Terapia Individual Sistêmica
O indivíduo sente que está mal e não consegue entender nem superar o estado de paralisação em que se encontra. Percebe que precisa de ajuda, há o desejo de conhecer mais profundamente seus conflitos e caminhar em direção à “felicidade”.
Cada pessoa é única no que diz respeito ao seu temperamento, composição genética, percepções e necessidades. Contudo, a formação da identidade se processa através das interações familiares contínuas. Assim, o sentido que cada pessoa atribui à vida, à família, aos relacionamentos, às suas expectativas, bem como à sua auto-estima estão relacionados à sua família. O ser humano nem sempre tem consciência disto.
A Terapia Sistêmica em sua origem dirigia-se exclusivamente ao atendimento de famílias. Ao longo do tempo, com desenvolvimento teórico, técnico e clínico, a abordagem sistêmica foi se reestruturando para atender clinicamente o sistema individual.
No atendimento individual, as histórias familiares fornecem o nexo dos fenômenos e constituem os recursos terapêuticos. “O espelho familiar vai circulando através das diferentes gerações de uma família, constituindo-se em elo entre passado e futuro.” (Gomel). Desta forma, parte-se de algo que é “interno” para o indivíduo e o relaciona com algo que acontece entre as pessoas. “Forças transgeracionais exercem uma influência crítica sobre as relações intimas atuais.” (Framo). Consideram-se todas as informações levando-se em conta três gerações da família.
O foco da terapia é favorecer o autoconhecimento e possibilitar a descoberta de saídas para o impasse em que o indivíduo se encontra (processo de autonomia e mudanças de pautas disfuncionais).
A reconstrução das histórias, a analise e definição dos padrões relacionais repetitivos, possibilitam uma visão mais ampla do problema podendo trazer à consciência fatores que permitam a elaboração de conflitos, perdão, ressignificação de atitudes, etc.
São fundamentais o desejo de mudança e a disponibilidade do indivíduo, assim como, que o vínculo terapêutico favoreça o processo de mudança e ajude-o a se “diferenciar”, ou seja: ter capacidade de manter separados os sistemas emocionais dos intelectuais, usar mais a razão do que os sentimentos.
As intervenções consideram as relações entre o indivíduo e os outros e dele consigo mesmo. Trabalha-se com a identidade pessoal e a identidade familiar nas vertentes do pertencer e do diferenciar-se, ajudando o indivíduo a sair da massa indiferenciada da família e a poder construir seu caminho, reconhecendo outras possibilidades.
A separação da família de origem é um processo gradativo e que não se esgota. A Terapia individual sistêmica, agregando ou não, os diversos membros familiares, é indicada quando é o indivíduo busca a terapia com objetivo de desenvolver consciência do seu padrão de funcionamento e deseja adquirir aprendizagens que são necessárias no momento, ou de realizar as mudanças que se fizerem necessárias.
Referência bibliográfica
Framo J.L.(2002). Uma abordagem transgeracional à terapia de casal, à terapia de família famíliar e a terapia individidual. In M. Andolfi (org.)
Imagem Net
Comments
Cleo
Não conhecia esta abordagem de terapia. Achei bem interessante.
espalhandooamor
Olá, você tem uma sugestão de livro pra quem pensa em atender nessa modalidade?
Abraço,
Agnes
Norma Emiliano
Bom dia
Grata por sua visita. No blog, em Recomendações bibliográficas você encontrará boas referências.