Meu melhor momento – Manu / Lizete

Nossa roda vem repleta de  sentimentos e valores que engrandecem  a existência humana. Hoje, as amigas,  Manu do blog Light e  Lizete do blog  comoascerejasdaminhajanela,  comungam de uma só palavra – Família-

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O meu melhor momento foi também um momento muito inquietante, de muita angústia e de muita expectativa! Considero que os melhores momentos da nossa vida são sempre uma mescla de grandes e contraditórias emoções,  momentos que sorrimos com lágrimas nos olhos! Esse momento teve uma espera de nove meses, nos quais fui sentindo sensações diversificadas e mutações no meu corpo.
Casei com 19 anos, uma idade muito precoce para tal passo e estive seis anos sem ter filhos, debatendo-me em muitas dúvidas… «que mundo este para conceber um ser»… «que responsabilidade assumir criar»… estes eram os mais fortes dilemas com que me debati… e antes de me debater com ter filhos ou não, já antes de me debatia com casar ou não! Tudo aconteceu, porque tinha que acontecer!
O tempo de gestação estava cumprido, relativamente ao início da  gravidez pesava mais 20 Kgs, não há engano, engordei muito, tinha um apetite voraz, gostava de tudo, o que antes não acontecia! Bem pesada, havia em mim uma preocupação… como seria… como não seria… uns diziam «ah não custa nada»… mas sempre ouvia histórias mais complicadas… tive
medo, claro que tive… mas um pensamento se sobrepunha a tudo… TEM QUE SER!…

Foi numa ida ao cinema e nunca me esquece do filme, «Cidade Viscosa» de John Huston, que começaram as dores! Queria vir-me embora e disse às pessoas que me acompanhavam, entre elas a minha irmã, que desde sempre disse que assistiria ao parto.  Parece que ouço as palavras dela:
-Tem calma, vamos ver o filme e depois vamos para a Casa de Saúde e ligamos à parteira! Tem calma, isso ainda vai demorar muito tempo!
Fiquei o resto do filme a rebolar-me na cadeira, sem ligar muito ao que se passava na tela e ansiando que depressa aparecesse a palavra THE END!
Enfim acabou para meu alívio e lá fui para o hospital com a minha irmã e o meu marido. Quando chegou a parteira e depois de uma observação disse:
-Isto ainda está atrasado, mas vou dar-lhe uma injeção para abreviar! Assim foi e depois da injeção, olhava para a bola de vidro do
candeeiro do teto e parecia que subia e descia, simultaneamente ia dizendo muitos disparates e a assistência ria-se! Chegou o momento, as mulheres sabem como são as dores de parto difíceis de descrever… são dores muito especiais… era preciso fazer
força… respirar de certa maneira… mas eu só fazia força de garganta! Depressa arrastaram a cama, de um lado a minha irmã segurava uma coxa e do outro a parteira fazia o mesmo! Senti algo a rasgar… e a criança nasceu! A minha irmã exultante disse:
-É um rapaz!
A minha primeira reação, que tinha sido também uma das minhas preocupações foi perguntar:
– É perfeito?
-Sim!
Sorri em lágrimas, tinha o meu rapaz, o Pedro Miguel! Cansada e cheia de sono, vi os trabalhos prestados ao bebé e depois dormi… dormi… dormi… este momento feito de muitos momentos é e será inesquecível!

Passados cinco anos, nasceu a Marta Sofia, outro momento belo e inesquecível, tão importante como o primeiro, mas o primeiro tem sempre o mistério de ser algo que pela primeira vez se viveu!

Manu

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Meu melhor Momento

Um momento, um momento apenas…é difícil escolher um só, para quem vive a vida como eu, intensamente…até mesmo a folha que é carregada pela enxurrada eu paro e me pego a refletir: para onde será que ela vai?…o que será dela?…

Mas como amo Família, e é o que me traz todo o sentido da vida, resolvi escolher este.
Meu filho sempre quis fazer uma tatuagem. Mas desde pequeno sempre dizia que queria seguir a carreira jurídica. Sempre criei meus filhos com extrema liberdade. Liberdade para tudo: drogas, bebidas, cigarros, sexo. Mas sempre ensinei onde daria cada caminho. Mas a escolha era livre. A colheita, obrigatória. Resultado: três filhos saindo da adolescência, e pouquíssimo trabalho me deram ao atravessar essa fase que se trata de um assunto tão controverso.

Mas ao me pedir para fazer a tatuagem, eu realmente não queria concordar. Pensando mais na carreira profissional que ele  escolhera e na qual  não é admitido pessoas tatuadas.
Mas, um dia ele me chega com a surpresa: a tatuagem.  E qual não foi a minha grande surpresa ao ver o que ele tinha tatuado, para sempre, eterno, em uma das partes de seu corpo: nas costas. Uma palavra. Uma palavra que ele dizia ser a mais importante de sua vida e ele queria mostrar isto ao mundo. Fiquei muito emocionada. Acredito que educar é uma arte. Dificílima.

Mas creio que eu e meu marido saímos vitoriosos. Se eu morresse hoje, morreria feliz. E levaria comigo a seguinte frase: “missão cumprida”.

A tatuagem e a palavra mais importante na vida do meu filho, Rodrigo:

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Orgulho dos meus filhos? Sim,muito. Mas isto não significa, em hipótese alguma “Perfeição”. É lógico que somos uma família normal, como outra qualquer. Brigamos, choramos, ficamos sem nos falar, fazemos as pazes, brigamos de novo. O que quero dizer que sinto como missão cumprida é poder ter passado para eles o verdadeiro e real valor do que representa uma família. Seja ela como for. Com brigas, discussões, beijos, abraços. Mas é com ela que aprenderemos a ser melhores e é nela que sempre encontraremos o conforto e a força para enfrentar tudo na vida.

Norma, agradeço muito a oportunidade. Foi muito bom participar e a parabenizo pelos dois anos de Blog. Um beijo com carinho.
Lizete

Minhas queridas vocês trazem como sentido da vida a reprodução da espécie. Filhos fundam a família,  cada um nos traz um momento especial. Eles  nos levam a crescer no amor pela vida. Grata  por estarem aqui neste cruzar de vidas: minha e de vocês no pensandoemfamilia.

Norma

Comments

  • chica
    Responder

    O que dizer dessas duas falas de amigas? ADOREI!!!

    As 2 tendo nos filhos o melhor momento…Em diferentes fatos, mas a essência, a mesma.

    Parabéns às duas e que sejam felizes sempre ! Pra ti também, Norma, um beijo,chica

  • Alexandre Mauj Imamura
    Responder

    poxa, que bonito relato! o amor do rapaz pela família, simbolizado nesta bela tatuagem.
    é de ter orgulho mesmo de ter uma família tão unida, parabéns Lizete!

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    Muito emocionantes, ambos. Ligados ao nascimento e à família, os nossos melhores momentos em tudo, realmente. Parabéns a todas, abraços. Paz e bem.

  • Yasmine Lemos
    Responder

    Lembrei lendo o texto das duas , lembrei que uma vez num desabamento de uma casa , a matriarca da família dizia que estava muito triste pois havia perdido o albúm de família.Achei fantástico porque precisamos deste esteio,aliás o maior deles para que possamos SER alguém e ,viver em plenitude,ter raízes .Lindo demais . Família é nossa maior referência de registros aqui este plano Parabéns Manu e Lisete .beijo em Norma e nas duas também
    bom dia!

  • Denise
    Responder

    A Manu compartilhou, de maneira emocionante, seus dois melhores momentos. Em comum, além de casar-me jovem como ela, temos o casal de filhos – seguramente um dois dos momentos perfeitos da minha vida. Seu relato levou-me à sala do parto dos meus, e provocou-me doces lembranças.

    Lizete tb apontou inúmeras singularidades que senti em relação a minha história de mão/educadora. E sorri ao ver a foto da tatuagem de seu filho…o meu tb tatuou algo muito semelhante, e isso demonstra o quanto acertamos na educação e valores passados. Emocionante e gratificante a troca de ambos os textos. Adorei!!

    Um bjo para todos.

  • Valéria
    Responder

    Oi Norma!
    Bom dia! Que festa!

    Manu e Lizete!
    É mesmo difícil escolher “o momento”!
    Adorei ver vocês falarem desta experiência ímpar da maternidade. Também casei com 19 anos, mas fui mãe aos 20. Quantas emoções juntas,não?! A família o porto seguro da viagem que é a vida.

    Beijos e parabéns para as três!

  • Rute
    Responder

    Pois é… depois do Amor só podia vir Familia 🙂
    Bem pensado!
    E é assim que me sinto aqui, comungando de vossas narrativas, me sinto em familia, entre amigos…
    De fato o planeta é a nossa casa e toda a humanidade nossa familia. Vivamos felizes em comunhão.
    Beijinhos,
    à aniversariante e às 2 participantes de hoje.
    Rute

  • Luzia
    Responder

    Filhos realmente eternizam e diria que confirmam nossos momentos…
    Parabéns à Manu e Lizete pelas lindas palavras…
    Acompanhando esta comemoração, vejo de perto como é rico o ser humano…
    abraços,

  • Élys
    Responder

    Tanto a Manu como a Lizete, falaram sobre a família, trazendo momentos importantes para elas. A família é a base, portanto foi muito bom ler essas duas bonitas narrativas.
    Parabéns as duas.
    Norma, beijos.

  • Socorro Melo
    Responder

    Norma,

    Realmente são ímpares os momentos escolhidos pela Manu, e pela Lizete. Ter filhos e criá-los bem, além de ser a suprema realização de toda mulher, é o que há de mais sublime na vida… Graças a Deus também fui agraciada com momentos idênticos… Parabéns as duas.

    Beijos
    Socorro Melo

  • Toninhobira
    Responder

    Belos depoimentos com sentimentos belos de familia,que é a coisa mais importante na vida, nascer e crescer numa familia estruturada e cheia de amor, sempre teremos bons frutos. Parabens a elas pelo exemplo de vida e por compartilhar conosco e assim nos permitir conhece-las um pouco mais. Vidas com historias,muito lindo.
    Norma minha admiração sempre.
    Parabens pela ideia frutifera.
    Bju de luz nos seus dias.
    E vamos seguindo.

  • Lizete Ferraz
    Responder

    Mais um momento lindo vivido aqui no seu cantinho, Norma. Agora há pouco mostrei a surpresa pro meu filho e ele ficou bastante emocionado…ter escolhido este momento com ele…foi muito bom!

    E Manu, parabéns por também ter escolhido um momento tão especial e inesquecível na vida de todas as mulheres que são mães…muito belo o seu relato de vida…

    Norma, muito obrigada, de todo coração, pela oportunidade, pelo espaço, pelos belos momentos que estou passando por aqui…
    Um beijo com um imenso carinho…
    Liz

  • Astrid Annabelle
    Responder

    Olá Norma, boa noite!
    Tenho acompanhado todos os relatos e realmente emocionam.
    Foi uma idéia muito feliz de trazer os amigos para contar sobre seus instantes mágicos!
    Beijão para todos.
    Astrid Annabelle

  • Roselia Bezerra
    Responder

    Olá, minhas queridas
    A cada dia que passa as emoções vão se fortalecendo muito…
    Que riqueza de partilha de vida de cada uma das amigas de hoje, hein, Norma???
    Quando a série é bem bolada só nos dá alegria…
    Hoje tive pontos em comum com ambas as meninas: minha irmã também viu do vidro o meu parto do segundo filho… cena muito familiar a mim a descrita…
    O filho tatuado com os mesmos receios eu também já passei por isso na menina que tatuou o nome do meu netinho (seu filho) e, como não concordava pelos mesmos motivos que a outra mãe amiga nossa… afinal suspirei aliviada porque até eu (se concordasse com isso) o faria… ele é o nosso tesouro!!! Até postei algo dele hoje…
    Enfim, um acréscimo à sua iniciativa que nos incentiva a sermos mais verdadeiros por aqui… mostrando sempre a nossa realidade boa ou não tão boa…
    O importante é sermos transparentes com os amigos…
    Bjm de boa noite às três.
    Música que marcou a jujvnetude, sem dúvida… Legal!!!

  • Maria Emilia Xavier
    Responder

    Emoções…Ternura…Lembranças…Saudades…Orgulho(positivo)… Sentimentos fortes que nos proporcionaram Manu e Lizete nos seus depoimentos orquestrados pela sua bela idéia Norma. Obrigada as três, ficou muito lindo.

  • Norma Emiliano
    Responder

    Nascer, ter raizes, desabrochar, amar, lembrar, ter saudades e contar. É no contar das histórias que criamos telas para que os nossos filhos e o mundo conheçam as coisas simples e mágicas do viver.
    Neste partilhar encontro o real sentido deste espaço que está sendo coroado por vocês, queridos amigos, sempre disponíveis para tecermos mosaicos de emoções. Grata.
    Amanhã, continuamos com as amigas Luzia e Rute.

    “A felicidade murcha como as flores; entretanto, assim como o bom jardineiro sempre tem a seu alcance outras para substituí-las, quem possui conhecimentos pode, também, substituir constantemente os motivos que dão permanência à felicidade na vida. “(Carlos Bernardo González Pecotche)
    Norma

  • Beth Q.
    Responder

    Belíssimas participações de Manu e Lizete, todas duas deram ênfase e valor às suas famílias e isso é lindo, pois nos dias atuais em que vemos esta célula tão desgastada, ficamos felizes e com esperanças de dias melhores.
    beijos a todas duas e a você querida Norma.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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