Uma relação delicada

O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória. Por isso, tenha cuidado com o que planta!”

 

Unidas pelo amor ao mesmo homem sogra e nora fazem do encontro, sem escolha, uma batalha para a sobrevivência. Na união do casal, as famílias se cruzam e uma complexa trama se estabelece.

Cada um dos membros da parceria traz consigo a família de origem. Entretanto, se faz necessária a passagem do “status” de filho/a para marido/esposa. Isto consiste em que abandone o papel de ser cuidado/a para o papel de parceiro/a e que possa equilibrar o dar e receber, bem como investir maior energia na família nuclear do que na de origem. Neste sentido, os limites estabelecidos por cada um dos parceiros, com os diversos membros de suas famílias, principalmente pai/mãe, vão facilitar ou dificultar o relacionamento entre os subsistemas familiares ( casal, mãe/filho, sogra/nora, etc).

Entre as questões que interferem na vida a dois, a relação sogra-nora, normalmente, se destaca. É notório que já existe o pré-conceito que dificulta o estabelecimento saudável deste vinculo, associando-se ao papel de sogra a uma pessoa inconveniente que precisa ser suportada.

Estudos mencionam que na relação sogra-nora, as noras têm um relacionamento ruim/distante com as sogras, sendo atribuído como elementos dificultadores o ciúme e implicâncias por parte das sogras.

De acordo com Rosssi (1994) a relação sogra-nora é uma relação interpessoal de parentesco obrigatória e necessária tendo a princípio em comum o marido/filho. Porém, por virem de famílias diferentes, possuem valores, crenças, muita vezes, incompatíveis, que podem se transformar em competitividade. Assim sendo, pequenos atos ou palavras aparentemente sem malícias causam graves problemas por serem mal interpretados.

As situações mais difíceis ocorrem quando há uma ligação muito estreita entre mãe e filho, pois ninguém consegue atender às suas exigências e automaticamente ocorrem às críticas, que aos poucos minam as relações, inclusive do casal. Observa-se, também, que a convivência sob o mesmo teto é um agravante.

A competitividade pode ter fim na medida em que ambas consigam crescer emocionalmente e percebam que cada uma tem o seu próprio espaço. Entretanto, o papel do marido/filho é fator relevante na evolução da relação sogra/nora, ou seja, quando ele tem seus limites pessoais bem definidos sabendo separar o amor da esposa e o da mãe.

A aceitação e respeito são indispensáveis para a boa convivência, portanto deve-se evitar as agressões e buscar-se o diálogo sincero colocando-se os limites necessários para que o casal fique preservado e os laços amorosos entre mãe e filho se mantenham sem mágoas.

Referência: 

ROSSI, J. Síndrome Sogra-Nora: Uma Relação de Parentesco (Des)Conhecida. Dissertação de Mestrado Não Publicado. Instituto de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. 1994.

Norma Emiliano

Comments

  • Rute
    Responder

    Querida Norma,
    muito bom seu texto. Essa é a relação tipica.
    Mas como em tudo…minhas relações são atípicas 🙂
    Eu adoro sogras! Porquê? Porque todas elas me tratam como filha. Não há diferença de tratamento entre as filhas de sangue e eu.
    E porque falo: sogras?
    Porque mesmo aquelas que não chegaram a ser, ficaram.
    Mesmo aquelas que já foram, ficaram.
    E neste acumular de sogras… inclui-se a sogra atual.
    Eu explico:
    As mães dos namorados.
    A mãe do meu ex-marido.
    E por fim a mãe do meu atual marido.
    Ter sogra é como ter religião, há que ser tolerante. E não fazer braço de ferro!
    Depois vem, novamente, o trabalhar do sentimento de posse. Ninguém é de ninguém. Logo, eu não tenho de disputar meu marido com a mãe, assim como minha filha é filha de todos e não só minha.
    Por exmplo, deixar minha filha ir de férias com minha ex-sogra não tem qualquer problema para mim, tenho total confiança e não meto a colher. Se a filha está com ela, eu não opino. E o mesmo com o pai.
    Beijinho muito grande para vc,
    Rute

  • chica
    Responder

    Como em tudo nas família impera o bom senso e ponderação.,.. Ninguém admite pitacos na sua vida de sogras ou coisas assim…Eu não tive e não fico triste por isso!rsrs beijos,chica

  • Ana Karla Misturação-Misturão
    Responder

    Norma, acho que quando optamos por um amor, se é que posso falar assim, devemos pensar também no pós matrimônio, pois casamos com um grande amor, mas convivemos com uma família inteira, o que é muito importante entrar num relacionamento sabendo o que vamos enfrentar.
    Porém, é mesmo dever do filho/marido se impor e decidir como vai ser essa relação.
    No mais, que a convivência seja a melhor possível. Cada um na sua, sem se intrometer.
    Post bastante esclarecedor.
    Bom final de semana
    Xeros

  • Gina
    Responder

    Norma,
    Felizmente, tenho uma boa relação com a sogra, não posso me queixar.
    Nem sempre é assim e vemos essa competitividade com frequência em todo lado.
    Foi interessante você ressaltar o fato de que cada um dos parceiros leva a família junto e os atrito, se não acontecem diretamente entre sogra e nora ou sogro e genro, podem ocorrer com outros membros, como os cunhados.
    Costumo dizer que viver é fácil, conviver é que é difícil.
    Bom final de semana!

  • Nilce
    Responder

    Essa relação pode ser muito difícil ou não Norma.
    Nunca tive problemas com as duas sogras que tive, em compensação minha nora me olha como competidora.
    Por isso evito visitá-la.
    Com a chegada da neta, vou mais lá, mas ela continua muito fria comigo, e já chegou a me dizer que filho dela, ela cria sozinha e nunca vai precisar de ninguém.
    Ótimo, mas será que meu filho liga escondido dela para perguntar o que fazer com a bebê? e porque será que ela aceitou que eu ficasse no hospital, sendo que ela havia dito que tinha tudo esquematizado, quem iria fazer o que. Vim embora e ela teve que fazer tudo sozinha.
    Fico com pena, mas não dá mesmo.
    Juro que não sei mais o que fazer. Meu filho por vezes, diz que nem ele aguenta essa indiferença dela. rs E eu peço muito cuidado e paciência sempre.

    Excelente final de semana minha querida.

    Bjs no coração!

    Nilce

  • Beth Q.
    Responder

    Excelente texto e abordagem sobre este delicado tema.
    Conheço uma moça que está vivenciando período difícil após 2 anos de casada, simplesmente porque a sogra revelou-se uma pessoa cruel, indelicada e mal educada, mas o filho como ama sua mãe, não sabe colocar limites por ser ainda muito jovem e imaturo. Temo pelo casamento desta moça, porque não vejo possibilidades de melhora no trato entre eles.
    Acho que por mais que nos distanciemos da pessoa, sempre ela estará presente nas conversas e nos dias importantes da nossa vida, por isso acho que buscar um entendimento e respeito é algo imprescindível. Questão de inteligência também, não é mesmo?
    bjs cariocas

  • Toninhobira
    Responder

    Uma relação que é parecida com um vespeiro,tudo pela falta de delimitação. É preciso mesmo esta tolerancia,sem ser aceitador.As que tive foram de relacionamento amigavel e amistoso,mas sempre priorizando os direitos.Em toda relação é preciso um pouco de aceitação.O tema é bom Norma e tambem delicado nas ações. Voce sempre interessante.Uma passagem obrigaoria na orientação e reflexão. Um belo fim de semana a voce.Bju de luz.

  • Élys
    Responder

    Toda relação, creio que o mais importante é o bom senso e o diálogo, embora nem sempre é fácil, mas tem de ser tentado sempre.
    Beijos.

  • Nina
    Responder

    É mesmo Norma, essa é uma relacao mt delicada. Eu tenho sorte de ser como a Rute, sempre fui querida pelas sogrinhas, acho que tive sorte. Mas tbm sei que fora algumas piracoes de algumas sogras que exageram mesmo, acho que essa relacao depende mt de como a nora trata sua nova família… depende mt da boa vontade de ambas.

    Bjs Norma!

  • Norma Emiliano
    Responder

    Oi Beth
    A distância não adianta, é importante que o casal se entenda em relação aos fatos e o filho ou filha ficar responsável pelos limites. Em caso extremos a terapia de família e/ou casal pode ser uma boa fonte para este aprendizado.
    bjs

  • Adriana Alencar
    Responder

    Tenho uma relação díficil com a minha sogra. Ela é uma pessoa simples, de pouco estudo e, por isso, sem muita noção dos limites, então vem em horários impróprios, pergunta coisas que não deve, faz coisas desnecessárias… Sei que a intenção não é má, mas ela é muito inconveniente certas vezes e isso causa-me problemas e, como meu marido não consegue lhe chamar a atenção por pena eu tenho de fazer e acabo sendo a nora malvada. Isso é muito complicado…
    Beijo
    Adri

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