Poetando- Maria Emilia

 

O NAMORO ERA ASSIM… 
Ah..Estou aqui  recordando…
Coisas que nem me lembrava mais…
O abraço apertado demais…
O beijo roubado, mas bem molhado…
O carinho meio safado…
A Tia entrando com o pé arrastando
e a gente se recompondo.
Você corria e ia ajudá-la
Como você era descarado…
Eu?! Nervosa…Ria…
Com medo dela…Nem a via. 
Ela olhava…Em tudo remexia…
Fingia achar o que não procurava…
E saía…Meu irmão chegava
na poltrona se acomodava
ligava a vitrola e muito papo puxava…
E prá esse papo, minha mãe entrava…
O resto da noite?  Meu pai comandava…
Abraço?…Beijo?…Carinho?…
Na despedida…No cantinho…
Do lado de fora  do portão…
Dez minutos prá “roçação
 
Maria Emília Xavier

Comments

  • Denise
    Responder

    Extremos bem claros, se comparados aos nossos dias, não é mesmo?
    Conversando com a geração mais “antiga”, certa vez falaram do encanto que havia nessa relação que mais prometia do que acontecia – o futuro reservava o casamento, lugar em que a intimidade podia acontecer, e, ainda assim, com tantas reservas e obrigações…que o encanto (pelo menos feminino) em muito se perdia…o papel assinado acorrentava o desejo, inclusive, que queimava e não podia revelar-se, sob pena de despertar suspeitas e causar brigas. Ele existia, era visível nessa roçação, e quando, finalmente, podia ser vivido…
    A mudança foi acontecendo e caiu no oposto, banalizando o amor…sobrando lembranças e poemas gostosos, como esse…
    Bom fds, Norma.

  • Valéria
    Responder

    Oi Norma!
    Este namoro tinha lá seus encantos!
    Acho que nem tanto nem tão pouco. Hoje vemos a vulgarização de uma fase gostosa de se viver, de descobertas que certamente perdeu sua identidade e encanto. Hoje os jovens ou ficam ou assumem um namoro que parece mais um casamento. E lá se foi este tempo doce, de um que de inocência que era a pitadinha de sabor do namoro.

    Beijos e um lindo fds!

  • chica
    Responder

    Que legal!!! Lembro cada cooooooooooooooisa desse tempo,rsrs …

    meu pai clocava chinelos bem leves e que não faziam barulho.

    E eu sonhava em colocar guisos neles,srsr…beijos pra ti e para M.Emília, chica

  • Toninho
    Responder

    Verdade bem colocada com muita beleza. Ah, belos tempos de muito sofrimento, mas que dá saudades.Parabens a Emilia por tão bela inspiração neste tempo.Lembro que um sogro que tive quando achava que eu estava demais no tempo, passava pela sala com um relogio despertador daqueles antigos de de dois pezinhos numa mão e na outra um pinico,kkk Aí só restava aquela emoção lá no portão na hora de sair.
    Amei esta descontração nesta poesia que nos fez reviver.
    Gostaria de ver a Chica contando suas cada coooisa,kkk.
    Um abração Norma e belo domingo.
    Bju.

  • Yasmine Lemos
    Responder

    Norma,
    rss lindo !!!! adorei..Namoro tem todas as formas e jeitos de se querer.
    um domingo lindo pra você
    beijos

  • C.
    Responder

    Já tinha “pegacao” naquela época entao? hehe
    A foto ficou fofa demais!

  • Élys
    Responder

    Os tempos mudaram, a liberdade se ampliou…
    E a ternura?…
    Beijos.

  • Maria Emilia Xavier
    Responder

    Ah Norma…eu não tenho jeito, vivo atrasada. Eu deveria já ter deixado aqui o meu agradecimento por mais uma vez ter desfilado com minhas palavras nessa passarela onde só desfilam “bambas” . Obrigada amiga pela deferência. Obrigada, também, a todos que me comentaram – adorei – e leram.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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