O poder do silêncio

 

Nós, seres humanos, estamos, cada vez mais,  sintonizados em muitas coisas diferentes ao mesmo tempo. Neste sentido, acabamos não nos dando conta  desta sintonização excessiva  até que a manifestação negativa ocorra em algum acontecimento ou doença. 

O uso desmedido da mente acaba nos levando a diminuição da percepção. Um pensamento nos leva a outro, nos tornando agitados.  Assim, de toda a realidade que nos cerca, conseguimos perceber uma faixa restrita; os pensamentos acabam nos levando  aos mesmo resultados e voltamos ao ponto de partida.

Constantemente, o ser humano está interagindo mediante ressonância com tudo que existe e o silêncio pessoal  inquieta. No entanto, a comprensão, muitas vezes exige o silêncio.

Encontrei em Susana Tamaro  uma descrição que considerei muito própria ao que estou me referindo.  Ela menciona que “a compreensão exige silêncio (….) a mente é prisioneira das palavras” , (…) os barulhos são como uma droga: depois que você se acostuma, já não pode viver sem eles”.  Assim,   traz a metáfora da limpeza  do chão com a vassoura ou com um pano molhado: “se usarmos a vassoura, quase toda a poeira fica no ar e se deposita nos objetos vizinhos; se ao contrário, usarmos um pano molhado, o chão fica liso e reluzente. O silêncio é como pano úmido, afasta de vez a opacidade do pó”.

É inegavel a importância da  autopercepção, ou seja,   do  reconhecimento dos sinais do nosso  corpo, dos  sentimentos e das atitudes.  Na medida em que vamos  ampliando o autoconhecimento,  temos melhores condições de nos relacionarmos conosco e com as outras pessoas. Além disso,  a auto percepção ajuda o desenvolvimento  da capacidade de atenção.

Enfim,  praticando o silêncio  temos possibilidades de desenvolver atitudes pacíficas tão necessárias a este nosso mundo inundado pela velocidade e tão pouco humanizado.

Referência

Vá  aonde seu coração mandar- Susana  Tamaro- Ed. Rocco

Norma

Comments

  • Isadora
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    Norma, como nos acostumamos com o barulho! E barulho no sentido mais amplo, não apenas sons externos.
    O silêncio além de ajudar a pacificar nossos atos, é um bom conselheiro.
    Em silêncio podemos escutar com mais nitidez, o que nossa alma/corpo querem nos dizer.
    Um beijo

  • Isa Grou
    Responder

    Olá Norma!

    Cultivar o Silêncio… Cultivar a Paz Interior… é FUNDAMENTAL… pois na quietude interior… é onde encontramos muitas respostas…

    K. Lorenz nos diz:
    “A necessidade cada vez mais aguda de ruído só se explica pela necessidade de sufocar alguma coisa.”
    E concordo com ele.

    Beijos.

  • Sonia Beth
    Responder

    Norma, o mais difícil é o barulho interno, né?

    beijins

  • Meri Pellens
    Responder

    Excelente post. O mundo está muito globalizado e ninguém consegue dar conta de tudo. Parar um pouco e refletir sobre o que realmente importa e precisa ser feito ajudaria muito.
    Beijos na alma, Norma!

  • Meru Sami
    Responder

    Oi, Norma!
    É exatamente na dança relacional que percebemos o fundamental papel de cada um ser o que é. Não há dança entre casais se o homem e/ou a mulher não se satisfazer no seu papel e querer fazer tudo só. Não há dança entre grupos se as partes não aceitassem o que lhe cabe executar decidisse fazer tudo só. Um solo é lindo, mas somos seres sociáveis e polares, solo a vida toda não tem crescimento.
    Gostei da sua postagem, profunda e reflexiva.

    Beijos

  • Crica
    Responder

    No silêncio, na quietude eu me descubro e me percebo. Muito bom o texto!

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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