Decisões

 A vida é uma eterna surpresa.

Em nosso cotidiano, temos várias tarefas a serem desempenhadas; algumas dessas são rotineiras, mas sem percebermos, estamos continuamente fazendo escolhas e, portanto, tomando decisões. No entanto, há momentos que essas nos parecem difíceis e angustiantes, provavelmente, porque ameaçam a trajetória já estabelecida.

Cada indivíduo vive o seu próprio mundo, que é reflexo do seu ambiente físico, social e da sua própria natureza biológica. Suas necessidades e desejos aparecem através de mudanças no ambiente físico, social e biológico. Contudo, a percepção individual da situação, a intenção e o significado são  fatores importantes para as mudanças.

Todas as escolhas geram conseqüências e em todas, temos ganhos e perdas. Reporto-me, neste sentido, a uma pessoa que aos 55 anos considerava que o tempo que lhe restava na vida deveria ser para poder usufruí – lo de forma mais livre, sem compromisso com os horários que o trabalho lhe impunha. Já poderia, pelo tempo de serviço, aposentar-se, mas não tinha certeza dos benefícios reais que esta poderia lhe proporcionar. Mantinha-se ocupada, útil e interagindo. Na manutenção da segurança do conhecido, uma mistura de medo pelo incerto e desejo de liberdade lhe tirava a tranqüilidade.

O conceito do vocábulo decisão é constituído po:r de (que vem do  latim caedere e significa parar, extrair, interromper) que se antepõe à palavra caedere (que significa cindir, cortar). Sendo assim, literalmente significa “parar de cortar” ou “deixar fluir” (Gomes L.; Gomes C.; Almeida, 2006).

O  desejo de controle, muito comum no ser humano, age como freio que impede, por vezes, o deixar a vida fluir. Nas diversas etapas da vida humana,  os ciclos se sucedem. Algumas vezes, sem percebermos, tentamos nos aprisionar à determinada fase ou situação  por apego ou medo do novo.

As possibilidades de escolhas existem, mas precisamos também perceber que entre o ato da decisão e a realização, há uma defasagem que depende de vários fatores e que nosso controle tem um raio de alcance.  Desta forma, precisamos tolerar certo grau de surpresas, de perdas, frustrações e permitir sermos simplesmente viajantes, pois como já nos dizia J. A Wanderley: A vida é a arte das escolhas, dos sonhos, dos desafios e da ação. Fonte

Apesar dos medos, das dúvidas e do novo, estamos sempre fazendo escolhas, mesmo quando permanecemos no conhecido. Nossas bagagens pessoais existem, porém podemos  reorganizá-las para novas aventuras. Criar asas para novos voos.

Norma Emiliano

 

Imagem Net

Comments

  • chica
    Responder

    Muito apropriado o tema.
    .A vida realmente cheia de escolhas.
    Pior é quando temos que lidar com as erradas dos outros que fatalmente caem sobre nós, não? Adorei o texto! beijos, linda semana! chica

  • Verena
    Responder

    Querida Norma
    Faço minhas as palavras da Chica. Escolhas erradas, por vezes, caem sobre nós e nos preocupam e entristecem e nada podemos fazer a respeito.
    Gostei imenso do seu verdadeiro texto.
    Tenha uma excelente semana
    Beijinhos
    Verena..

  • Rosélia Bezerra
    Responder

    Bom dia de paz, querida amiga Norma!
    Pena que nem todos rezem antes de tomar decisões, vão pelo impulso e para defenderem a própria pele, causando estragos na alma alheia, estraçalhando corações.
    Mesmo fazendo discernimento antes de agirmos, corremos riscos, se a outra parte não o faz.
    Deus nos ajude a seguirmos de cabeça erguida pela consciência reta que nos move, mesmo com muita dor na alma.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos

  • Ailime
    Responder

    Bom dia Norma,
    Um excelente artigo. Nem sempre é fácil tomar as decisões mais acertadas. Por vezes partimos com a ideia de que tudo será mais fácil, mas aí a biologia tem sempre algo a dizer e por vezes, no caso das aposentações, não é nada fácil a adaptação a uma nova realidade.
    Beijinhos e uma ótima semana.
    Ailime

  • Lar & Linho
    Responder

    Bom dia, Norma!

    Este querer controlar tudo, incrustado numa cultura incansável da busca de tronos a serviço do eu, só faz destruir a paz.

    Quantos se deixam levar, abandonando convicções pelo simples desejo de pertencer a um grupo ou pelo medo de não seguir a maioria.

    Todavia, bonito é ver a firmeza moral de caráter; resistindo aos desafios, ainda que em descompasso com a multidão.

    Um texto de verdade, gostei.

    Beijo!

    Renata

  • Olinda Melo
    Responder

    Olá, Norma

    Um texto excelente que nos coloca a questão das tomadas de
    decisão que muitas vezes relegamos para segundo plano,
    quando é certo que isso já uma decisão. E todos os dias
    em cada acto há uma decisão. E além disso, ao decidirmos
    por um caminho estamos a excluir outros. Um processo importante
    e de muita responsabilidade.
    Adorei vir aqui, minha amiga, e encontrar este tema para
    nossa reflexão.
    Beijinhos
    Olinda

  • toninhobira
    Responder

    Decisão é sempre um lugar não muito confortável e assim uma tomada passa por caminhos duros, onde medo é companhia nada desejada. Cada ser é uma ilha e suas escolhas sempre esbarram em barreiras criadas e que se agigantam em certo momentos de visões. Até o desapego vem fazer companhia criando a dona incerteza, que impera sobre decisões precisas e muitas vezes adiadas Norma. Muito bom o tema que trouxe com estas ilustrações, que todos nós enfrentamos à nossa maneira de ver a vida.
    Gostei.
    Beijo e semana que flua levemente.

  • Fá menor
    Responder

    Gostei muito.
    E quantas vezes entramos em conflito conosco mesmos por causa das escolhas que temos de fazer… Mas não podemos deixar que sejam os outros a escolher por nós. Temos de tomar as nossas próprias decisões.
    Beijinhos

  • Anete Marques
    Responder

    Um texto excelente. A vida é feita de escolhas e precisamos decidir sempre com firmes convicções. “Criar asas para novos voos”, linda conclusão.
    Bjs.

  • Maria
    Responder

    Não é fácil voar em direção ao desconhecido, mas por vezes é importante e necessário seguir novos rumos.
    Excelente reflexão.
    Beijinhos

  • Jeanne Geyer
    Responder

    Sempre aprendo mais por aqui. Esse texto me disse muito pois quando parei de tentar controlar a vida, comecei a viver melhor e de forma mais leve. Com relação às escolhas, sim, até quando a gente não escolhe agir por exemplo, é uma escolha, dependendo do contexto pode ser a melhor. 😉 Beijos

  • Majo Dutra
    Responder

    Uma ótima página de psicologia aplicada.
    Norma, tem de pensar em escrever um livro de ajuda, sobre a sua interpretação de temas psicológicos. Penso que teria muito sucesso.
    Dias leves e agradáveis. Beijos
    ~~~~~~

  • Norma Emiliano
    Responder

    Majo o meu primeiro livro, Pensando em Familia: entrelaços são contos de temas sobre minha prática. Bjsss

  • rudynalva
    Responder

    Norma!
    Crônica reflexiva e verdadeira.
    Amo seus ensinamentos.
    cheirinhos
    Rudy

  • Ana Freire
    Responder

    Um texto libertador e inspirador!
    Muitas vezes nós nos esquecemos que não escolher uma alternativa… é também uma escolha! O importante é sabermos conviver bem com as nossas escolhas, quer elas nos empurrem para rotinas ou para novas aventuras…
    Um beijinho!
    Ana

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