Poetando com

Ser-PoetaImagem google

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Hilda Hilst

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“Enquanto faço o verso, tu decerto vives.

Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.

Dirás que sangue é o não teres teu ouro

E o poeta te diz: compra o teu tempo.

Contempla o teu viver que corre, escuta

O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.

Enquanto faço o verso, tu que não me lês

Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.

O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:

“Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas”.

Irmão do meu momento: quando eu morrer

Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:

MORRE O AMOR DE UM POETA.

E isso é tanto, que o teu ouro não compra,

E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto

Não cabe no meu canto”.

Norma

Comments

  • Toninho
    Responder

    Uma bela escolha trazer a Hilda com sua maneira de externar sentimentos que bem traduzem sua vida naquele tempo de instabilidade.
    Bela partilha Norma e pouco de lê dela.
    Abraços.
    Beijo

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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