Ordem e progresso

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A passagem do regime político brasileiro de  Império à República em 15/11/1989 despertou profecias sobre  o futuro em relação ao desenvolvimento do país como um todo, entre elas, está a de Eça de Qeirós

“o que foi o Império estará fracionado em Repúblicas independentes de maior ou menor importância. Impelem a esse resultado a divisão histórica das províncias, as rivalidades que entre elas existem, a diversidade do clima, do caráter e dos interesses, e a força das ambições locais.  […] Cada Estado, abandonado a si desenvolverá uma história própria, sob uma bandeira própria, segundo o seu clima, a especialidade da sua zona agrícola, os seus interesses, os seus homens, a sua educação e a sua imigração. Uns prosperarão, outros deperecerão”. Eça de Qeiros (escritor português, romancista realista). Fonte

Em função desta,  temos a análise de Gilberto Freyre (sociólogo, antropólogo, historiador, escritor e pintor brasileiro  (1987/1990)   “o coração íntimo dos brasileiros da época que se seguiu à proclamação da República, se examinado de perto […] haveria de mostrar-lhe que existia entre a gente do Brasil, do Norte ao Sul do país, uma unidade nacional já tão forte, quanto às crenças, aos costumes, aos sentimentos, aos jogos, aos brinquedos dessa mesma gente, quase toda ela de formação patriarcal, católica e ibérica nas predominâncias dos seus característicos, que não seria com a simples e superficial mudança de regíme político, que aquele conjunto de valores e de constantes de repente se desmancharia”. (Gilberto Freyre). Fonte

O lema da bandeira brasileira – Ordem e Progresso –  foi aprovada por Deodoro da Fonseca em 19 de novembro de 1889, 4 dias depois da proclamação da República.

Pensando em tudo aqui exposto, como podemos pensar esse nosso País em relação ao progresso, não apenas econômico, mas social?

O que representa para nós na prática Ordem e Progresso?

A quem esse progresso serve e quais os riscos e custos de natureza social, ambiental que ele está provocando?

Norma

Comments

  • Lizete Ferraz
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    Por ser espiritualista, não consigo deixar de ver tudo ao meu redor também por esta ótica. Mas de qualquer maneira, estudei muito a civilização humana desde os primórdios dos tempos e na minha opinião (superficial, não como estudiosa e entendedora do assunto), não vejo grandes transformações na sociedade humana. Para mim, foram muito sutis. Creio que a evolução desta se dá de forma extremamente lenta, acomodada mesmo. Isto em todas as formas de cultura, não só a brasileira. Assim sendo, G. Freire não profetizou, apenas constatou, porque sempre foi assim. Eu trocava idéias com meus professores de Sociologia e discutíamos muito sobre isto. Assim, no âmbito fenomênico, não espero mesmo muitas mudanças. Isto vai acontecendo devagar, lentamente.
    Mas que é preciso Ordem para haver Progresso, é tudo que penso. Tanto isso é verdade que hoje estamos começando a colher os frutos desta lenta e acomodada evolução, com a destruição do planeta…

    Beijos

  • Toninhobira
    Responder

    Tinha lido outro dia este post Norma e bem ilustrado com esta passagens,para culminar com uma reflexão sobre o titulo. Bem sabemos que o progresso que se pensava para esta nação,foge completamente a nossa visão atual. Talvez a abundancia não se permitiu um repensar do progresso. O que se fez da cidade de Sao Paulo é um horror, que hoje bem se aproxima do Livro de Inacio Loyola Brandão”Não verás país nenhum” sugiro até a leitura,pois este é do fim dos ano 70. Hoje a diferença social que se vê nos espanta, perdeu-se a unidade e com ela veio uma crença falsa de superioridade que leva ao mais terriveis sentimentos de exclusão de uma região pela outra,como se assim a ordem estivesse fora da orbita pensada e proclamada. Penso que os movimentos de Pensar o Brasil seriam os passos de reconstrução e preservação do que se perde cada vez mais. Não se admite uma nação deste porte conviver com analfabetismo com numeros alarmantes, bem como não se preocupar com natalidade onde é minima a condição humana. Os planos imediatistas e assistencialistas cegam as ações que regem a maxima do Ordem e Progresso. Mas se acredita, que brasileiro não desiste nunca, ainda espero, que possamos cantar a linda canção de ver esta país uma grande nação de fato com Ordem e Progresso.Quem viver verá?
    Um abraço e desde já um lindo fim de semana com paz e alegrias e que Deus nos proteja sempre.
    Bju.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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