Envelhecer

 

“Para o homem que envelhece é um dever e uma necessidade

Dedicar atenção séria a seu próprio Si mesmo. Depois

De haver esbanjado luz e calor sobre o mundo, o Sol

Recolhe os seus raios para iluminar o si mesmo”.

C.G Jung

Tendo por base o livro Gerontodrama: A velhice em cena de Costa, 1998, faço algumas reflexões sobre o envelhecimento.

O envelhecimento é um processo que se inicia no nascimento. A velhice é uma etapa da vida que faz parte deste processo. Encontramos na literatura várias concepções sobre esta temática. Costa (1998) apresenta três conceitos ao se referir à terceira idade: Cronológico, biológico e pessoal.  A idade cronológica é a que tem início com o nascimento e consta da certidão de nascimento; o biológico é a estabelecida pelo corpo e a pessoal é compreendida pela autora citada como um critério individual, ligado à subjetividade de cada um, ou seja, o que a pessoa determina como se sente.

Hoje, já há referência a uma quarta idade que tem início aos 80 anos. O envelhecimento populacional tem despertado pesquisas. As projeções para 2050 mostram que a Terceira Idade será numericamente mais elevada do que os integrantes da faixa entre zero a 15 anos,

O envelhecer implica desgastes das capacidades fisiológicas globais, modificações somáticas e psicossociais. O medo e o preconceito existem e dificultam a aceitação deste como um processo natural. Na sociedade contemporânea, o culto à juventude vem dificultando, ainda mais esse processo.

A investigação sobre a Quarta Idade é um campo novo na pesquisa.  Os gerontólogos anteveem um futuro em que a pesquisa e a prática deverão ser orientadas ao envelhecimento que tem duas faces, perdas e ganhos.  Encontramos na mídia histórias de idosos que alcançaram conquistas pessoais após os 80 anos, como por exemplo, a de Leon Nolasco que deve se formar neste fim de ano e deseja fazer o exame da OAB, tendo também em seus planos cursar agronomia e história.  Outro bom exemplo é de Margarida Amaral, de 101 anos, que lançou um livro de suas memórias. Ambos os casos foram registrados pelo G1.

Em minhas observações tenho constatado entre os casais de idosos, que o número de viúvos tem aumentado, em oposição aos dados estatísticos que apontam à viuvez para mulheres. A longevidade e a saúde, de acordo com alguns especialistas, dependem mais das escolhas pessoais e do comportamento do que a herança genética. Estes apontam que, geralmente, as doenças genéticas se manifestam nos primeiros vinte anos de vida. Posteriormente, são os hábitos que ativam ou não os genes associados à maioria das doenças crônico-degenerativas.

Assim entendido, o estilo de vida, a visão de si mesmo, o prazer do viver, constituem pontes significativas para a vida saudável ao longo de uma vida, que se consagra com a aceitação  do envelhecer.

Norma Emiliano