Blogagem – Juventude

 

Este texto é minha participação na blogagem coletiva fases da vida organizada pelas amigas Rute, Rosélia e Gina.

 

Vida adulta

 

adulto

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Quando pensamos na juventude miramos o horizonte.

 

Viajando no tempo, visualizo momentos marcantes da minha vida na juventude e me pergunto quando me dei conta da transição da adolescência para vida adulta?

Ingressei na faculdade aos 19 anos e tive o primeiro gostinho de ter meu dinheiro próprio, apesar de diminuto, com a bolsa de trabalho. Após dois anos, passei num concurso e, então, soube o que era ter autonomia nos meus gastos. Neste momento, pude ajudar meus pais em algumas situações e, principalmente, bancar o meu enxoval.

Outro fato importante foi sair da casa dos meus pais quando me casei. Tive que assumir responsabilidades e dar conta do meu cotidiano profissional e do lar. Após sete meses de casada fiquei grávida e “tremi nas bases”, pois estaria somando um novo papel, o de ser mãe. Estes foram grandes desafios que fui enfrentando, mas de certa forma, sentia-me emocionalmente imatura.

O nascimento da minha primeira filha, creio  que se constituiu num grande marco desta transição, em relação à maturidade emocional.

No ciclo de vida familiar, a juventude relaciona-se à fase adulta, ou seja, aquela em que os filhos se encontram com seus projetos pessoais e partem ao encontro de suas realizações.

É uma fase marcada por períodos de transições que se sucedem, de momentos de mudanças na estrutura do indivíduo, em sua forma de ver a si próprio, os outros e o mundo.

Há divergências entre autores na demarcação desta fase.   Eriksonm, 1998, compreende o período do jovem adultos  dos 20 aos 35 anos

McGoldrick, 1995,  faz uma distinção entre  o jovem adulto solteiro que não saíu da casa dos pais para aquele que  está  fisicamente separado, trabalhando e vivendo fora da casa dos pais. Observa-se que, nessa descrição a transição é sinalizada pelo afastamento dos jovens em relação à família de origem.

Nesta forma de entender, ser adulto se define  através da   formação escolar, da inserção profissional, da sáida da casa dos pais e da constituição de um novo núcleo familiar.

Na  atualidade, alguns fatores ( transformação do mundo do trabalho, a inserção social da mulher entre outros) têm acarretado o adiamento da entrada na vida adulta, ou seja,  há novos critérios a serem considerados. A autonomia se constrói através da prática de negociações constantes entre os filhos e os pais sobre suas condutas no contexto doméstico, de modo que vão criando “consensos” que permitem a construção de uma relação de igualdade entre eles. (Ramos, 2006),

Cria-se assim um grande desafio,  fazer uma articulação entre pertencer à família e não ser englobada por ela.

Referências.

Carter, B., & McGoldrick, M.  As mudanças no ciclo de vida familiar: Uma estrutura para a terapia familiar. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1995

Erikson, Erick. O ciclo da vida completo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

Ramos, E. As negociações no espaço doméstico: construir a “boa distância” entre pais e jovens adultos “coabitantes”, 2006.

Norma

Comments

  • Roselia
    Responder

    Olá, querida Norma
    Que bom ter vc conosco na BCFV!!!
    Seu relato descreve como vc é metódica e teve uma vida normal como toda jovem da sua época… (nossa).
    Engraçado!!! Eu não “tremi nas bases” quando soube que ia ser mãe… creio que nasci para ser mãe… cada um tem uma vocação primeira, claro…
    Ser mãe me completou desde novinha… curioso, né???
    Tivemos responsabilidades comuns à nossa juventude… que beleza!!! Mesmo na possível “imaturidade” da nossa juventude primeira… assumimos até hoje o que lá fomos plantando….
    Muito legal o seu post!!!

    “O verde só vinga com o Orvalho de Hermon, nas Montanhas do Sião”.

    Que o seu dia a dia seja amortecido pela força da juventude que habita em vc!!!
    Bjs juvenis e de paz

  • Beth Q.
    Responder

    Nossa, Norma, você começou cedo sua vida adulta!
    Mas estes desafios a fizeram ser o que é hoje, uma mulher forte e segura.
    parabéns!
    beijinhos cariocas

  • luma
    Responder

    Oi, Norma!!
    Estou com grande dificuldade em situar a “juventude”, já que penso nela como até chegue a velhice. Mas daí, comofaz? Depois da juventude ainda vem a idade madura? 😀 Não estou me achando! Ainda me sinto na juventude e assim mesmo madura. Parece que essa fase não tem um cronometro externo!
    Quanto a pertencer a uma familia ou se sentir excluído, isto é válido também para os grupos a que pertencemos com o passar dos anos – assim a pessoa que resolve não se casar, sente-se excluída do grupo dos casados ou do grupo de pais, se não quis ter filhos. Como se as pessoas precisassem de referenciais de condutas para poder caminhar pela vida.
    Você sempre foi responsável, não é?
    Beijus,

  • Norma Emiliano
    Responder

    Oi
    Luma
    A escalonagem se faz para estudo e se ter referenciais de análise em relação ao desenvolvimento da personalidade não completamente detectados pela lógica racional. A juventude pode ser entendida como uma fase determinada no processo de formação da subjetividade. A fase adulta caminha até o envelhecimento
    Nós temos no nosso íntimo estas fases que não se perdem, inclusive ouvimos dizer “aquele é um vellho de espírito jovem”.
    “O ser do devaneio atravessa sem envelhecer todas as idades do homem, da infância à velhice. Gaston Bachelard

  • Norma Emiliano
    Responder

    Oi Beth

    Penso que ingressei nos eventos que marcam a vida adulta no “tempo regular” na prática (Faculdade, trabalho, casamento e maternidade), mas emocionalmente me senti emocionalmente imatura por um bom tempo. O amadurecimento emocional é subjetivo.
    bjs

  • manuel marques
    Responder

    “Já há um século que se deixou de educar as crianças para que se tornem adultos. Pelo contrário, os adultos da nossa época são educados para continuarem a ser crianças.”

    Beijo.

  • Rachel Azevedo
    Responder

    Olá Norma, participo também da blogagem e vim ver sua postagem.
    Concordo plenamente com vocês em muitos pontos, principalmente quando diz que o fato de começarmos nossa briga com a vida muito cedo, ajudou a erguer e fortalecer os alicerces, de uma forma que hoje em dia está cada vez mais díficil para os jovens, mesmo estando sempre amparados pela família!
    Bjuss!!!

  • Gina
    Responder

    Norma,
    Só casei aos 24, formada, trabalhando há 4 anos, tudo bem programado. Adorei essa fase de independência que o casamento me trouxe e só fui mãe aos 27, de modo que aproveitei muito a vida a dois.
    Analisando agora, você acha que era imatura, mas pior seria se continuasse a sê-lo, como muitas vezes acontece quando vemos até idosos que não amadureceram.
    Que bom estar conosco nessa coletiva!
    Bjs.

  • Adriana
    Responder

    Oi, Norma! Passagens geralmente são marcadas por rituais, e a minha passagem para uma vida de jovem adulta teve casamento, saída da casa dos pais, mudança de cidade, tudo a que tive direito, rs. Ainda não passei pela etapa da maternidade, mas já prevejo o mesmo baque que você sentiu, o baque de uma coisa grande. Muito rica sua participação na BCFV! Beijos!

  • ana cristina
    Responder

    eu sou uma jovem solteira feliz de 45 anos que nao vai sair da casa dos pais de jeito nenhum rsrsrs! um resfriadinho chato me tirou do trabalho hoje a tarde, entao vou aproveitar para visitar e comentar as coletivas! Depois da uma passadinha la na minha participacao! Bjo

  • Maria luiza saes de rezende
    Responder

    Muito legal a sua juventude. Tão certinha e organizada! Muito interessante as colocações sobre as delimitações de quando a quando se inclui a fase da juventude. Confesso que não sei se é dos 18 até os 30. Bem, pena que ela já se foi. Meu abração! Também participo!

  • Socorro Melo
    Responder

    Oi, Norma!

    Penso que a independência financeira, o casamento, a maternidade, que consequentemente trazem responsabilidades, nos amadurecem, e nos tornam adultos. Muito interessante essas reflexões a respeito da transição da juventude para a fase adulta.

    Um abraço
    Socorro Melo

  • Rute
    Responder

    Olá minha linda,
    que bom encontrar um texto seu nesta 4ªfase da BCFV 🙂

    Gostei principalmente da referência que vc fez a “somar papeis”.
    Quantos “papeis” eu somei durante a minha juventude! Nossa!!!!
    Filha
    Estudante (inclusive durante o casamento)
    Mulher
    Mãe
    Profissional por conta própria…

    A juventude nos dá uma energia que não acaba mais. A cada papel, mais e mais responsabilidade. É um caminho sem volta, por vezes assustador, mas também um sentimento prazeroso de realização pessoal.
    Grata por suas palavras e pelas definições de juventude através das várias prespetivas dos autores.
    Abraço além-mar,
    Rute

  • mariazinha
    Responder

    acertou é o marido….obrigada pela visita…beijos

  • Ameixinha
    Responder

    Ainda não sou esposa nem mãe mas devem ser marcos muito importantes na nossa vida 🙂 Obrigada pelo comentário que deixou no meu blog!

  • Bel Rech
    Responder

    Como você comentou, hoje é diferente,pois com 13 anos eu já me virava, hoje o que queremos é que nosso filho estude somente, talvez por eu não ter tido esse incentivo nesta idade, quero fazer diferente.
    Talvez ele demore para sair de casa também…hehehe
    paz e bem

  • Élys
    Responder

    Estou retornando às visitas, hoje, pois tive problemas com o meu computador.
    Quando se vai entrando na juventude e depois precisando-se assumir compromissos, dá um certo medo, que a vida vai nos ensinado a superar.
    Beijos.

  • Denise
    Responder

    É muito importante cortar o cordão umbilical. Isso marca a grande conquista q se dá na juventude. Penso q é a fase mais difícil, é quando percebemos q precisamos resolver problemas. Tb para as mulheres, geralmente é quando vem os filhos, outra mudança enorme, onde necessitamos de readaptação e compreensão do papel de mãe. Muita paz!

  • virginia
    Responder

    Oi Norma, prazer em conhecê-la. nesta época do mês conhecemos várias pessoas através da blogagem coletiva. As histórias são todas maravilhosas, e a sua é uma delas. Beijos.

  • Zilda Santiago
    Responder

    Uma ótima postagem para esta bela coletiva!Parabéns.Bjss

  • Lina
    Responder

    Olá, somente hoje consegui ler a sua participação e concordo que a juventude é uma época de mudanças e de muita responsabilidade, pois definimos a nossa posição e maneira de estar na vida, tanto a nível emocional quanto profissional. Gostei muito do seu texto.
    Beijinhos

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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