarães Lopes, 1993). Contudo, para cuidar é preciso cuidar-se; manter o equilíbrio entre esses dois pontos não é simples, tendo em vista que os padrões repetitivos apreendidos nos contexto familiar condicionam formas de lidar com as relações e com os problemas. Mas a opressão sobre si mesmo acabam repercutindo no corpo, mostrando as discrepâncias entre o dar e receber.
O cuidado pessoal é fator relevante para uma vida com qualidade, mas esse precisa ter como referencial a autoestima, o amor-próprio. O conhecimento do verdadeiro valor, do seu próprio potencial, o autoconhecimento levam à adequada valorização das características pessoais, trazendo ao espelho o reflexo de harmonia pessoal que “(…) dá a satisfação em enxergar a beleza sobremaneira transcendente e digna de exaltação”. Junior A.
Considerando, essa retrospectiva e o valor do cuidar para nossa existência, convido- o a refletir e compartilhar sobre esta temática.
O que significa o CUIDAR em sua história pessoal?
Como Você cuida de si mesmo?
Referência
Guimarães, L. (1993). Clínica Psicopedagógica: perspectiva antropológica fenomenológica e existencial. Porto: Edição.
Norma
Comments
toninhobira
Olá Norma, temos alguma semelhança na origem, de caçula temporão muito amado por todos e inclusive pela avó materna da qual era sempre companheiro lá no seu recanto de casa numa roça, o que me leva sempre falar dela e do local, devido ter sido o período de feliz idade e sem saber hoje sei era cuidador dela como companhia e pequenos serviços que menino da época podia e fazia. Cuidar é mesmo uma arte e ao mesmo tempo uma formação de vida e hoje sou uma espécie remota cuidadora de duas irmãs em Minas, com ligações e frequentes e apoio de um primo.Busco me preparar em encher de paciência além para cuidar sem choques e sendo enérgico quando a situação se fizer necessária. Cuidar não é uma fácil missão e o cuidador tem que estar constantemente numa auto preparação o que envolve leituras, cursos e ou apoio de profissionais.
Enfim para cuidar é preciso que a pessoa esteja de bem com a vida e o mundo e assim saber como aplicar suas experiencias e sabedoria no sentido de completar o outro em suas fraquezas.
Abraços Norma e boa semana.
Bjs.
misturebasblog
Norma, que interessante tuas colocações e achei bem pertinente tua ligação entre a família, teu lugar nela e a arte de cuidar, tua escolha profissional. Aqui, talvez por não ter sido muito cuidada, adquiri o papel de cuidadora e estou sempre envolvida com isso, seja família!
beijos, tudo de bom,linda semana! chica
Carlos Henrique
Norma, Família é todo!!! Parabéns pelo artigo. Deus seja louvado.
Dorli da Silva Ramos
Devemos nos anular para ser cuidadora de uma irmã temporã?
Dorli da Silva Ramos( Lua Singular)
Norma Emiliano
Dorli
Ninguém consegue cuidar se se anular. Temos que SER para poder dar.