Um conto em curso
“É o pau, é a pedra, é o
fim do caminho
(…)São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.” Antonio
Carlos Jobim
Um Conto em curso…
E de repente se vê em meio a tormenta; a vida indefinida, tempo marcado pelas quartas feiras, quando trocava as roupas de cama e banho. Estranho sentir!!!
Tudo planejado colocado em stand by. Rotina inesperada, repetitiva e ao mesmo tempo surpreendente. Da limpeza à comida tudo por conta própria, além da exaustante limpeza de tudo que era pedido por delivery. Higiene continuada… prevenção primeira anunciada, além do isolamento social.
Quando poderia supor tal situação? Vida em preto e branco, apenas a varanda como mirante da vida, que ainda existe lá fora, com os pássaros livres em suas revoadas.
Amanhece e anoitece em sua morada, seu único reduto. Prazeres, compromissos profissionais, pessoais, enfim tudo que existia se transporta para o plano virtual e os laços de afetos esmaecidos pelo distanciamento.
Mundo pessoal interno/externo e mundial numa cerca de temor. Quantas imprecisões de noticias e quanta insegurança! Um filme dramático, de suspense, de terror? Não, realidade nua e crua, momento histórico, março/2020, surpreendido por um ser veloz e disseminador de angústias, perdas e pânico.
A fé e a esperança se aliam para alicerçarem este solo de incertezas e sem liderança.
História vivida, de seres mascarados, todos nesta tormenta, mas cada um velejando em seu próprio barco, que lhe trará maior ou menos possibilidades de enfrentar as mares, que se encontram ainda em curso de ondas, no aguardo da salvação…
Grata por sua visita
Norma Emiliano
Comments
chica
Infelizmente não é conto, ficção..è a realidade que estamos vivenciando.,Até quando? Esperemos pelo melhor! lindo te ler, refletir contigo! bjs, chica
jeannegeyer
perfeito o texto que retrata tristes tempos que estamos vivendo, bjs
Ailime
Boa tarde Norma,
Gostei imenso como abordou a realidade de uma forma verdadeira e leve.
Muito bom seu texto.
Beijinhos,
Ailime
verena
Conto que retrata triste realidade.
Ninguém sabe quando o pesadelo termina.
Gostei de ler, Norma.
Um beijinho
Verena.
roseliadosreisbezerra
Boa tarde de paz, querida amiga Norma!
Um texto do que nós vivemos desde março, ilhados, como velejadores de um barco parado no cais…
Muito sentida sua escrita.
Tenha saúde em todos os níveis do seu ser!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Marilene Duarte
Realmente, Norma, um conto em curso, já que não sabemos como escrever seu final. Um texto real e muito bem escrito. Bjs.
rudynalva
Norma!
Tristeza o momento presente. A esperança é que logo passe…
Lindo texto.
cheirinhos
Rudy
Sueli
Boa tarde Norma, por um lado temos que agradecer por estarmos com saúde e estarmos trabalhando, mas para mim tem me feito muita falta “bater perna” na rua, gosto de sair e caminhar.
Bjs, Sueli
toninhobira
E de repente nos vimos pássaros, engaiolados, com medo de voar, As asas ainda batem, mas o lá fora nos amedronta e ficamos nesta espécie de inercia dia após dia, numa mesmice esquisita. Sonhamos com abraços, beijos e toques de mãos dos nossos queridos. Recolhemos nossos passos e marcamos passos, quando estamos do lado de fora desta gaiola, mascarados e isolados em nosso mundo com medo do semelhante, pois cada um é um potencial de risco e segue o conto num canto de gente aflita, que grita e não se aproxima, é o medo, é a precaução, é o isolamento imposto e preciso. Mas estamos vivos e ainda vamos ver nossas asas libertas nos levar para o cume das montanhas de nossos mais lindos sonhos contidos.
Belo conto na tristeza que encerra.
Gostei de ver o desenvolvimento Norma.
Beijo amiga