Enfrentamentos
O envelhecimento bate a porta e muitos se negam abri-la.
Simone de Beauvoir, em seu livro A Velhice (1990), aponta que o homem recusa-se a reconhecer nele a possibilidade de ser velho: “[…] de todas as realidades, a velhice é, talvez, aquela de que conservamos por mais tempo, ao longo da vida, uma noção puramente abstrata” (1990, p. 10-11). Neste pensamento está contida a negação pela infinitude; o medo da morte.
A idade, para alguns idosos, significa motivo de espanto
Por outro lado, na modernidade, há uma utopia centrada no corpo, na saúde associada à beleza. Na velhice se concentra o momento crítico de mudança de imagem corporal, levando a dificuldade de aceitação da imagem envelhecida e suscitando o sentimento de perda.
Torna-se necessário que o sujeito reconheça a si mesmo, confrontando a imagem que se fez ideal, com a atual realidade das suas capacidades e dos seus limites, (re)pense as experiências nessa fase de vida; construa novas identidades e abra novas possibilidades de projetos.
“Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.
Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.
A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos.”
Mia Couto
“Idades Cidades Divindades
Norma Emiliano
Grata por sua visita
Comments
chica
Que lindo,Norma e teus cabelos estão muito legais. Todos bem brancos, sem aqueles crescimentos … Uma libertação sem tintas,não? Ainda não consigo me libertar…Preciso!! beijos, tudo de bom,chica
verena
Muito lindo e verdadeiro,Norma
Você ficou ótima com o cabelinho branco.
Eu estou criando coragem…rs
Beijos.
Ailime
Boa noite Norma,
Um texto, reflexivo, e poema de Mia Couto muito interessantes sobre a velhice.
Temos mesmo que aceitar o avanço da idade com as rugas, os cabelos brancos, etc.
Tudo faz parte desta fase da vida. Como diz há que criar novos projetos e reinventar a vida para a tornar mais atrativa.
Gostei de a ver na foto assumindo seus branquinhos. Confesso que ainda não fui capaz.
Um beijinho e continuação de boa semana.
Ailime
toninhobira
Ah, este Mia Couto está sempre à frente de do tempo.
Lindo poema deste enfrentamento preciso com inteligencia, sabedoria.
Hoje li outros textos sobre velho x idoso, que achei interessante lá no blog da Edite. Saber do passado e renovar-se e buscar estar “antenada” no presente é mais do que velhice. Seria ser idoso.
Bela postagem Norma para perder de vista a reflexão de finitude, perdas.
Somos o que somos e finitos havemos de de ver o bonito em cada ciclo, fase desta.
Beijo amiga.
Majo Dutra
Há de facto, uma altura difícil — especialmente para os homens ~~ em que o rosto apresenta tal alteração, que a mente mal o reconhece…
Eu tenho a sorte de me sentir cada vez mais rejuvenescida inteletualmente.
Aposentei-me aos 57 anos e a minha mente livre dessa responsabilidade tem atingido níveis de discernimento que nunca tive, nem quando nova. Fazer poesia é um excelente exercício.
Mia Couto… um artista.
Está muito bonita. Eu não sei se vou arranjar coragem para o branco…
Abraço afetuoso.
~~~
toninhobira
Ah, gostei de sua foto e do seu cabelo.
Semana linda que flua para você.
roseliabezerra
Boa Noite de paz, querida amiga Norma!
Gosto de ser idosa, a velhice na me pegou… por ora, ainda não, só se eu desistir de viver e me faltar a alegria. Então sim , serei velha literalmente com ou sem cabelos brancos que em você ficam lindíssimos, por sinal.
Tenha uma noite feliz e abençoada, querida!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem