Nossos medos

medos

Todos com maior ou menor grau temos medo. O que é;  de onde provem?

O medo é uma primitiva emoção, “muitas vezes o objeto do medo é uma representação símbólica da ansiedade que flutua sem nome no inconsciente.” James Hollis. p.145

Tenho muitas lembranças da infância em que o medo me paralisava e  um dos meus tios considerava sua melhor brincadeira nos assustar à noite cobrindo-se de lençol para representar fantasmas. Incrível, não?

O medo pode, ser dividido em duas fases, bioquímica e emocional. A resposta bioquímica é universal, enquanto a resposta emocional é altamente individualizada. A reação bioquímica é  possivelmente um desenvolvimento evolutivo; é uma resposta automática,  crucial para a sobrevivência.

A nossa mente regista todos os momentos bons e maus, mas ela reforça as emoções mais marcantes, gerando inseguranças. Na infância, os medos específicos são os problemas emocionais mais frequentes  que não sendo tratados  poderão permanecer ao longo da existência. A resposta emocional ao medo é altamente pessoal.

O pensamento mágico originário das crianças  pode convencer de que os pensamento e  comportamento exercem influência causal sobre o mundo, sendo um bom exemplo disto as superstições. Inconscientemente cria-se rituais que afastem as forças negras. James Hollis.

Você se recordar de seus pensamentos infantis e o que geraram para você? 

O estado emocional pode gerar comportamentos, atitudes estratégicas, rituais para  afastar as forças obscuras. apesar de serem frágeis. Assim sendo, o estado emocional pode gerar  comportamentos como uma reação. Lutamos ou fugimos.  Ao se tomar consciência dos medos liberta-se do vínculo inconsciente do passado. James Hollis

“Você ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que enfrenta o medo. Para isso tem que fazer exatamente aquilo que acha que não consegue.” (Roosevelt). Ou seja: a energia está dentro de cada um, é necessário correr o risco de ir além no espaço exterior  (James).

Norma Emiliano

 Referência

James Hollis. Os Pantanais da alma, nova vida em lugares sombrios. 1996

Imagem – google

Comments

  • Roselia Bezerra
    Responder

    Olá, querida amiga Norma !
    Você não tem cálculo de como veio como pista para a decisão que estou tomando nestes dias …
    Serviu-me de bálsamo para enfrentar, sem o fantasma do medo , o passo grande que estou tomando pela fé …
    Preciosa postagem onde , mesmo sabendo que o tal perigoso tenta minar minha felicidade, me animo a dar um salto gigantesco em busca de paz em todos os níveis do meu viver …
    Abaixo todos fantasmas cerebrais !
    Seja muito feliz e abençoada !
    Bjm de paz e bem

  • toninhobira
    Responder

    Bom fim de noite Norma!

    Mais um belo texto de sua partilha para fazer pensar e incentivar emoções que possam nos elevar e ou enlevar. Nesta referencia à infância eu posso dizer de todos os medos que me assediavam e o maior medo era dos mortos em todos os sentidos, desde a preparação deles bem como as estorias contadas pelos adultos no intuito direto de causar medo hoje chego a achar certos mortos bonitos tal é a maquiagem que se faz. Não foi fácil romper com estes medos, assim como das assombrações de nossa infância inclusive com uma certa dose de culpa da visão religiosa católica com seus capetas pintados em infernos horríveis.E o medo vem de todos os lados e cria em nós uma fragilidade que pode nos impedir de crescimento e até nos impor um certo comodismo e aceitação do irreal.
    O pensamento final de James é a perfeita reação a ser tomada, enfrentar e vencer e ser livre. Todos os medos tendem ao irracional e sendo assim os racionais devem vence-los, supera-los.
    Gostei Norma do tema medo e pode muito ser explorado.
    Grato sempre pelas partilhas que fazem olhar para dentro.
    Beijo.

    Tem uma música do Belchior que fala muito bem do medo, sugiro buscar no Youtube, bem interessante.Chama Pequeno Mapa do tempo.
    Veja este trecho:

    “Eu tenho medo de abrir a porta
    Que dá pro sertão da minha solidão
    Apertar o botão: cidade morta
    Placa torta indicando a contramão
    Faca de ponta e meu punhal que corta
    E o fantasma escondido no porão.”

  • Norma Emiliano
    Responder

    Toninho gostei muito da música e deixo a letra aqui para todos que se interessarem em conhecer.

    Eu tenho medo e medo está por fora
    O medo anda por dentro do teu coração
    Eu tenho medo de que chegue a hora
    Em que eu precise entrar no avião

    Eu tenho medo de abrir a porta
    Que dá pro sertão da minha solidão
    Apertar o botão: cidade morta
    Placa torta indicando a contramão
    Faca de ponta e meu punhal que corta
    E o fantasma escondido no porão

    Medo, medo. medo, medo, medo, medo

    Eu tenho medo que Belo Horizonte
    Eu tenho medo que Minas Gerais
    Eu tenho medo que Natal, Vitória
    Eu tenho medo Goiânia, Goiás

    Eu tenho medo Salvador, Bahia
    Eu tenho medo Belém, Belém do Pará
    Eu tenho medo pai, filho, Espírito Santo, São Paulo
    Eu tenho medo eu tenho C eu digo A

    Eu tenho medo um Rio, um Porto Alegre, um Recife
    Eu tenho medo Paraíba, medo Paranapá
    Eu tenho medo Estrela do Norte, paixão, morte é certeza
    Medo Fortaleza, medo Ceará

    Medo, medo. medo, medo, medo, medo

    Eu tenho medo e já aconteceu
    Eu tenho medo e inda está por vir
    Morre o meu medo e isto não é segredo

    Eu mando buscar outro lá no Piauí
    Medo, o meu boi morreu, o que será de mim?
    Manda buscar outro, maninha, no Piauí

  • Anete Marques
    Responder

    Um texto muito bom, Norma. Os medos dificultam demais a vida de qualquer pessoa. A questão é reconhecê-los e enfrentá-los com a força do Alto. Alguns estão tão entranhados, que precisamos insistir sem desanimar…
    Um bj e o desejo de que tenha um lindo 2018…

  • Valéria
    Responder

    Tema importante, Norma… realmente o medo vem desde o inicio e é sempre bom, observarmos nossas reações, para ver se conseguimos detectar, algo de um medo antigo, da infância, que de repente nos assombra, mas que podemos trabalha-lo e vermos o quanto era infundado e mudarmos o modo que lidamos com a sensação, agora.
    Enfrentar o medo, pode libertar…
    Feliz 2018, beijos,
    Valéria

  • Majo Dutra
    Responder

    Lamento muito que se possam quebrar definitivamente os frágeis laços que se criaram entre nós, porque de facto, temos sempre coisas a aprender reciprocamente.
    Afastámo-nos após a minha ausencia por motivo de doença.
    Fico grata pela leitura agradável sobre o medo, reação intimamente relacionada a um instinto, o de sobreviver.
    Um 2018 repleto de saúde, paz, sucesso, realizações e alegrias.
    Felicidades, Norma.
    ~~~~

  • Norma Emiliano
    Responder

    Majo
    Não vejo assim, aqui estamos na blogosfera e no face que tenho acompanhado seus posts. Só não utilizo muito e-mail que utilizo mais para assuntos profissionais e divulgações das atualizações.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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