Perdas – Yasmine

 

 

Mais um encontro. Hoje é a amiga Yasmine do blog  yasminelemosrn que participa da Série, trazendo e ilustrando este dia de trocas sobre as perdas

 

“A vida não tece apenas uma teia de perdas mas nos proporciona uma sucessão de ganhos.O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar.” LYA LUFT

Eu acrescento,  e  pudermos enxergar.

 

PERDER, A CERTEZA QUE AMAMOS

 

  perdas

 

Perder boneca,carrinho, lápis, broche de cabelo, cadernos da escola, discos, retratos, cartões, muitas coisas, é comum. Isso não é perder, é esquecer em algum lugar.

Como são esquecidos fatos e pessoas que não significaram , magoaram .

Destruiram.
Comos objetos,  ficam por aí .
Descobrir o que é perder é abrir a alma para o amor, carinho, o que constrói amizades, escolhe amores, os mais fortes, o que jamais se acabam mesmo depois da morte. Com eles surgem escudos e proteções. Estes sentimentos não são esquecidos, são formas e gestos que ficaram orfãos daquilo que não teremos mais e tudo dentro de nós soltos, sem direção, que não poderemos substituir, ouvir a voz, sentir o cheiro, se perder em um abraço.

 Mesmo recorrendo a livros e teorias ciêntificas, a ausêcia, o vazio toma espaço, que estes mesmos sentimentos teimam em não se abrigar. Não há remédio. O tempo consola , não cura.

Ficamos inertes, paralisados, depois o respeito pelo tempo de cada fase de adaptação. Choros incontidos dão lugar a nostalgia, as lembranças boas, que se acumulam na memória de quem não consegue esquecer. Perder é arrancar com força brutal partes fundamentais do coração e que vão embora junto dos que se foram deixando enraizada a saudade. Mas temos que continuar a respirar de outras formas, aprender a sorrir novamente sem amargura, reaprender a andar feito criança, mas o caminhar será da alma, do espírito que se apoiava e sozinho, vira caminhante de novas paisagens.

Já perdi partes do meu coração, mas não esqueci, sei bem com quem ficaram e aqui continuo a respirar e esquentando as melhores lembranças que servem de bálsamo para minha pulsação e ter a certeza que vale a pena amar.

 Yasmine Lemos

 

Os apegos do ser humano provocam muitas dores. As pessoas sofrem por perdas materiais que, muitas vezes, foram antecedidas de  conquistas frutos de anos e total investimento, como por exemplo as moradias. Estas e muitas outras  menores podem, talvez,  com esforço serem recuperadas. No entanto, as perdas de entes amados marcam a alma  “a ferro e fogo” e nunca são esquecidas.

A forma como lidamos com esse luto, principalmente na infância, traça o percurso diante da vida e a possibilidade de amar e ser amado, pois o despertar do medo da perda pode retrair, embotar a expressão do amor.
Transformar esse medo em energia para vida liberta a entrega e permite o amar.

Querida amiga Yasmine grata pela disponibilidade desta participação.

Comments

  • Yasmine Lemos
    Responder

    Norma, eu que agradeço ter participado desse tema tão delicado.Já disse que seu espaço, é um diferencial aqui no mundo virtual.Espero que meu desabafo possa ajudar e colaborar com muitos corações.
    um grande beijo e uma ótima páscoa pra você e toda família

  • chica
    Responder

    Que linda e tão cheia de sensibilidade essa participação, que nem me surpreende, pois Yasmine é assim.

    Lindo, adorei! beijos às duas,chica

  • Neca
    Responder

    As mais belas palavras só poderiam vir da minha amiga Yasmine, que é a mais doce das meninas entre as mais doces das mulheres. Parabéns, minha amiga! E que o vácuo da perda que assola a alma, jamais endureça os nossos corações.
    Beijocas a ti!!!

  • Ana Karla – Misturação Misturão
    Responder

    Yasmine, mesmo na perda escreve lindamente.
    Norma, essas postagens estão cada vez melhores.
    Xeros

  • Maria emilia Xavier
    Responder

    É mesmo bem assim… a perda nos tira pedaços do coração. Muito especial sua colocação para um tema tão dolorido. Gostei, principalmente, da referência as “perdas” diárias e constantes na vida, mas que como bem disse Yasmine, não nos alcançam. Parabéns pela participação Yasmine e a você Norma que didáticamente
    nos oportuniza a racionalização desse sentimento perverso.

  • William Garibaldi
    Responder

    Norma! Tudo bem!
    Nossa que texto belo! A Yasmine, escreve muito bem e ainda possui uma sabedoria bonita de se ver e de se ler!…
    Verdade, como ‘já perdi partes do meu coração e sei bem com quem ficaram!’ Que sensibilidade.
    Esta sua iniciativa de falar sobre as perdas e ainda convidar pessoas para troca de experiências é genial.. eu cá tenho os meus problemas com perder pessoas amadas nos relacionamentos amorosos, mas compreendi ( depois de muita dor ) que o desapego também é amor… aquela verdade né: não somos donos de ninguém… mas que dói, doi!
    Bejão Yasmine, sou fã numero um seu! Seu amigo aqui, vc sabe né!
    Beijo Grande Norma! Grato pela partilha de sua sabedoria sempre! ( Falei muito hoje! rssss )

  • Socorro Melo
    Responder

    Norma,

    De perdas falamos sempre com muita emoção, e o texto da Yasmine, retrata bem isso. O tempo não cura as perdas, apenas nos consola, bem disse ela. E creio que quem parte leva sim um pedaço do nosso coração, do amor de que ele está impregnado, com certeza. O amor não morre, transcende.

    Desejo-lhe uma Feliz Semana Santa
    Socorro Melo

  • Norma Emiliano
    Responder

    Querida Yasmine obrigada por compartilhar seus sentimentos diante das perdas e nos possibilitar este dia de trocas de sensibilidades e experiências.
    Grata a todos que aqui vem comparecendo semanalmente, bem como aqueles que, de alguma forma, juntaram-se a esta roda.
    No dia 27 teremos a amiga Betânia que não pertence a blogosfera , mas é uma amiga que vem somar à Serie com seu relato intenso.
    Bjs carinhosos

  • Toninhobira
    Responder

    Oi Norma muito interessante a perda pela otica sensivel da Yasmine com uma bela descrição e definição de perdas. Parabens por esta série,penso que estarei enviando algo para voce analisar.
    Meu abraço terno de paz na Feliz Pascoa.
    Grato pela atenção de sempre.
    Bju de luz nos seus dias.

  • C.
    Responder

    Adorei o texto da Yasmine e a sua análise. Creio que ela estava se referindo ao falecimento da avó, especificamente. Perdas de pessoas queridas para a morte, o tempo ajuda sim, mas quando as lembranças da pessoa voltam… essa, na minha opinião, é a pior perda.

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    A Yasmine foi muito feliz nestas colocações tão pertinentes e emocionantes. Eu me lembrei de uns versos do Ednardo sobre as perdas afetivas e a superação delas através da vida que segue. São muito significativos e belos:

    “é uma dor que não tem nome
    que o meu peito devora
    e come
    e fere
    e maltrata
    sem matar.”

    Parabéns a você também Norma, pela substância que nos oferece para reflexão. Abração. paz e bem.

  • Kenny Rosa (cronicando)
    Responder

    Lindo e profundo. Parabéns!
    Kenny Rosa
    (http://cronicandocomvoce.blogspot.com)

  • Nina
    Responder

    Mt bonito Yasmin.
    Ahh eu te entendo viu?? puxa entendo mesmo … essas coisas, pessoas, que vao e deixam um espaco tao vazio, oco, parece memso que falta algo dentro da gente.

    e falta mesmo 🙁

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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