Você Pergunta (1)

 Eu respondo

 

Este projeto  inicia-se hoje  e cabe esclarecer que cada pessoa é única em suas vivências, sentimentos e percepções. Assim sendo, as respostas fornecidas a cada questão são contextualizadas, não se aplicando  necessariamente a todos os casos.

Os dados necessários para  a compreensão do problema foram fornecidos  pela pessoa responsável pela pergunta, portanto dirijo-me a ela, mas de forma a trazer reflexão para outras pessoas que se interessarem em ler.

 

Como agir quando um filho de 6 anos quer comandar a situação no grito, principalmente na frente dos outros? Fingindo não ouvir o que peço.

De acordo com os dados fornecidos identifiquei alguns fatores significativos da questão:

– o abandono do parceiro no nascimento da criança;
– o sentimento de abandono que persiste em você em relação à sua mãe e ao seu ex marido , até a presente data;
– o apoio e influência de sua mãe e tia nos primeiros anos de seu filho.
– seus conflitos com sua mãe;
– o sentimento do seu filho de ser “o rei” da casa decorrente das interações familiares;
– sua educação ter três pilares (avó, tia e mãe)
– seu modelo de autoridade na base paterna (em sua infância);
– desejo de compensar para o seu filho a ausência paterna com possíveis sentimento de culpa.
– falta de fronteira família/trabalho;
– seu novo relacionamento;
– sua forma de reagir  ao seu filho  quando a desobedeçe (grito).

Os primeiros anos de vida da criança exercem grande influência em seu comportamento futuro. No caso de seu filho, a figura de “rei” construída pelas interações iniciais e a sua dificuldade posterior de modificá-la, associada à entrada de um novo homem na vida de vocês agravam a questão da falta de limites  externalizada  através dos comportamentos (não aceitar ser frustrado nos seus desejos e gritar para chamar a atenção, principalmente quando estão com mais pessoas ao redor).

 

A criança é como esponja, capta tudo o que acontece e “usa tudo ao seu favor” instintivamente.

Dar limites é dar amor, é preparar para a vida social, pois quem não tem limites não sabe reconhecer o seu próprio limite e transforma-se em um adulto vulnerável a muitas situações de invasão.

A firmeza na fala e das ações é o ponto de partida para resgatar sua autoridade. Castigos precisam ser bem demarcados. Não adianta ser um dia inteiro ou uma semana, pois a criança acaba não absorvendo. Precisam ser de imediato e por cerca de alguns minutos ou poucas horas e explicado os motivos.

 

Considero necessárias algumas mudanças:

 – Estabelecer as regras que considera importantes e pedir, principalmente,  aos avós que respeitem a sua maneira de fazer as coisas;

 – Ele (filho)  dormir em seu próprio espaço,  mesmo que isso exija de sua parte treino por alguns dias:  permanecer junto a ele, no quarto dele , até adormecer.

 – Ele comer sem ajuda,  compartilhar da escolha do que vestir, ajudar a guardar brinquedos, entre outras tarefas. Enfim,  assumir responsabilidades.

 – Você estabelecer seu horário de trabalho e impedi-lo de atrapalhá-la; estabelecer horários para lazer conjunto; favorecer que ele compartilhe de brincadeiras com outras pessoas, além de você.

 – É importante que seu parceiro atual some com você na visão de educação, mas que entenda que ele não é o pai e que a sua autoridade (mãe) com seu filho é fundamental. Nunca se desautorizem na frente dele.

 – Você buscar resolver os conflitos com sua mãe para que possa exercer livremente sua maternidade e, isto significa, também, poder dar limites à intromissão dela em relação ao seu filho.

  – A paternidade do seu filho não pode ser resolvida por você, ela compete a pai e filho.

– O casal fazer programação também  sem  o filho

 

 “Mudanças em seu comportamento levam a mudanças recíprocas no comportamento do outro em relação a você”. Nichols

Esta é a dança relacional que sugiro.

 

 

Comments

  • chica
    Responder

    Sabios e práticos conselhos.As crianças experimentam de tudo mesmo,não é? E fazem de tudo se sabem que não vão encontrar força vinda do outro lado…
    um beijo, chica e lindo dia!

  • Tati
    Responder

    Oi Norma, já tinha imaginado que esta sua ideia seria um sucesso! Adorei a maneira como conduziu a resposta. Muito legal. A gente acaba se identificando com algumas coisas. De tudo, o que achei mais difícil e vivo em minha casa também, é esta dificuldade de estabelecer os limites da avó. Já vivi algumas situações em que senti uma “invasão”, uma interferência não solicitada, e me chateei. E olha que não moramos juntas!
    Parabéns pela nova série/ projeto. Estarei sempre por aqui, batendo ponto! Rsrs A gente aprende muito!
    Beijos

  • Cintia
    Responder

    Norma que sábios conselhos, vou compartilhar com minha mãe.

    beijos

  • Socorro Melo
    Responder

    Olá, Norma!

    Bacana a sua iniciativa. Muitas pessoas se beneficiarão. As orientações são bem pertinentes. E acho que todo o processo(de mudança, neste caso) tem que ser conduzido com muita vontade de acertar, com muito jogo de cintura, senão, complica mesmo. Imagina a cabecinha de uma criança, de seis anos, tendo que enfrentar tantos conflitos.

    Vou acompanhar esse projeto, pois, é muito interessante.

    Beijos
    Socorro Melo

  • Isadora
    Responder

    Norma, vi que você deixou um comentário sobre uma nova proposta aqui no Pensando e pelo texto que vi, acho que entendi.
    Muito interessante e importante essa contruibuição, os esclarecimentos que você presta.
    Acho que esse tipo de ajuda vindo de um profissional é uma benção.
    Parabéns!
    Um beijo

  • Zélia Guardiano
    Responder

    Formidável, querida Norma!
    Nunca é tarde para se aprender mais e mais sobre educação .
    Este seu espaço é magnifico!
    É sempre muito bem vir aqui.
    Um abraço da
    Zélia.i

  • Beth Q.
    Responder

    Excelentes conselhos que colocaste aqui amiga!
    Pena que meu filho não é mais criança, se bem que ele nunca se comportou assim quando era pequeno, pelo contrário, foi sempre um menino muito bonzinho quando estávamos nas ruas ou em casas de amigos.
    um abração carioca

  • Nilce
    Responder

    Oi Norma

    Conselhos perfeitos. Em muitos deles descobrimos nós mesmos e é de grande ajuda.
    Nã é fácil este caso com educação repartida. A criança é orienada por um e desorientada por outro e acaba se perdendo.
    Até encontrei algumas atitudes que poderia ter tomado com meu mais novo.
    Sensacional querida. Muito bom mesmo.

    Bjs no coração!

    Nilce

  • Ana Karla Misturação-Misturão
    Responder

    Estou captando seus conselhos e sua sabedoria.
    Não acho fácil educar, ainda mais nos tempos atuais, onde os pais saem de manhã para trabalhar e só voltam a noite, normalmente cansados e já sem paciência pra criança. De alguma forma tentam compensar nos finais semana e/ou com presentinhos e se esquecem de dar limites. Tem que ter pulso forte para educar certo.
    Gosto da forma como você trata esse assunto Norma, pois concordo totalmente e são por esses artigos que venho aprendendo cada dia mais e pondo em prática.
    Os meus nunca tiveram esse tipo de comportamento. Acho que já foram as orientações pesquisadas e exemplos de outros próximos a nós.
    Bom dia!
    Xeros

  • Denise
    Responder

    Boas estratégias, Norma.
    O que vejo com freqüência, é o medo dos pais e sua confusão de, ao criar regras e impor limites, não serem amados pelos filhos, desejosos de dar/fazer por eles o que não tiveram. Tb mostram confusão com o comportamento da criança reagindo aos seus, testando os “seus” limites – o que muitas vezes “lêem” como birrento ou “gênio difícil”.
    É mesmo uma arte, educar.
    Vc deu boas dicas, abordou com clareza o tema.
    Achei muito legal.
    Um bjo.

  • Mara Emilia xavier
    Responder

    Muito legal o que você está fazendo. Vai ajudar principalmente quem tem vergonha de perguntar, de se expor… Eu quando precisar vou usar,podes crer.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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