Novas Familias- Momento de Transição

 

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Viajo no tempo. Abro o álbum e velhas imagens  trazem-me  a recordação  da minha família  extensa.   Numa fileira hierárquica, homens, mulheres e crianças. Época na qual, no mínimo, três gerações se reuniam para os almoços de domingo. A matriarca, orgulhosa de seus descendentes, recebia a todos com a mesa farta.

A família, “laboratório das relações”, manteve-se numa forma estável durante séculos. As uniões eram “para sempre”. Hoje, já não é surpresa quando os casais se separam.  Porém, o divórcio não é um fim. Ele é um momento de transição. A separação não destrói a família. Ela toma uma nova forma. Uma das novas modalidades  é  a que  denominamos de uniparentais, ou  seja, pai  e  filhos  e/ou  mãe  e  filhos, nas  quais  as  mudanças  nos  limites estabelecem  uma clara separação entre  o  marido  e  a  mulher.  Esta  transição  envolve   um  processo doloroso, que  vai   exigir    trabalho  psicológico    e reorganização.

Encontramos, também, as famílias  recasadas ou  reintegradas onde  cada um  dos parceiros traz, do relacionamento anterior, os seus filhos e posteriormente têm filhos em comum. Nestas, há o cruzamento de histórias, personagens, diferenças na forma de sentir e agir que podem gerar entraves para a reorganização do sistema familiar. O casal vai ter que  aprender  a  lidar  um  com outro  ao  mesmo tempo  em  que estará aprendendo  a lidar com  os  filhos. Assim, é ingenuidade pensar e agir como  se todos  estivessem felizes e  pertencessem a  uma grande  família e tentar  evitar os conflitos. Segundo Michael Nichols, ”A vida familiar depende de uma forte ligação do casal”. Desta forma, a relação do casal é o ponto de partida para a união e afetividade entre os demais membros.

É no campo das relações humanas que o homem enfrenta seus maiores desafios. É “a convivência entre as pessoas que conduz à descoberta e o desenvolvimento da individualidade e é condição de saúde mental”. ( Iara C. Anton, 1991),  e a família é o principal local desta convivência.

A  vida é  movimento  e  a f amília, como  todo  ser vivo, é  dinâmica  necessitando de  tempo  necessário para que os vínculos e a intimidade surjam e desta forma o amor floresça entre os seus membros.

Norma

Comments

  • Anônimo

    Seu texto me fez recordar da minha história e a comparar os tempos e os valores tão diferentes.

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