Você pergunta – 9

 

Eu respondo

Este post faz parte de um projeto, assim sendo dirijo-me a pessoa responsável pela pergunta, mas de forma a trazer reflexão para outras pessoas que se interessarem em ler.

Tenho 23 anos e tenho 3 irmãos de mais de 30 anos.  Tenho brigas diarias com meus pais devido a falta de interrese e desapego pelos filhos!  Sinto falta do carinho e da preocupaçao que vejo as mães das minhas amigas tem! Isso está acabando comigo e com minha auto estima! queria ententer porque eles agem dessa forma?

 

De acordo com os dados fornecidos identifiquei alguns fatores significativos da questão:

– Filhos em fase adulta residindo com pais;

– mãe dedicada exclusivamente aos  cuidados  da família;

– valores paternos na independência finançeira dos filhos;

– dificuldade de assumir a vida adulta;

– dependência emocional ;

– percepção negativa da conduta dos pais.

Nornalmente ocorre que os pais lidam com os filhos conforme foram criados pelos próprios pais ou fazem o extremo oposto. Há muitas formas de se demonstrar amor e interesse.  O  afago, os cuidados com a criança ( da higiene à alimentação), os  limites são algumas dessas formas.

É comum se ter a impressão que a família dos outros são melhores que a nossa. Pode ser apenas ilusão. Todas as famílias tem algum problema. Não há perfeição. É importante que se sentir amada, se amar para poder dar amor…

Os pais precisam dar raízes e asas para os filhos. Os animais nos ensinam isto de forma linda.

A família passa por etapas e quando chega a vida adulta,  os filhos precisam ter vida própria, independência financeira e emocional. Há momentos, inclusive, que as posições invertem: os filhos cuidam dos pais….

Os pais serão sempre pais,  mas precisam de ter suas vidas ( isto não é ser egoísta).
Todos temos de desempenhar vários papéis e não se fixar apenas em um, pois se assim for há sobrecarga.  Minha hipótese é que sua mãe cuidou de vocês em tempo integral e por ter tido vida dificil na família de origem,  valoriza a independência financeira dos filhos.

Saber sobre as histórias familiares nos ajudam a ressignificar pensamentos que se possa ter em relação aos nossos pais. No seu caso, pode ajudá- la a entender  a atitudes dos seus pais e  o seu sentimento de falta amor maternal.

Norma

Comments

  • Alexandre Mauj Imamura
    Responder

    Norma, essa série é bem interessante. é uma maneira de sanar mtas dúvidas, já que uma pergunta pode ser a pergunta de muitos nós.

    boa semana!

  • Toninho
    Responder

    Um caso muito em comum nos dias de hoje Norma, esta quse inversão de relação,muito diferente do modelo mais antigo e até paternalista.Hoje vemos muito isto,oriundo mesmo de pessoas que tiveram uma certa dificuldade na vida,como vc bem analisa e sendo assim,hoje acabam por criar este terrivel mal da assistencia exagerada e protetora,que degrada.Gosto desta série,pelo fato de podermos buscar em cada caso, semelhança de nossas vidas,ou de parentes e amigos e quem sabe até poder ajudar numa orientação.
    Uma boa semana pra voce com belas criações.
    Abraço terno,bju.

  • Cris – CaFoFo online@
    Responder

    Muito boa temática, Norma!
    Me encontrei em duas coisas que você disse e que tive que entender com os passar dos anos “Nornalmente ocorre que os pais lidam com os filhos conforme foram criados pelos próprios pais”. Demorou pra eu entender isso!
    E a outra coisa “É comum se ter a impressão que a família dos outros são melhores que a nossa. Pode ser apenas ilusão. Todas as famílias tem algum problema. Não há perfeição.”
    O gramado do vizinho parece SEMPRE mais verdinho… no final das contas, depois de “apanhar” muito, percebemos e sentimos vontade de poder voltar no tempo, só que com a mesma mentalidade “reconstruída”.

    Beijinhos

  • Denise
    Responder

    Muitas vezes percebo que o sentimento voltado para si dificulta o olhar para o outro – e ver que, provavelmente cada um dá o que tem para as relações, sendo que muitos pais se obrigam a permitir que seus filhos criem asas, mesmo a custa de seu desapego essencial pra que cresçam.
    Os sentimentos envolvidos na mudança das fases do ciclo vital nos mostram conflitos de adaptação a novas realidades, sendo que a fase adulta talvez requeira maior tempo, disponibilidade, aceitação e comprometimento. Filhos adultos residindo com os pais é um aspecto que levanta questões como vc avaliou, Norma, sendo na verdade um conjunto de fatores que permeia todo o sistema e subsistemas – as questões parentais parecem submergir expressivamente.

    Gostei da continuidade deste esoaço concedido por vc, e reitero a ressignificação acerca do amor maternal e a história transgeracional mencionada por vc. Conhecer nossos pais através dos seus, nos ajuda a compreender muitas coisas…
    Grande abraço, Norma!

  • manuel marques
    Responder

    Ouvi dizer por aí , que não basta fazer os filhos; existe o aborrecimento de educá-los.”

    Beijo.

  • Norma Emiliano
    Responder

    Oi Denise
    Este espaço está em aberto à direita do blog. Sempre que recebo alguma pergunta que considero útil ser compartilhada, coloco em post. Grata por acrescentar seus comentários também abalsados na sua prática profissional.
    bjs

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    Isso está se tornando cada vez mais comum nas famílias. Há também casos onde os pais dedicam-se muito às suas carreiras e não tem tempo para os filhos. Há filhos cuja adolescencia é prolongada pelo fato da dependência emocional e financeira. Há até mesmo a rejeição de muitos filhos por parte dos pais e vice -versa. Só sei que o apelo excessivo ao consumo e o apego das pessoas ao lado material tem sacrificado muito as relações afetivas. Muito bom o seu texto, Norma. Meu abraço. paz e bem.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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