Passagem 2021 – 2022

“O medo: E se eu não conseguir me agüentar em meus pés” Gail Sheely

Na medida em que se envelhece, tem-se a consciência da solidão essencial na travessia humana.  De acordo com Caio Fernando Abreu, “escrever significa mexer com funduras” e assim tenho mergulhado, principalmente através da poesia, na qual sempre traço o fio do meu sentir na busca do belo Divino, natureza e amor.

Alguns fragmentos de poemas, contidos no livro No Traçado das Paletas, contam um pouca deste traçado.

Sentir
 Nostálgico sentir n’alma
 Refletido nos olhos embaçados
 Pelas gostas da chuva
 No choro incontido
 (....) No sonho,
 A longevidade esmaecida
 Vê o belo em vida
 Na sua tristeza inexpressiva.

Chegamos ao final de 2021, um pouco menos assustados com a tormenta que nos surpreendeu e me levou a encontrar formas para prosseguir.

Em Chamados, um pequeno fragmento da força da vida no meu cotidiano.

 O sentido da vida
 Só no si mesmo
 Encontra-se
 E são os chamados
 Da vida que nos dá Vida. 

Desta forma, vou ao mergulho d’alma, abrindo fendas, remexendo feridas, limpeza que me traz Paz, neste caminhar, intimidade espiritual que me fortalece.

No livro O Espírito da Intimidade há um convite para que se ouça a ancestralidade, as árvores, os animais. Ouvir todas as forças que vêm e falam conosco. Em Fluência exercito um pouco disto.

 Abençoada é
 A sábia natureza
 Que flui e nos 
 Ensina a leveza de
 De se deixar fluir. 

E chego ao final deste ano transmutada em sonhos que me levam a outros espaços e com desejo que possamos percorrer tempo de luz, fé e AMOROSIDADE.

Agradeço a todos (as) que me acompanham e espero que estejamos juntos nesta bela e amorosa interação na blogosfera.

FELIZ 2022

Grata por sua visita sempre bem-vinda,

Norma Emiliano