A vida que segue
Dance in the City (1883)
Pierre-Auguste Renoir
Era um grande dia. Diante do espelho conferia cada detalhe da imagem refletida. Sentiu-se feliz com o que via. Há meses, esperava ansiosa para que este dia chegasse.
Imaginava-se rodopiando nos braços de Paulo e sentindo o pulsar dos seus corações unidos pela paixão mútua. Desde de que se viram pela primeira vez no aeroporto, teve a certeza de que suas vidas se uniriam.
Estas eram as lembranças de Noemi ao olhar para o quadro na parede de sua sala. Já se iam 30 anos.
Dançaram todo o tempo e Paulo no final da noite declarara seu amor por ela. A partir dali, se encontraram com frequência por dois anos, quando resolveram se casar.
Foram 26 anos de uma vida compartilhada e baseada no amor e cumplicidade. Hoje, completa um ano que seu amor partiu, deixando-lhe a certeza de que a vida vale ser vivida intensamente e que nada deve ser lamentado. Assim, em seu luto, não abandonou o trabalho que iniciaram juntos em prol dos idosos sem familiares. Portanto, começou a se arrumar para ir ao baile comunitário que fora programado em memória do seu amado.
Norma Emiliano
Comments
chica
Que linda história e a vida deve seguir e segue mesmo, ainda que não queiramos…bjs, chica
Lúcia Soares
Verdade, Norma. A vida tem que seguir. Enterrar-se com quem se foi é insano.
Beijo.
Karina
Realmente a vida segue e viver cada minuto intensamente é o melhor que podemos fazer!
Beijos
Toninho
Uma bela construção de conto de uma relação sólida que deixou espaço para lamentações apenas uma saudade bonita, que faz reviver tudo que se viveu.
Belo trabalho Norma.
Gostei.
Beijo
marilene
Um amor verdadeiro, com ideais partilhados. Segue-se o caminho, ainda que sem companhia, porque assim a vida pede. As lembranças nunca serão amareladas pelo tempo. Bjs.