Construto cultural

 

No momento atual,  em que o individuliasmo, a competição e o efêmero caracterizam os relacionamentos sociais, é muito importante que possamos compartilhar informações que ajudem a refletir sobre o que queremos em relação a este nosso planeta.
Somos parte do que vivenciamos de bom e de ruim. Poder olhar,  perceber e mudar são ações que podem contribuir para um resultado diferenciado.
Quando leio e/ou ouço algum fato,  que amplie nosso olhar para a construção de um mundo menos desigual, mais justo e frateno, considero este espaço uma  das formas de poder compartilhar e , assim, somarmos no reforço de valores que orientem para um mundo melhor.
O relato abaixo me foi enviado por e-mail.
“Umuntu ngumuntu nagabantu” “uma pessoa é uma pessoa por causa das outras pessoas”.
Ditado sul africano da tribo Ubuntu

 

A Jornalista e filósofa Lia Diskin no Festival Mundial da Paz em Floripa (2006) nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamado Ubuntu. Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo então, propôs uma brincadeira pras crianças que achou ser inofensiva.
Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse “já!”, elas deveriam sair correndo até o cesto e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.
As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse “Já!” instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas simplesmente responderam: “Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?”
Ele ficou de cara. Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?”

 Norma

Comments

  • Tati
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    Oi Norma, por que será que ainda achamos que só temos a ensinar? Há tanto a aprender. Estamos imersos e temos criado uma sociedade tão excludente, egoísta, com valores tão truncados. Uma pessoa vale o quanto vale em dinheiro. Uma vaca premiada vale mais que seu tratador. A competitividade é estimulada desde a pré-escola.
    E o que temos feito para mudar isso?
    AMEI o texto. Daqueles que nem precisamos ler duas vezes por que fica grudado na mente, mas quero divulgá-lo!
    Beijos.

  • Adriana Alencar
    Responder

    Que exemplo maravilhoso, perfeito para o mundo de hoje, onde cada um pensa somente em si e não nos semelhantes. Como podemos ser felizes se os outros estão tristes? É claro que não podemos acabar com toda a tristeza existente, mas fazendo a nossa parte deixaremos os que nos rodeiam mais alegres e acenderemos uma luzinha que aos poucos poderá se propagar a todo o planeta.
    Beijo
    Adri

  • Beth Q.
    Responder

    Maravilha de texto, exemplar e deveria ser lido por muitas pessoas neste universo!
    Será que a pureza desses lugares faz com que as pessoas tenham este tipo de visão ampliada? No nosso universo tão cheio de valores e trocas de bens e interesses, as mentes também se embotam para estes pequenos detalhes que são os que fazem o todo ser feliz.
    adorei!
    bjs cariocas

  • Mara Emilia xavier
    Responder

    Esta sociedade malvada em que vivemos e que nos obriga a ensinar às nossas crianças o que nos foi ensinado: competir… ganhar… vencer… Ah, me sinto tão envergonhada quanto deve ter se sentido o Antropólogo da história. Esse texto mereceria que todo Educador seja ele Profissional ou não, tivesse conhecimento.

  • Jacinta Dantas
    Responder

    A primeira citação eu ainda não conhecia, conheço e gosto muito da citação de Pessoa. Para mim, elas se entrelaçam e vem dizer da fraternidade que deveriamos ter uns com os outros e com a gente mesmo. Aceitar a si e aceitar o outro, do jeito que é, já seria um bom começo. Utopia?

    gostei de vir aqui e conhecer seu espaço. Voltarei mais vezes.
    um abraço

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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