Conversa de salão

Na puberdade iniciei meu interesse em fazer as unhas. Inicialmente, era na casa da manicure. Perto não havia salão.
Não era muito fã de conversas sobre o cotidiano dos adultos com suas tarefas domésticas e criação dos filhos e nem mesmo das histórias de pessoas do mundo dos artistas de TV; restringia-me a responder as perguntas da manicure
Após, muitos anos, ao comparecer a um local determinado, o conhecimento entre as pessoas aumentou e as histórias foram desabrochando e o meu interesse pelas trocas também. Percebo que para algumas é o único lugar de interações, para outras, relaxante.
São muitos os temas levantados: luto da morte do marido, da indignação pelas atitudes irresponsáveis das empregadas, da irritação com os filhos que deixam seus pertences largados e, também, de alegrias: da chegada do primeiro filho, da conquista da promoção do trabalho, das celebrações, entre outras.
No mês passado, reencontrei duas mulheres que via uma ou outra esporadicamente. A conversa era sobre tempo que frequentavam o salão e como era significativo, semanalmente, cuidar dos cabelos e unhas. Ambas moravam sós e consideravam a independência financeira e a mobilidade vitais para os seus dias. Com orgulho, uma delas disse: farei 91 anos na próxima semana e a outra imediatamente respondeu, eu também sou de março, nasci no dia 10 e também farei 91 anos. Ali celebramos a longevidade destas mulheres que trazem a alegria de cuidar de si e da troca de vivências. Neste dia, este espelho refletiu a luz do sol e me captou.
Em roda de mulheres, sentimentos e emoções transbordam, é campo fértil para se dar asas à imaginação que só cessará quando o meu sopro apagar as luzes do salão.
Grata por sua visita e comentários.
Comments
chica
Que legal ver essas trocas de sentimentos e vivências. Há quem simplesmente despeje tudo nos locais ,tais como , um salão de beleza. Outras mais comedidas. Gostei de te ler e viva os 91 de quem ainda bem está! beijos, linda semana, chica
Antonio Pereira Apon
Fundamentais as interações humanas. Bom refletirmos sobre isso.
Um abraço.
http://www.aponarte.com.br
taislc
Adorável crônica, sim, os salões de beleza, tantas histórias, umas até bem curiosas, e conforme nossa idade é um prato cheio! rsss
Uma boa semana,
beijo
roseliadosreisbezerra
Olá, querida amiga Norma!
Desde a Pandemia não vou a um salão nem clinica de estética para nada. Aprendi a fazer tudo em casa.
Seu post mostra o valor de se aproveitar qualquer idade, lugar e momento para festejar a vida que merece ser comemorada e vivida.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos
Verena
Excelente a sua crônica, Norma.
Gosto de manter as minhas unhas feitas desde sempre.
A minha manicure saiu do salão que trabalhava e passou a atender as clientes em casa. Confesso que estou gostando desta mordomia…rs
Vou ao cabelereiro para pintar o cabelo somente.
Acho muito legal que, mesmo com idade avançada, certas pessoas não descuidam da aparência.
Deixo um beijinho para você
Verena.
toninhobira
Um espaço onde as vidas se entrelaçam, pode ser bom e fazer rever conceitos e viver emoções.
Interessante Norma este olhar no passado para resgatar lembranças e aprendizados.
Cuidar e cuidar para se sentir em perfeita sintonia com o tempo.
Bonito amiga.
Beijo.
Lucinalva
Bom dia, Norma
Ótima postagem, conversas leves faz um bem enorme, abraços.
Olinda Melo
Olá, Norma
Adorei esta sua Crónica. Na verdade, nos salões perpassa muitas histórias de vida. E as trocas são muito proveitosas se as soubermos apreciar e dar o devido valor.
Desejo-lhe a continuação de um Abril luminoso. Sei que aí é Outono, mas ele é também uma estação maravilhosa.
Beijinhos
Olinda
edite lima
Olá Norma ! Gostei de ler o seu relato . Tb frequento o salão onde faço cabelo e unhas e esse é realmente um momento relaxante . Ouvimos muitas histórias, muitas interagimos em outras apenas ouvimos. Um exercício de saber apenas ouvir, calar no momento certo. É muito bom se cuidar e esse hábito deve se estender desde sempre, mesmo com idade mais avançada. Cuidar de si é cuidar da auto estima. Abraços . Boa noite .
Maria
Excelente crónica.
As idas aos salões são sempre duplamente relaxantes, por nós sentirmos bem em cuidarmos de nós e pela interação com as outras mulheres, ali se ouve e participa em histórias de vida.
Beijinhos
Ailime
Bom dia Norma,
Muito interessante seu post e acho que nos salões de beleza as conversas são uma espécie de terapia.
Bom que voltou a ver essas senhoras já com 91 anos alegres e felizes se cuidando e trocando vivências.
Um beijinho.
Ailime
Ana Freire
Desde a pandemia, não retomei mais uma série de rotinas de antes… a minha mãe ainda não chegou aos 91… e como desejo que chegue até lá… continuamos a fazer programas mais reservados, e evitando aglomerações… mesmo com vacinas, a nova virose continua a fazer estrago quando se tem doenças crónicas… um leve covid, proporcionou uma dermatite brava, nas pernas dela com problemas circulatórios, no ano passado… no mês passado a dermatite voltou mais leve, fazendo-me soar todos os alarmes, e lembrando-me junto com um teste positivo, que 3 dias depois negativou, que a normalidade ainda continua a não se poder aplicar para todos!
Apesar do mundo não ser estanque… prosseguimos em ambientes menos frequentados… e em horários que sejam menos problemáticos… e ainda assim, nem sempre nos conseguimos escapar a um ou outro sobressalto como no mês passado…
Mas gostei imenso da crónica! Sei como ninguém o quanto a quebra de estímulos e rotinas fazem uma diferença imensa, nos mais idosos… e ansiando, para que a minha velhota pudesse retomar as suas voltinhas de antes…
Um beijinho! Feliz semana!
Ana