Um escritor me inspira

Neste mês uno ao projeto Um escritor me inspira ao projeto Uma palavra, um conto, transformando a minha inspiração em convite para blogagem coletiva.

Milan Kundera: In a insustentável leveza do ser. p.76

“O chapéu-coco tornara-se tema da partitura musical que era a vida de Sabina […] O chapeu-coco era o leito de um rio , e Sabina nele via, a cada vez, um novo rio correndo […} o mesmo objeto suscitava a cada vez um outro significado […] , num cortejo de ecos. O que estava sendo vivido ressoava como uma rica harmonia cada vez mais rica.”

Para a blogagem coletiva uma palavra para a criação de um pequeno conto livre baseado na temática que a palavra suscita.

Palavra: Chapéu

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Minha inspiração

Chapéu mágico

“Não nos banhamos duas vezes nas águas pelo leito do mesmo rio. … pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem! … Heráclito de Éfeso.

O destaque nunca foi algo priorizado em seu percurso existencial.  Mas um fio condutor, visibilidade, através das suas diversas etapas pela família, entre as amizades, entre os rapazes, pela profissão, pelo envelhecimento saudável, deu-lhe uma boa autoestima; comumente era vista e sentia-se feliz consigo mesma.

Vaidosa, alimentou o autocuidado ao longo de todo a vida.  No entanto, a vida surpreende e de forma adrupta viu seu corpo e pele murcharem e não se reconhecia mais. Sentia-se quase impotente diante do acontecido. E percebeu-se invisível.

Em função das mudanças climáticas, principalmente em tempos de alta temperatura, o chapéu sempre foi apreciado, mas começou a usá-lo com maior frequência.  “A vida tem sua dimensão de beleza” e o chapéu se transformou na varinha mágica que a fez sair da invisibilidade que lhe desagradava.

Passou a ouvir elogios por diversas pessoas, em diferentes espaços, que foram fortalecendo sua autoestima e a sua consequente aceitação (valorização de si mesma) do conjunto que lhe dá expressão no seu cotidiano.

Não se perdeu na estrada, que vem percorrendo, e nem o seu solo, a chama da vida que continua a ser cultivada…

Norma Emiliano

Grata por sua visita e comentários sempre bem-vindos.