No vai e vem

Algumas coisas acontecem que recuperam memórias de tempos longínquos. Estava no supermercado, olhando a prateleira dos biscoitos. Normalmente, há muitos anos, compro biscoitos creme crack de gergelim e muito raramente algum doce de cereais. Porém, vi o biscoito maizena e senti o gosto da saudade dos meus 14 anos. E eu os comprei.

Tinha uma amiga que conheci no bairro onde morava e que depois foi morar em São Cristóvão, onde eu comecei a fazer aulas de piano, com uma professora que ela havia indicado. Certo dia ela me convidou para lanchar em sua casa, após a aula. Amei o convite e, principalmente, porque ela tinha um irmão que eu considerava um “gato”.

Quando cheguei, a mesa já estava arrumada e entre as guloseimas encontravam – se os biscoitos maizenas, que eu adorava, mas a novidade foi o paté de presunto que nunca havia provado. No momento do lanche, ao saborear o biscoito maisena com o paté considerei a mistura perfeita.

Entretanto, hoje quando os comi não encontrei no sabor nem a textura que eu tinha na minha memória gustativa. Atualmente, mais crocante e doce, totalmente diferente. Comprei a marca mais vendida no Brasil, Bauducco.

Hum! Lá se foi a conexão, a industrialização com seus novos métodos de produção alterou o produto, porém a memória sensorial transcende a temporalidade.

Nada tem volta, mas ficou o reviver algo do passado que me fez bem.

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